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Lembrar o passado para entender o presente

Comparar jogadores, treinadores e dirigentes exige memória boa ou pesquisa de qualidade. Ontem um repórter de rádio foi infeliz ao dizer que técnicos ao estilo Toninho Cecílio, do Grêmio Prudente, não existem mais. Falava da gritaria à beira de campo e modos grosseiros do cidadão. Felizmente foi corrigido na hora por colegas melhor informados.

 

Paciência

 

O assunto veio à minha mente por causa do momento ruim vivido pelo Atlético. A solução? Paciência! O erro foi na estratégia e apelar para as tradicionais saídas imediatistas pode piorar a situação. Ninguém contesta a competência do treinador. Não tenho dúvida que ele errou na dose ao mandar um time inteiro embora e contratar outro. Agora é aguardar! Faz lembrar passagens da história, quando Napoleão Bonaparte resolveu invadir a Rússia e Hitlter invadiu a União Soviética. Ambos derrotados pela força dos adversários, ajudados pelo “General inverno”.

A diferença é que no futebol a guerra é outra e há oportunidades de reação.

 

Experiências

 

Além da “Selegalo, de 1994”, o Atlético viveu um pesadelo semelhante dez anos antes. Foi em 1984, quando assim como agora, contratou o então melhor técnico do Brasil, Rubens Minelli. Bi-campeão com o Internacional em 1975/76, tri com o São Paulo em 1977 (em cima do próprio Galo no Mineirão), foi um fracasso em Belo Horizonte. Durou seis meses; demitido em função da pressão da torcida.

 

Ovo de páscoa

 

Recorrer ao passado é importante, porém é importante lembrar também a diferença de cada momento. A “Selegalo” fracassou por falta de comando. Já o time do Minelli, apontado na época pela revista Placar como o “campeão antecipado” do Brasileiro, por arrogância. Quando chegou, o treinador disse em sua primeira entrevista que o time era um “ovo de páscoa”: bonito por fora, mas oco!

 

Má vontade

 

Rubens Minelli ganhou a antipatia de um grupo de tinha jogadores como João Leite, Nelinho, Luizinho, Valença, Cerezo, Heleno, Reinaldo, Éder e outros de grande qualidade. Por “coincidência”, o time só voltou a ganhar quando ele foi demitido, depois de seis péssimos resultados no Brasileiro daquele ano. O presidente era Elias Kalil.

 

Outra história

 

Elias Kalil foi o maior presidente da história do Atlético, mas a situação dele era diferente do filho Alexandre, hoje. Na época Minelli encontrou um elenco de estrelas e não teve tempo de indicar a contratação de nenhum jogador que pudesse criar um ambiente ruim no grupo. Ao contrário do elenco atual, quase 100% proposto por Vanderlei Luxemburgo.


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Comentários:
7
  • Jota Miguel disse:

    Já dizia Carlos Drummond de Andrade:”no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho, e essa pedra chamava-se BARCELONA…

  • mano él disse:

    o melhor treinador até hoje na minha opinião foi o zé galo

  • mauricio souza disse:

    Foi o filho do Elias Kalil, que contratou o Luxa. E a torcida carregou nas costas, o Luxa, o Obina, o Carceres, o Diego Souza, o Ricardinho

  • Paulo Koller disse:

    Cesar, concordo com suas observações, mas infelizmente o “investimento Luxa” afeta sim o “investimento Levir” (a melhor opção) e explico: se é verdade que a comissão técnica do Luxa custa R$700 mil/mês, caso o clube o demita e a clausula de rescisão seja de 50% de salários, o clube teria que pagá-lo R$ 5,4 milhões para que ele fique em casa; caso a multa seja de 100%, a conta dobra: quase R$ 11 milhóes. O Galo não tem a mínima condição de arcar com estas despesas MAIS o salário do Levir. A solução é torcermos para que o time se acerte rapidamente, ou, na pior das hipóteses, ele saia por conta própria.

  • cesar disse:

    Caro Chico relamente temos que puxar,sim pela memória.Duvidar da competência do Luxa jamais.Só que ele treinou o Real Madrid e feijão desandou.Ele estava treinando o Santos e trando o Robinho o time tinha maioria desta turma que esta lá,e a coisa não andou também.Basta ver que o discurso não esta legal.Não tem honestidade dele no discurso.Ele vai pular do barco sim,se umas três ou quatro rodadas o time não vencer.Com um detalhe vocês da imprensa que o blindam,vão tomar paulada de tudo quanto é lado.Duvido que trazer o Levir de volta ficaria mais caro que este investimento “Luxa”

  • mauricio souza disse:

    Tenho minha opinião a respeito do Elias Kalil. Acho que ele pegou o que o Galo já fez de melhor na base, e nunca ganhou nada, a não ser campeonato mineiro.

  • Chico,

    A estratégia de Luxemburgo no galo não dará certo. Por isso esse pedido de paciência é inócuo. O galo precisa restruturar suas categorias de base, desistir de medalhões e contratar jogadores raçudos e competitivos e não mascarados como Tardeli e Diego Souza. Se isso não acontecer, infelizmente nos transformaremos num novo Bahia, Clube de torcida e tradição que já não figura entre os grandes do Brasil.