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Menos, gente! Menos!

Como diz o jornalista Rogério Perez: “Menos, gente!

A esmola quando é demais, o santo desconfia. A revista Veja exagerou na dose ao falar de Sete Lagoas

Do jornal Sete Dias:VAGABUNDOS_003

“Veja só!” 

Raul Seixas diz em sua música: “…eu não preciso ler jornais; mentir sozinho eu sou capaz…”.

A revista Veja quer contribuir com este descrédito da imprensa escrita ao publicar com destaque na edição desta semana (2.180), uma seção especial focalizando “As 20 metrópoles brasileiras do futuro”.

Sete Lagoas está reportada entre elas, porém, quem é daqui, pensa que o texto assinado por Vinícius Segalla, se refere a um outro lugar.

Começa intitulando nossa cidade como “O balneário industrial – fincada em um cenário bucólico, ela abriga casas de veraneio dos ricos de Belo Horizonte, que viajam apenas 70 quilômetros para desfrutar os sítios e chácaras situados às margens dos seus lagos”. Não fosse a distância, pensaríamos que estivesse falando de Capitólio (Escarpas do Lago) ou de alguma cidade do interior de São Paulo.

Dentre outras viagens e fantasias, diz que a nossa renda per capita anual é de R$ 18 mil. O que é isso senhores? Cidade do chão de fábrica entre os mais baratos do mundo, onde operários do gusa, chamados pejorativamente de “peões”, ganham salário mínimo. Quando empresas como a Bombril e Iveco vieram, foram orientados por empresários locais e prefeitos de plantão a não pagar os salários que pretendiam pagar: dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo, no caso da Bombril (início dos anos 1980) e Betim (Iveco, fins dos anos 1990). Seria a chance de jogar para cima a economia local e melhorar a faixa salarial de todos.

Hoje, onde a Veja achou essa renda per capita?

A Editora Abril, dona da revista, espalhou faixas na cidade convidando as pessoas a comprar esta edição, chamando a atenção para essa reportagem. Ou seja; o negócio é vender, exemplares e anúncios.

Esqueceu de contar aos leitores que empresários que tentam apostar neste pseudo desenvolvimento enfrentam toda sorte de problemas crônicos, a começar pela pobreza da maioria da população, da falta de poder aquisitivo, da falta de programas sociais voltados às periferias, onde as drogas tomaram conta, chegaram ao centro e hoje o crack predomina.

A criminalidade chegou a níveis tais, que uma cafeteria aberta recentemente recebeu a recomendação de autoridades da segurança para não funcionar após as 19 horas.

Em um outro caso, uma sorveteria conhecida já fez incontáveis apelos a todas as entidades e autoridades possíveis, mas até hoje não conseguiu ficar livre de pedintes e drogados em sua porta, ameaçando sua clientela.

Quem vive aqui tem plena consciência que o nosso futuro pode ser realmente promissor com a mudança de perfil econômico pela qual podemos passar efetivamente. A Iveco está trazendo empresas parceiras de peso, a inauguração do Shopping em outubro promete muito e há perspectivas que a Ambev acrescente algo mais que impostos ao dia a dia da cidade e região.

Mas a abordagem da Veja mostra uma Sete Lagoas irreal, cujos sucessivos homens públicos e grande parte do empresariado só enxergam a Serra de Santa Helena de um lado e a BR-040 de outro.

Aliás, uma BR mal construída, já estrangulada e que só dificulta o desenvolvimento. Sob o olhos omissos e de curto alcance das lideranças que se revezam no poder.

A essa altura quadrilhas do crime organizado de São Paulo, Rio e outras praças já puseram Sete Lagoas em seus roteiros, já que vão acreditar no que a revista Veja falou, deste “balneário industrial”, que só existe no papel e na cabeça de muitos sonhadores.

 VAGABUNDOS_001

A revista Veja não mostrou nem falou de cenas como essas, por exemplo, numa das praças da cidade, entre duas das principais lagoas deste “balneário industrial”, a José Felix (do Clube Náutico) e Boa Vista, a caminho da estrada que leva à Iveco e Ambev, por exemplo.

Fotos feitas por mim, sábado, às 14h30!


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Comentários:
22
  • Erich disse:

    Olá meu amigo Chico… fiquei sabendo hoje dessa publicação da Veja… e vou te falar viu… quando li….. fiquei oim plena certeza de que os editores da revista, ou não conhecem nossa cidade, ou a matéria foi paga por interesses politicos …simplesmente ridiculo !!!

  • Ronan Inacio disse:

    Chico, ótimo artigo. Sete Lagoas é uma cidade com grande potencial, mas tem sofrido muito com más administrações sucessivas e a eterna falta de planejamento.

    ACORDA, SETE LAGOAS!

  • Eunice Braga disse:

    Como amante da cidade de meu coração 7lagoas-MG eu me orgulhei um tanto quanto ao vê-la citada numa revista de repercussão nacional, logo em seguida é CLARO!!! Da que busquei para conseguir os recursos que NUNCA obtive nas belezas de Minas Gerais… Marabá-PA (O tigre da Amazônia!!!)
    Claro que não podemos desmerecer a Bela 7Lagoas… Mas vamos convir, pois quem está ai bem sabe a realidade…Status é o tema principal… Viver o Luxo e padecer o Bucho acima de tudo…
    E ai está os especialistas que entendem do assunto falando toda verdade sobre a matéria inserida na Veja…
    Parabéns Chico e todos que comentaram.
    Eunice Braga – Setelagoana que reside na cidade de Marabá-PA.

  • Fernando Paiva disse:

    Chico,

    apenas para esclarecer acerca da renda per capita. Renda per capita é o resultado da divisão do PIB (Produto Interno Bruto) pelo número de habitantes daquela determinada região onde foi apurado o PIB.

    PIB é, basicamente, “a soma de todos os serviços e bens produzidos num período (mês, semestre, ano) numa determinada região (país, estado, cidade, continente)”. Portanto, o PIB nada tem a ver com massa salarial, e renda per capita nada tem a ver com salário médio.

    Assim sendo, está correta a renda per capita demonstrada na reportagem. Apesar disto, concordo plenamente com a “pobreza”da reportagem, que deixa a desejar em todos os aspectos, lembrando aquela famosa frase do Chacrinha: “eu vim para confundir, não para explicar”.

    Um abraço,

    Fernando Paiva

  • Renato Paiva disse:

    GENTE, GENTE….
    COMO DIRIA O FILÓSOFO, UMA COISA É UMA COISA E OUTRA COISA É OUTRA COISA.
    NÃO CONFUNDAMOS RENDA PER CAPITA COM MÉDIA SALARIAL!

  • Paulo Henrique disse:

    Menos JB! Muito menos! Não misture paixão clubística com discussão sobre políticas públicas e jornalismo mal feito.

    Eu fui um dos que criticou os jogadores do Cruzeio e o Valdir Barbosa, da mesma forma que estou criticando a revista Veja.

    Mentira nunca faz bem – seja contra ou favor de sua cidade.

    Houve exagero nas críticas do Cruzeiro à Arena, da mesma forma que teve exageros e mentiras na matéria da revista.

    Não aceito críticas mal feitas e mal direcionadas, da mesma forma que elogios mentirosos não vão levar a cidade a lugar nenhum.

    Ficar orgulhoso de mentira é alienação! Se calar perante críticas injustas, idem.

  • Basilio disse:

    Chico, atualmente, é grande o número de cidades que abrigam moradores de rua em suas praças. É um problema social que abrange o país. Somos um país de economia emergente, mas a distribuição de renda é uma das piores do mundo.
    É o marketing perfeito, nossas autoridades vendem uma imagem que não condiz com a nossa realidade. Aos olhos do mundo, somos vistos com camisa de luxo, mas existe uma grande parcela da população vivendo à margem da pobreza a qual falta tudo.

  • J.B.CRUZ disse:

    Nimguém entende o ser humano, nem ele mesmo..Senão vejamos: Quando o CRUZEIRO começõu atravéz de alguns jogadôres a reclamar do campo do Democrata, foi um DEUS NOS ACUDA por parte dos Sete Lagoanos..Agressões verbais a jogadôres e Diretores do CRUZEIRO atribuindo a eles falas maldosas até a Cidade..Frequentei SETE LAGOAS algumas vezes acompanhando o CRUZEIRO nas décadas de 50 e 60 em jogos pelo campeonato mineiro contra Bela Vista e Democrata e sempre achei uma das Cidades mais acolhedôras do interior..Quando uma revista de âmbito nacional (VEJA) coloca o nome da Cidade entre as 20 melhores em um universo de 5.500 municípios, era, penso eu, para o povo ficar cheio de orgulho por sua cidade..Mas, surprêza!!!Os mesmos que antes criticaram jogadôres de um clube(CRUZEIRO0 por mostrar alguns defeitos no gramado, agora deitam falação na revista…Vai entender!!!

  • Eduardo Angelo disse:

    Chico,

    O colega Alisson já teceu um comentário interessante sobre a renda da cidade. A média salarial é alta, devido a alguns poucos endinheirados que ganham muito, entretanto o desvio padrão disso aí é altíssimo. O mesmo ocorre em outros municípios como Nova Lima por exemplo. A região dos condomínios puxa a renda per capita prá cima enquanto a sede do município mesmo fica a míngua. É o caso de dois frangos para duas pessoas que dá a média de um frango per capita, mas esqueceram de perguntar se um comeu os dois frangos.

    Coisa típica desta revista que outrora era de confiança. Atualmente publica matérias como a que publicou falando sobre as reservas indígenas e colocaram frases na boca de um dos maiores antropólogos do país. Além das matérias políticas altamente tendenciosas e levianas. Tanto que sempre perdem as ações contra ela na justiça. Vide a que o jornalista Paulo Henrique Amorim ganhou de Diogo Mainardi e os Civita.

    Abraços,

    Eduardo

  • Alisson Sol disse:

    Chico,

    Infelizmente a definição de “Renda per capita” é um parâmetro econômico, sem muito contexto social. É o eterno problema da “média”: se você tem 9 pessoas recebendo R$500,00/mês, e uma recebendo R$50mil/mês, a “média salarial” desta 10 pessoas é R$5450/mês, o que não representa o salário de ninguém na amostra.

    O que deve estar ocorrendo é que muita gente em Sete Lagoas está ganhando muito bem, para compensar todos estes que não estão com salários tão bons…

  • Edmar Ávila disse:

    Chico, ótimo comentário. Aqui em Sampa já vieram falar comigo sobre isso. Eu recomendarei o seu blog.

    Abraço

  • Luís Viana disse:

    Chico,

    Sete Lagoas é minha segunda cidade (primeiro vem minha querida Montes Claros). Gosto muito da cidade, mas a verdade nua e crua é que Sete Lagoas padece de inúmeros problemas, a começar da questão do emprego, passando pela segurança, pela saúde e pelo transporte.

    Quem ve o parque da Cascata, que poderia ser dos principais pontos turísticos da cidade, e seu abandono (nem mesmo transporte paar o local existe), quem vê a falta de opção de lazer (assim como em BH lazer é sinônimo de barzinho). A cidade conta com poucos clubes de lazer, com poucas salas de cinema e aqui acaba as opções de lazer da maioria da população da cidade.

    Sempre fiz questão de passar a virada de ano em Sete Lagoas, aí acabaram com os fogos na Lagoas e meus filhos optaram por vir para BH.

    No que toca aos pedintes Sete Lagoas pode-se dizer uma cidade privilegiada: BH, Montes Claros, Valadares, Ipatinga sim assustam.

    O sistema de transporte ainda deixa muito a desejar. Quem sai a noite sabe o sofrimento que é depender do transporte publíco.

    Mas apesar de tudo a cidade é bela e acolhedora, precisa sim de políticas publícas que transforme a cidade em opção real para o turista, potencial existe, basta investimentos, e que não demandam nenhuma fabúla.

    Assim, aliado as novas oportunidades que vão surgindo naturalmentem, como o shopping e as empresas satelites de AMBEV e IVECO à boas ideias e o aproveitamento do que a natureza ofecerece a cidade pode chegar a ser sim um boa cidade para se viver. Por enquanto é só a cidade da qual gostamos.

  • Basilio disse:

    Chico, o progresso tem seus reveses e Sete Lagoas não é diferente.
    Mudando o tom da conversa, achei tão boa a atuação do árbitro de Atlético x Goiás, mas me estranha muito a escalação de um trio de Goiás para apitar Atlético x São Paulo, num momento em que o Galo disputa o não rebaixamento contra dois times goianos. Sei não, mas acho que o Kalil deveria intermediar esse entrevero entre Luxemburgo e Sérgio Corrêa.

  • Geovany Altissimo disse:

    Qualquer dia desses vou tomá uma com eles.

  • Geovany Altissimo disse:

    hehehe, que foto hein chico, sempre passo em frente a praça e vejo essa turma de bebum lá.

  • Renato Paiva disse:

    Chico,
    A renda per capita é a soma de toda a arrecadação da cidade dividida pelo seu número de habitantes.
    Se a renda de Sete Lagoas for realmente os 4 bilhões anuais e o número de habitantes os 225 mil citados na matéria, a conta não está tão errada. Daria 17.777,77. Eles devem ter arredondado para 18mil.
    Não podemos confundir RENDA PER CAPITA com MÉDIA SALARIAL. Aí, sim, são coisas muitos distintas. A média salarial de Sete Lagoas, pelo sentimento que nós moradores temos, é realmente muito baixa. Não me arrisco a dizer quanto porque não tenho dados.
    Já no ponto em que a Veja se refere ao Balneário, penso que estão falando em jornalistas endinheirados que vivem às margens da Lagoa da FV. Aí, estão cobertos de razão!! kkk
    Abraço!

  • Frederico Dantas disse:

    Comentei isso dias atrás aqui mesmo neste blog.

    De fato, parece uma matéria escrita por alguém que não visitou a cidade e/ou foi muito mal informado para escrevê-la. O texto de abertura, destacado acima pelo Chico, no mínimo nos confunde com Lagoa Santa.

    Leio Veja já há alguns bons anos. Não me assusta uma matéria mal feita como essa. a qualidade e imparcialidade do jornalismo feito pela revista vem caindo vertiginosamente ao longo destes anos.

  • Ronaldo Totoli disse:

    Eu tb estranhei muito qdo li a reportagem. Aliás, fiquei surpreso pq a cada vez que vou a 7L (vou umas 3-4 vezes por ano) a impressão q tenho é de q as coisas só pioram.

    Da última vez q estive, em junho ultimo, fiquei horrizado com o descaso das ruas (cheias de buracos), com a sujeira do centro e com a quantidade de mendigos por todos os cantos.

    Estarei em 7L agora no fim de setembro novamente e já estava esperando encontrar um oasis!! Por isso a leitura do blog se torna cada vez mais obrigatória…

  • jose nilceu alves pereira disse:

    Ola Chico,sei que nao é seu forte,mas de repente pode me ajudar?Lembra do narrador esportivo Luiz Otavio Pena?a alguns anos trabalhava na Radio inconfidencia.por a caso sabe onde anda o mesmo?se souber ficarei muito grato em saber .Sua narraçao era ¨Ta la dentro¨.lembra?
    Um abraçao Chico.

    – mateua leme mg

  • Geraldo Silva disse:

    hahahaha ao coronel da PM.

    Achei vcs meio ácidos… Sete Lagoas é boa cidade e apresenta problemas condizentes com cidades do mesmo porte. Não que devemos nos habituar a tais! Mas entendo que se todos tivessem a consciencia de apontar os defeitos, meio às virtudes, a situação do país estaria melhor. Embora o famoso ABC Paulista tenha “peões” melhores remunerados, a realidade do Brasil é semelhante a de vcs. Desvalorização de quem faz o Brasil crescer é rotina.

  • Paulo Henrique disse:

    Chico, parabéns pelo post!

    Ficou excelente! É esse tipo de matéria jornalística que pode contribuir para o desenvolvimento de Sete Lagoas.

    Sobre a revista Veja…. assino Casa Cláudia para minha esposa (que é designer). De vez em quando, a Abril me manda exemplares gratuitos da Veja. E estas são bastante úteis, uma vez que as tiro do plástico e jogo para meu cachorro brincar. Ele rasga a revista toda em picadinhos e alivia seu stress. Tirando isso, não vejo nenhuma utilidade na revista.

    Matérias culturais de baixo nível. Análises políticas ultra tendenciosas (não sou petista, antes que pensem nisso). Defesa de interesses de uma minoria privilegiada como se fosse bom para o interesse público. Lista de “mais vendidos” manipulada para alavancar vendas de porcarias. Excesso de matérias do tipo “receita de bolo” (os passos para uma vida sexual feliz….10 dicas para uma lipo segura, etc).

    A Veja se vangloria de denunciar corrupção, mas quando o Protógenes mexeu com os poderosos fez uma campanha covarde (apesar de eventuais falhas técnicas dele).

    A revista se diz paladina da moralidade ao denunciar com veemência um petista com dinheiro na cueca, mas faz vista grossa para crimes muito mais graves.

    Revista de baixo nível!! Se alguém ainda lê isso, cancele para seu próprio bem!

    Sobre a matéria de Sete Lagoas….provavelmente alguém pagou para que isso fosse publicado.

  • Stefano Venuto Barbosa disse:

    É Chico a Veja se fosse uma boa revista, de conteúdo, chamaria “Leia”. Essa revista virou panfleto Psdebista, muito fraca.
    Quando li a reportagem conferi duas vezes, para ver se estava falando de Sete Lagoas mesmo, porque para mim era o “céu de Maomé” com 10 virgens para cada homem.
    Falou que Sete Lagoas é uma mulher: Boa, rica, inteligente e bonita. Só esqueceu de avisar que é casada com um coronel da PM.