Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Na Copa dos Campeões, Cláudio Caçapa torce pelo Lyon

Nessa reta de chegada da Copa dos Campeões da Europa, Cláudio Caçapa torce pelos seus ex-companheiros do Lyon, e concedeu boa entrevista ao Pedro Henrique Vieira, do site GazetaEsportivanet:

* Na torcida pelo ex-clube, Caçapa relembra fatos memoráveis no Lyon

Do correspondente Pedro Henrique Vieira – Belo Horizonte

Bastou a troca de milênio para que a vida do Lyon no futebol francês e mundial tomasse outro ritmo, um ritmo acelerado de conquistas e de prestígio na Europa. Após 28 anos inglórios, o clube conseguiu abrir uma nova série de títulos ao conquistar a Copa da Liga Francesa, em 2001, e triunfar, pela primeira vez, no Campeonato Francês, no ano seguinte.

Depois disso foi dada a largada para uma sequência de conquistas e a consagração no futebol francês. Sete títulos nacionais seguidos e a hegemonia consolidada. Agora o Lyon sonha ainda mais alto, e muito alto: ser o melhor da Europa erguendo a taça da Copa dos Campeões. Chegar às semifinais já é algo inédito. O objetivo agora é eliminar o alemão Bayern de Munique para ir à final. O primeiro jogo será nesta quarta-feira, na Alemanha, e depois o Lyon decide em casa, no dia 27.

O zagueiro Cláudio Caçapa, revelado pelo Atlético, esteve presente na década de glória do clube francês. O jogador chegou ao Lyon em 2001 e conquistou 12 títulos pelo clube, sendo seis triunfos do Campeonato Francês. Em um bate-papo exclusivo com a Gazeta Esportiva.Net, Caçapa, hoje com 34 anos, defendendo as cores do Cruzeiro, está na torcida por seu clube do coração na Europa. O zagueiro contou fatos memoráveis dos momentos felizes que viveu no Lyon e diz que ainda sonha em voltar para a Europa.

GE – Como você enxerga essa campanha do Lyon na Liga dos Campeões?
Cláudio Caçapa – Já é algo inédito, porque o Lyon nunca conseguiu chegar nas quartas de final da competição, e chegando agora às semifinais, com certeza é algo que o presidente, comissão técnica e jogadores conseguiram concluir uma nova etapa no clube, porque hoje eles estão entre os quatro melhores da Europa. No meu tempo a gente já queria passar para as quartas de final. Fiquei muito feliz mesmo de saber que o Lyon está nas semifinais porque era algo que eles queriam muito.

GE – Você acredita que o Lyon possa passar pelo Bayern de Munique?
Caçapa – Não vai ser fácil chegar à final. Estar entre os quatro já é muito bom. É lógico que o Lyon quer ir para a final, quer ser campeão. O jogo contra o Bayern vai ser difícil, complicado, mas acho que pelo retrospecto que o Lyon tem contra o Bayern, é possível conseguir essa classificação. Nos jogos anteriores que eu me lembro ter jogado, ganhamos por 3 a 0 na França e depois vencemos por 2 a 1 na Alemanha.

GE – Qual o seu palpite para esse duelo contra o Bayern?
Caçapa – O Lyon é um time que marca bastantes gols. Espero que eles possam ganhar de 1 a 0 lá (na Alemanha) ou conseguir um empate em 1 a 1. Isso já vai ser bom. Depois decidir em casa, com a força que o time tem, com o entrosamento que eles estão agora nessa reta final e também com o apoio da torcida, acredito que, em casa, eles possam ganhar.

GE – Passando para a final, você acredita que o clube possa ser campeão? O adversário será Barcelona ou Inter de Milão, que disputam a outra semifinal.
Caçapa – Acredito primeiramente que eles têm condições de passar para a final. Ser campeão é algo extraordinário que pode acontecer no clube, mas primeiro tem que passar para a final. Aí vamos ver depois com quem será a disputa. É um jogo só e, com certeza, o Lyon tem possibilidade de ser campeão sim.

GE – Você marcou época na zaga do Lyon. E agora, como você avalia o setor defensivo do clube, que tem o brasileiro Cris, com quem você jogou, o Bodmer, Boumsong…
Caçapa – O Lyon sempre procura fazer muitos gols e não sofrer tantos. No campeonato francês deste ano não foi assim, eles sofrem muitos gols, não conseguindo manter a média dos anos anteriores (nesta temporada sofreram 41 gols em 41 jogos). Mas são jogadores experientes, que estão super motivados para conseguir essa vaga na final e ser campeão da Champions. Eu tenho bastante confiança no setor defensivo do Lyon sim.

GE – Você saiu do Atlético no começo da década, chegou ao Lyon em 2001, com 24 anos. Como foi essa transferência, essa mudança de ares na sua vida?
Caçapa – Foi muito bom, o Lyon foi inesquecível na minha vida. Tive algumas dificuldades no começo, não falava o idioma, estava muito frio quando cheguei, mas o que me ajudou muito foi a recepção. Fui muito bem recebido por todos, pelos jogadores e comissão técnica. Quando cheguei, os brasileiros Edmílson e Sonny Anderson me ajudaram muito nessa etapa porque não falava nada. Para mim foi algo maravilhoso, algo que vou guardar. Tenho vontade de voltar a morar na Europa porque me dei muito bem ali.

GE – Nessa sua passagem pelo Lyon, o que mais te marcou?
Caçapa – De tudo um pouco. A vida que eu tinha lá era maravilhosa junto com minha esposa e com meu filho. Os treinamentos, jogos, as emoções nas partidas da Champions, fizemos muitos jogos que ficam marcados, como os confrontos contra o Barcelona, Real Madrid, Milan e Inter de Milão. E também a cidade, que me acolheu muito bem. A reunião com os brasileiros Juninho, Fred, Cris, Nilmar, Élber, Edmílson, enfim, a família que a gente construiu lá foi algo que vai ficar marcado por toda minha vida. As amizades, o pessoal da igreja também. O Lyon ficou marcado para mim e hoje é o meu time do coração na Europa.

GE – Foram vários títulos com a camisa do Lyon. Quais os mais memoráveis para você?
Caçapa – Dois títulos. Logo no primeiro ano que cheguei conquistamos a Copa da França e, na final, joguei contra o Mônaco, ganhamos por 2 a 1, e fiz um gol. Isso ficou marcado porque foi o primeiro título do clube depois de 28 anos e logo nos meus primeiros seis meses de Lyon. Foi algo fantástico, uma festa maravilhosa. E também o primeiro título do Campeonato Francês em 2002. O Lyon nunca tinha sido campeão dessa competição, e no segundo ano que eu estava lá nós conseguimos esse fato. Então esses dois títulos ficaram marcados.

GE – Ficou algum tipo de mágoa com o clube por você ter saído em 2007?
Caçapa – Não. Foram seis anos e meio de muita alegria, com prazer em jogar futebol, com prazer de ir ao clube todos os dias. Não tenho que reclamar de nada, se eu pudesse, viveria tudo de novo. Quero voltar a morar lá, quem sabe um dia até voltar a trabalhar, fazer algo pelo Lyon. Quando vou lá visitar alguns amigos, o pessoal ainda lembra de mim. Então não tenho nada a reclamar, muito pelo contrário, só elogiar.

GE – Por que você saiu do Lyon e foi para o Newcastle, da Inglaterra?
Caçapa – Primeiro que eu estava há seis anos e meio no clube e tinha uma vontade muito grande de falar inglês. Se eu pudesse queria ter permanecido no Lyon, até queria encerrar minha carreira por lá. Mas o clube queria renovar comigo e fizeram uma proposta para mais um ano de contrato, e eu queria, no mínimo, mais dois. Não conseguimos chegar nesse acordo e resolvi mudar um pouco também, achei que era hora de mudar, conhecer outro país, língua diferente, cultura diferente, e foi por essa razão que eu saí do Lyon.

GE – Você ficou no Newcastle de 2007 até 2009, quando veio para o Cruzeiro. Como foi essa a readaptação no futebol brasileiro? Você está gostando?
Caçapa – Está sendo ótimo, o Cruzeiro abriu as portas para mim e estou muito feliz, de verdade, porque aqui encontrei uma estrutura fantástica, algo enorme, maravilhoso. O clube te dá todas as condições de você trabalhar, e trabalhar bem. Não tenho que reclamar de nada, muito pelo contrário, tenho que dizer o tanto que esse clube é grande. Vim para um dos maiores clubes do Brasil, em um time que joga para frente, para vencer. Essa volta está sendo ótima, estou mais perto da família, me sentindo em casa, então estou muito feliz.

* http://www.gazetaesportiva.net/nota/2010/04/19/632150.html


» Comentar

Comentários:
6
  • Maria Alice disse:

    Bruno, tente ver o futebol com mais tranquilidade, mais leveza.
    Não vale a pena tanto rancor.
    A sua opinião é importante mas os outros tem direito de se expressarem também. Tudo na vida tem dois lados e às vezes até três.
    Reflita se você deve realmente usar o termo Pobre Caçapa…
    Depende também qual é sua visão para POBRE.

  • Bruno Silva disse:

    Pobre Caçapa… Jogou em doi clubes de massa, de gde torcida, O Galo no Brasil e o Lyon da França. Agora joga em um clube sem identidade, sem brio, formado por meros simpatizantes, como este aqui em cima. Triste fim de carreira…

  • J.B.CRUZ disse:

    No depoimento de Cláudio Caçapa é que se vê a diferênça das pessoas..Caráter..Respondeu as perguntas com a alma leve, agradecendo aos clubes por onde passou e ainda reconhecendo o CRUZEIRO como o maior de Minas, nem por um momento lembrou do Clube Atlético Mineiro..Será porquê?

  • audisio disse:

    Isso é que dá foi jogar no Cruzeiro e agora fica de fora vendo os outros decidirem.

  • Anderson Palestra disse:

    Concordo plenamente Stefano.
    É um ex-jogador em atividade. Teremos que aguentá-lo até o meio do ano que vem.

  • Stefano Venuto disse:

    O Caçapa é bananeira que deu cacho.