O Vale do Aço foi a capital do futebol mineiro no último fim de semana. O jornalista Fernando Rocha fez um ótimo balanço da presença do Galo e da Raposa em Ipatinga sábado e domingo, do lado técnico e dos bastidores.
Confira em sua coluna de hoje no Jornal do Vale do Aço:
* “A única surpresa nos dois jogos que abriram esta semi-final do Mineiro, foi o empate do Ipatinga contra o Cruzeiro, por conta dos desfalques da equipe quadricolor em virtude de contusões e suspensões, enquanto o time celeste utilizou sua força máxima.
Sem poder contar com nada menos que cinco titulares importantes, quase a defesa inteira, – casos de Thiago Mathias, Max, Jailton -, além dos atacantes Amilton e Jajá, prá não falar ainda do “xerife” Márcio Alemão, já operado do joelho, o técnico Gilson Kleina teve que fazer um verdadeiro milagre para escalar o time e montar uma estratégia, em primeiro lugar visando não tomar gol, e depois tentar vencer, o que para a maioria da torcida e imprensa em geral era uma tarefa quase impossível.
Mas, contrariando todas as expectativas de uma goleada celeste, os reservas lançados, mesmo sem ritmo de jogo, tais como Éber, Leanderson, Danilo, entre outros, se superaram indo além das expectativas.
E, contando com as boas defesas e da sorte que tem acompanhado o excelente goleiro Douglas, o empate de 0 a 0 teve até um sabor de vitória para o Tigre, pois mantém acesas suas esperanças de classificação na segunda partida, a ser disputada domingo no Mineirão, onde o Tigre tem o costume de “passear” e se dá muito bem.
Se o artilheiro Alessandro estivesse nos seus melhores dias, teria feito pelo menos um gol no 1º tempo, quando saiu na frente do goleiro Fábio e desperdiçou uma grande oportunidade para marcar, além das duas bolas que carimbaram a trave celeste. No 2º tempo, o técnico Adílson Batista mexeu bem e táticamente foi perfeito ao deslocar Diego Renam para a direita e liberar Jonathan para atacar. A partir daí, deu um sufoco no Tigre, mas deixou escapar a vitória pelas falhas de finalizações.
Mestre no assunto, após o jogo de sábado nos vestiários, Vanderlei Luxemburgo usou um mexerico de Candinha, envolvendo ainda a chiadeira do América contra a arbitragem, para desviar a atenção da torcida, quanto à péssima atuação do time no 2º tempo do jogo, em que só ganhou do Democrata por 2 a 1 e não tomou o empate no final por milagre. A equipe atleticana sob seu comando não consegue manter o equilíbrio na maior parte do jogo e alguns jogadores demonstram uma apatia incompreensível, o que à esta altura da temporada, seria inadmissível.
Outro ponto negativo nesta passagem do Galo por Ipatinga, foi a atitude arrogante da diretoria atleticana, que sem se informar e se importar com os aspectos e sutilezas da economia local, fixou um preço único de ingresso (R$35,00) inacessível à maioria da população, que é composta de assalariados e ainda não se recuperou totalmente dos efeitos maléficos da crise econômica. Às voltas com dívidas, desemprego, nem bem se livrou do IPVA, IPTU, etc, coisa e tal, o atleticano mortal assalariado do Vale do Aço teve de encarar este preço salgado do ingresso em dois jogos, um atrás do outro. Ficou então impossível, mesmo para os mais apaixonados, ir ao Ipatingão e apoiar o clube do coração, proporcionando a pior média de presença da torcida alvi-negra em jogos do Galo na região em toda a sua história, pouco mais de 5 mil pagantes.
Ciente do problema, a diretoria do Ipatinga colocou o ingresso antecipado do seu jogo com o Cruzeiro a R$ 20,00. No dia do jogo vendeu o que sobrou pelo dobro do preço. Resultado disso foi que todos os 12.150 ingressos permitidos para venda se esgotaram, embora dentro do Ipatingão estivessem no mínimo 15 mil torcedores presentes.
O torcedor do Vale do Aço deu novamente um show na parte relativa à segurança. Segundo a Polícia Militar, cujo trabalho preventivo e ostensivo merece os mais elogios, apenas três ocorrências foram registradas neste domingo durante a partida entre Tigre x Cruzeiro, envolvendo a prisão de dois flanelinhas, com os quais foram apreendidos R$ 400,00 extorquidos de torcedores; uma tentativa do roubo de um capacete de motocicleta e o bate-boca entre um segurança do estádio e um torcedor.”
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