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Os perigos que vão rondar a África do Sul

Cartaz em um bar do Soweto, perto do estádio Soccer City, palco da abertura e encerramento da Copa do Mundo deste ano na África do Sul.Sétimasfotos 014A Alemanha manifestou sua inquietação em relação à segurança durante a Copa na África do Sul, em junho deste ano. O assunto realmente merece mais atenção da Fifa e todas as autoridades de todos os países.

A situação é, naturalmente explosiva dentro do próprio país sede da Copa, e as deficiências do sistema de segurança deles são inacreditáveis. Quem esteve lá durante a Copa das Confederações viu isso.

Com o ataque terrorista à seleção de Togo em Cabinda (Angola), semana passada, ficou claro que terroristas que defendem todo tipo de causa estão de olho no circo do futebol, que mexe com o planeta. E nada melhor que um evento como a Copa do Mundo para chamar a atenção.

Ano passado, o repórter Bob Fernandes, editor do Terra Magazine, fez um teste na capacidade das autoridades sul-africanas de se prevenirem contra um ataque a uma delegação estrangeira. Junto com o fotógrafo, Reinaldo Marques, chegou até as portas dos vestiários do Brasil e Estados Unidos, em Pretoria, sem serem incomodados. Inclusive carregando equipamentos como câmeras fotográficas, telefones e gravadores, que seriam facilmente barrados por detectores de metais em um sistema de segurança minimamente eficiente. Se fosse um terrorista com uma bomba, adeus!

No dia 18 de junho do ano passado ele escrevia em seu blog:

“…Crise na segurança da Copa das Confederações. Crise real, palpável. Nesta quinta-feira 18, como ontem, ao errar o caminho de entrada no estádio onde Brasil e Estados Unidos se enfrentam daqui a pouco, este blogueiro terminou à porta dos vestiários dos Estados Unidos e do Brasil. Isto, duas horas e meia antes do início da partida.
 
No último post a descrição de uma caminhada sem obstáculos pelo estádio Loftus Versfeld e uma profusão de fotos das falhas de segurança. Nesta quinta, pior ainda.
 
Nunca é demais lembrar que há 12 anos, em Nairóbi, Quênia, e em Dar–es-Salam, na Tanzânia, um atentado da Al Qaeda matou 229 pessoas e feriu outras 5 mil. E o inimigo da organização terrorista era o mesmo que está em campo hoje: Os Estados Unidos.
 
Não há notícias de organizações do gênero na África do Sul, mas a África é a mesma, as fronteiras são frágeis…!

Quem quiser conferir e ler mais detalhes é só acessar: http://copadasconfederacoes2009.blog.terra.com.br/2009/06/18/crise-de-seguranca-atinge-a-copa-das-confederacoes/


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Comentários:
4
  • Filomeno Matias disse:

    Caro Chico,
    A base do meu comentário foi um contexto muito mais amplo de acontecimentos sucessivos e de muita repercursão, mas sem a expansão e os questionamentos como no caso de Cabinda que, imediatamente, já estão sendo generalizados para toda a África! Admiro muito o Bob Fernandes – pode alguém não admirá-lo? Sim! Possivelmente os amantes do mau jornalismo! Mas não me surpreenderia nada se a segurança da Copa da Confederações assustada com a presença dele tomassem alguma medida drástica ( o que talvéz teria sido melhor) e o nosso querido Bob caísse matando sobre a organização que excedeu… Mas não vamos ser extremistas! Concordo que hoje nenhum lugar do mundo está inume dos terroristas, mas não dá para comparar ou generalizar o ocorrido em Angola, precisamente em Cabinda (que geograficamente não faz parte de Angola) com a segurança da Copa do Mundo da África do Sul. Até onde vai o meu entendimento sobre Angola e sua política ou até mesmo sobre a África, não há relação possível dos fatos de Cabinda com a África do Sul. Alías, o caso Cabinda nem interfere na segurança da competição fora de Cabinda.

    Um abraço.

  • Filomeno Matias disse:

    Mais um show de preconceito contra o continente africano, inacreditável!
    Desde que ocorreu o ato terrorista contra a delegação do Togo em Cabinda a imprensa e todos os preconceituosos de plantão não perdem tempo para desfilar o seu enorme preconceito contra um continente inteiro, gigante e de 53 nações! Cabida, geograficamente, não faz parte de todo o bloco do território de Angola. É um enclave situado entre os dois Congos. Do ponto de vista estratégico não convém aos guerrilheiros desestabelizar o governo de Angola fora de Cabinda devido a complexidade geográfica, a dificuldade de fuga e a falta de apoio popular fora de Cabinda – sem contar que ocupar parcelas do território de Angola não é o objetivo da FLEC (Frente de Libertação do Estado de Cabinda). A natureza política, sociológica, antroplógica e económica do conflito de Cabinda é de tal especificidade que não periga a realização da Copa de África das Nações em Angola (fora de Cabinda) menos ainda da Copa do Mundo na África do Sul. Comparando: o Brasil também não teria a menor possibilidade de realizar a Copa do Mundo de 2014 por conta das FARC na Colômbia! O que seria um absurdo! E mais: Em 2005 houve atentados em Londres: alguém questionou a segurança da Copa do Mundo na Alemanha? Depois dos atentados de 11 de setembro alguém questinou a realização do Grande Prémio da Fórmula1 dos Estados Unidos? Foram cancelado os Jogos Olímpicos de Munique por conta do atentado Palestino? Quem questinou a segurança dos Jogos Olímpicos de Barcelona por causa do grupo sepatista ETA? Mas em se tratando de África não existe se quer a menor preocupação no entendimento das razões históricas de cada conflito (quando existe), há sim uma pressa (que beira à ignorância) de se generalizar tudo. Confesso que o site Terra Magazine era a minha última esperança de ler um artigo a respeito mais equilibrado, inteligente e livre de preconceitos; enganei-me redondamente!

    • Chico Maia disse:

      Caro Filomeno,
      ninguém está dizendo que a África do Sul não deva sediar a Copa e nada de preconceito, principalmente porque a situação no Brasil não fica longe da deles. Mas são relatos e alertas que precisam ser feitos para que as autoridades de lá tomem mais precauções com relação a segurança. Qualquer evento do tamanho de uma Copa é visado por terroristas em qualquer lugar do mundo, e Munique 1972 está na história dos Jogos Olímpicos, de forma triste. Em Atlanta’1996 também houve atentado, de menor proporção porque havia alertas e cuidados específicos.
      Estive na Copa das Confederações na África do Sul ano passado e fiquei impressionado com a fragilidade e despreocupação deles em relação a isso. E o grande problema é que o presidente do Comitê Organizador Local faz questão de dizer que não há perigo nenhum, ao invés de dizer que providências estão sendo tomadas.
      Os relatos do Bob Fernandes no Terra Magazine são sérios e absolutamente verdadeiros, sem nenhum ranço de preconceito.

      Abraço e vamos falando,
      Chico Maia

  • Carlos Renato Campos disse:

    AVISO AOS DESATENTOS.A AFRICA TEM ESTRUPO PRA KARALHO