Se não foi o melhor jogo da seleção até agora, foi o melhor para se trabalhar. O estádio Moses Mabhida, além de muito bonito, é prático, de fácil acesso e confortável, quase no centro de Durban. A cidade tem alguns visuais que fazem lembrar o Rio de Janeiro, e a temperatura de Belo Horizonte.
Difícil dizer quem tinha mais torcida presente, mas a do Brasil se destacou pelos coros e gozações dirigidas ao atacante Cristiano Ronaldo, chamando-o de “paneleiro”. Claro que a expressão usada não foi essa, do português de Portugal, e sim a nossa tradicional, usada em nossos estádios. E ele respondeu dando muito trabalho à zaga brasileira.
O jogo foi em ritmo de decisão, com Portugal jogando fechado, mas sem pontaria para aproveitar os contra-ataques. Quando acertou o gol, Júlio César fez diferença. O Brasil sentiu muito a falta de Kaká e Robinho, onde estão a criatividade e as arrancadas da seleção. Os dois times não tiveram medo da cara feia um do outro e obrigaram o mexicano Benito Archúndia a distribuir cartões amarelos para Juan, Felipe Melo, Luiz Fabiano, e para os portugueses Duda, Pepe, Tiago e Fábio Coentrão. Deveria ter aplicado mais, porém, poupou quem já estava amarelado para evitar expulsões.
Portugal manjou que Michel Bastos estava mal, com medo da bola, e no segundo tempo o técnico Carlos Queiroz mandou carregar o jogo pelo lado esquerdo da defesa brasileira, e a estratégia quase deu certo. Dunga demorou colocar Ramires, e só o fez porque o Julio Baptista se machucou. Entrou bem na partida e a melhor defesa do goleiro português Eduardo foi de um chute dele.
O empate sem gols ficou de bom tamanho para os dois lados.
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