O futebol mineiro que já exportou competências como Martim Francisco, Telê Santana e Carlos Alberto Silva, está precisando revelar novos treinadores da “prateleira de cima”. Nada contra profissionais de outros estados e até de outros países, a quem Minas Gerais é eternamente grata e sempre receberá de portas abertas, pois o intercâmbio e assimilação de conhecimento são fundamentais em todas as áreas.
Mas há tempos não temos o prazer de ao menos ouvir a cogitação de um mineiro para dirigir Atlético, Cruzeiro, América, e muito menos a seleção brasileira. O gaúcho Celso Roth vai para o segundo ano consecutivo comandando o Atlético; o paranaense Adilson Baista, para o terceiro à frente do Cruzeiro. O cearense Lula Pereira agradeceu a proposta do América para substituir o pernambucano Givanildo Oliveira.
Atualmente temos dois nomes nacionais: Ney Franco, e Mauro Fernandes. O primeiro com passagens brilhantes pela base do Atlético e do Cruzeiro; revelado pelo Ipatinga para o profissionalismo. Zezé Perrela quis efetivá-lo no time principal do Cruzeiro em 2004, quando ficou no lugar do Marco Aurélio, demitido após derrota para o Atlético. Porém, a sequência de resultados não foi boa, terminando o brasileiro sendo goleado pelo Flamengo, por 6 x 2.
Campeão
Perrella foi aconselhado a mandar o Ney Franco para um período de amadurecimento na filial Ipatinga, e ele sagrou-se campeão mineiro, em cima justamente do Cruzeiro. As circunstâncias levaram a Raposa a apostar em outros nomes, como Levir Culpi, PC Gusmão, Autuori e Dorival Júnior, cabendo ao Flamengo apostar no Ney, com quem foi campeão da Copa do Brasil de 2006.
Desconfiança
Mesmo fazendo bom trabalho no Flamengo, Botafogo, Atlético Paranaense e agora no Coritiba, cobiçado pelo Vasco, Ney Franco ainda não conseguiu provar em casa que tem condição de assumir Atlético ou Cruzeiro. Sinto isso nas conversas com dirigentes dos dois clubes, exceção feita a Zezé Perrella, que só não realizou seu antigo desejo porque o Adilson renovou.
Mauro
Mauro Fernandes salvou o Brasiliense do rebaixamento para a Série C, depois de permanecer durante a maior parte do campeonato da Série B, entre os quatro primeiros, comandando o Atlético goianiense. Demitido injustamente depois de uma sequência ruim de resultados, é pouco lembrado em Minas, onde teve passagem rápida pelo América.
* Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã no jornal O Tempo, nas bancas!
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