Coluna do Emanuel Carneiro no site da Itatiaia:
* Em poucos dias sai a lista dos convocados da Seleção Brasileira para a Copa da África do Sul. Como dono da caneta que vai assinar a relação dos escolhidos, o técnico Dunga deve estar conversando muito com o seu travesseiro. Existem pressões por todos os lados e o treinador tem dito que é indispensável o convocado ter “espírito de equipe” e jogar pelo Brasil “como se estivesse recebendo um prêmio”- nada mais pertinente.
Nem sempre o melhor é convocado. Ainda estamos perguntando a razão pela qual Zizinho, o melhor jogador do país na época, não foi a Suíça, em 54; Dirceu Lopes, em 70; Falcão, em 78; Alex Talento, em 2006; ou Romário, em 2002, só para ficar em poucos exemplos.
Nada confirma que uma seleção tem que ser só de craques. Existem outros quesitos. Dunga aprendeu apanhando, teve humildade e já não se tem o direito de acusá-lo de aprendiz. Melhorou, ganhou estatura.
Faço estas ponderações para lembrar a Copa de 2006, na Alemanha. Fomos como favoritos, o que está se repetindo agora. Jogadores fundamentais chegaram à Copa como quase deuses. Ronaldinho Gaúcho era o melhor do mundo, campeão de tudo jogando pelo Barcelona. Adriano, o Imperador de Milão, e Ronaldo cada vez mais fenômeno. Deu no que deu. Adriano e Ronaldo com pornográficos quilos a mais e Ronaldinho Gaúcho deslumbrando com a mídia em cima dele, fracassaram. Parreira, o nosso técnico, disse com muita propriedade após a eliminação que fomos a “um jantar após um banquete”. Estava todo mundo saciado.
Neste momento, o técnico Dunga precisa ter cabeça fria, bom senso e nenhuma pressão para fazer a lista. Se ficar na sua, a imprensa pode ajudar muito. Vale a pena levar Adriano e Ronaldinho Gaúcho de novo?
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