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“Meu assessor morreu nos meus braços”, conta Adebayor

Está no portal da Abril.com:

* Atacante estava presente no atentado ao ônibus de Togo, ocorrido na última sexta-feira

O atacante Emanuel Adebayor ainda sofre com a tragédia ocorrida na Angola na última semana, quando o ônibus da seleção togolesa que se dirigia a Cabinda para a disputa da Copa Africana de Nações foi emboscado por rebeldes separatistas. Nesta quinta-feira, ele revelou que continua abalado com o atentado e com as mortes registradas – uma delas, do assessor de imprensa Stan Oclooda, aconteceu em seus braços.

“Estou rezando para Deus todos os dias e não consigo comer direito. Eu ainda revejo na minha mente os momentos ruins e sinto que tive sorte por estar vivo”, disse o jogador, ao jornal inglês The Independent. Ele recebeu aval de Roberto Mancini, técnico do Manchester City, clube pelo qual atua na Inglaterra, para se reapresentar apenas quando estiver pronto. O momento ainda não é bom para Adebayor.

“Não sei quando voltarei para Inglaterra e nem sei quando serei capaz voltar aos gramados. Minha cabeça não está para fazer gol e sim nas famílias que perderam seus entes queridos. Meu assessor morreu nos meus braços”, revelou o atleta, chocado. “Dá para perceber o quanto é difícil. Aprecio o que o clube está fazendo por mim”, continuou o atacante togolês.

O ônibus que transportava a delegação de Togo pouco depois de cruzar a fronteira da Angola foi cercado e metralhado por rebeldes separatistas da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC). Além do assessor de imprensa, o motorista do ônibus também morreu. O goleiro Kodjovi Obilalé foi atingido, passou por operação e está em situação grave, mas estável – corre o risco de ficar tetraplégico.

Por conta disso, a Federação Togolesa de Futebol anunciou a desistência de participar da Copa Africana de Nações. Na volta para o Togo, Adebayor concendeu entrevista trajando uma camisa do Arsenal, seu ex-clube, do qual saiu brigado em grande polêmica. O jogador do Manchester City ainda aproveitou para explicar o deslize cometido. 

“Quando vim para cá (Lomé) eu não tinha nada para vestir, já que deixei toda minha bagagem no ônibus (em Angola). A primeira pessoa que pedi uma roupa emprestada foi para o meu irmão, que me deu a camisa (do Arsenal). No momento estávamos confusos. Peço desculpas pelo acontecido e espero que as pessoas entendam”, minimizou o atleta, que chegou a provocar os torcedores dos Gunners durante partida do Campeonato Inglês.

* http://www.abril.com.br/noticias/esportes/meu-assessor-morreu-meus-bracos-conta-adebayor-525838.shtml?utm_source=twitter&utm_medium=microblog&utm_campaign=twitter-abril


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Comentários:
3
  • Danilo disse:

    Impressionante como o torcedor de futebol tem o cerebro do tamanho de uma cabeça de agulha… o cara no pior momento que um ser humano pode viver… quase assassinado… viu um amigo morrer em seus braços… em estado de choque… sem comer… sem roupa…

    e ainda tem torcedor que liga pra camisa que o pobre coitado estava vestindo…

    PQP! Como o Mundo pode ser tão cruel e injusto!

  • Alisson Sol disse:

    Há suspeitas na Europa de que certas “zebras” da Copa das Nações Africanas estão sendo devido a má vontade de jogadores. A tal maldição das seleções já classificadas para a Copa do Mundo na África do Sul seria apenas um suposto boicote dos jogadores, que querem ir embora logo de Angola. Uma pena.

    É algo que certamente não vai ocorrer na África do Sul, pois lá o policiamento agora será bem mais reforçado.

  • Guilherme Guimarães disse:

    Chico, produzi este texto, e como acompanho diariamente o seu blog, pensei em contribuir de alguma forma, além dos cometários que já faço em suas postagens.

    Futebol 2010. Eis que o esporte é a esperança.

    Vão começar os campeonatos estaduais. O Brasil inteiro vive a expectativa de novamente respirar o futebol. Seja em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco, ou em qualquer Estado do país, o futebol mexe com a emoção de todos. Devido ao momento vivido no país, digo que este esporte inicia o seu calendário de 2010 em boa hora. Quando a bola começar a rolar, o brasileiro terá um alento, já que logo no início deste ano foi castigado com duas tragédias.

    O episódio da Enseada do Bananal, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e o terremoto no Haiti, fizeram várias vítimas brasileiras, e por isso, um número considerável de famílias perderam entes queridos. Os fenômenos naturais, chuva e tremor de terra, desencadearam o epicentro do sofrimento mundial e colocaram em xeque a esperança de todo um povo em relação a um futuro bom.

    Daí alguém pode perguntar: Mas qual o papel do futebol e dos esportes em geral nessa história toda? Como eles podem ajudar a massa nacional a superar as dores destes episódios? O futebol é sinônimo de alegria, paixão e deixa os brasileiros bem a vontade. Neste ano de Copa do Mundo, com certeza o esporte mais popular do país reunirá em um mesmo lugar várias tribos urbanas e torcidas adversárias, que juntas poderão renovar as esperanças por dias melhores. O papel do esporte solidariedade é proporcionar ao povo um pouco de amor e compaixão. É brincar com a memória, com a emoção e estampar no rosto de cada um o sentimento de patriotismo e felicidade. Exemplos de solidariedade no esporte devem ser louvados.

    Fred, atacante do Fluminense, com certeza merece destaque. Para quem acha que jogador de futebol é pão duro, está aí o exemplo. Ele emplacou duas belíssimas atitudes do final do ano para cá A primeira, relacionada a campanha de doações para o ex-jogador Washington, que atuou no tricolor das Laranjeiras na década de 1980 e 1990, e hoje sofre com a doença degenerativa conhecida como ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica. A partir de um leilão de uma camisa do elenco principal do Fluminense (autografada por todos os atletas), Fred arrecadou fundos para auxiliar no tratamento da doença do antigo ídolo da torcida do tricolor carioca. E o famoso caso do garçom, que recebeu do artilheiro R$ 30 mil Reias, que foram utilizados na compra de um novo veículo maior para a família do trabalhador de uma churrascaria do Rio. Na reta final do Brasileirão, o garçom, que torcia pelo Vasco, fez uma promessa de virar tricolor, caso o time das Laranjeiras não fosse rebaixado. Com a salvação confirmada, ele virou a casaca e a recompensa veio em grande estilo.

    Mencionando também outros esportes, no Vôlei, duas atletas da seleção brasileira, Fabi e Fabiana, participaram da entrega de cestas básicas para os atingidos pelas enchentes no Rio. Estes e outros exemplos motivam o brasileiro a acreditar mais ainda no esporte, seja ele de qualquer modalidade.

    Apaixonados pelo futebol e loucos pelo esporte. Brasileiro é assim. Onde tiver uma camisa verde e amarela, torce junto com ela.

    – Jardim América