É normal que atleticanos e adversários façam referências à tristemente famosa “Selegalo” de 1994, para falar do atual momento alvinegro.
Os “galistas” têm pavor, os secadores torcem fervorosamente para que o resultado se repita agora.
Eu era repórter da cobertura diária naqueles tempos e a única semelhança que vejo é em relação à visibilidade proporcionada por jogadores famosos contratados.
No resto, absolutamente nada a ver.
A começar pelo treinador. Ao invés de ele indicar os contratados, ele é quem foi contratado para agradar a um jogador. A grande estrela da companhia, Renato Gaúcho foi quem indicou o amigo dele, Valdir Espinoza, para ser o “técnico”.
Indicou outro amigo, o centroavante Gaúcho, que vivia do nome feito no Flamengo, ao lado do mesmo Renato.
O departamento médico do Atlético vetou a contratação do lateral direito Luiz Carlos Winck, que tinha um problema crônico. A diretoria contratou assim mesmo.
Numa bela manhã, Renato Gaúcho chegou na Vila Olímpica, olhou no quadro que haveria treino em dois períodos. Pegou a esponja e simplesmente apagou a programação do treino previsto para a tarde. E ficou por isso mesmo!
A outra estrela da companhia era o hoje comentarista Neto, que ano passado, durante a Copa das Confederações, deu entrevista a mim, contando mais detalhes daqueles tempos. Inclusive pediu desculpas públicas à torcida do Atlético. Quem pesquisar neste mesmo blog, vai achar trechos da minha conversa com ele, cuja gravação foi passada na Rádio Alvorada FM, no programa Só Esportes, do Flávio Carvalho.
Neto conta que não conhece noite melhor que a de Belo Horizonte, graças àqueles tempos de “Selegalo”.
Durante as preleções, Espinoza fumava cinco cigarros, soltando fumaça na cara dos jogadores.
O filho dele era preparador físico do time.
A situação chegou ao ponto de ele comandar treino pelo telefone, direto do apartamento onde morava, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O filho, chamado Rivelino, no meio do gramado, ouvindo as instruções do pai, pelo celular.
Não tinha como dar certo.
Neto, camisa 10 da Selegalo, hoje comentarista da Band, em foto ao lado de Luciano do Vale, na África do Sul em 2009
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