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Bagunça e medo afastam estrelas de jogos na Índia

O Brasil corre o mesmo risco da Índia: país sede dos Jogos da Comunidade Britânica, está queimando o filme com a avacalhação, atraso de obras e medo de estrelas do esporte de ir competir lá. 

Está na coluna de Rita Siza, na Folha de S. Paulo de sábado: 

RITA SIZA

Pior era impossível
O Brasil deveria estudar com atenção o caso da Índia e se certificar de que não vai repeti-lo 

OS JOGOS da English Commonwealth -uma espécie de olimpíadas inventadas pelos britânicos para poder ganhar umas medalhas que de outra forma estariam destinadas a americanos, russos e chineses- estão ameaçados de fiasco. As previsões de boicote coletivo, que pairaram na última semana, até foram levantadas, mas muitos dos nomes mais importantes do atletismo desistiram de participar no evento, temendo a má organização e a alegada insegurança das infraestruturas de Nova Déli, na Índia, onde vai decorrer a competição.
O supercorredor de velocidade Usain Bolt, da Jamaica, não vai participar, nem o queniano David Rudisha, que detém o recorde do mundo dos 800 m. O australiano do disco Dani Samuels também se retirou da competição, pelas mesmas razões que o inglês campeão mundial do triplo salto, Phillips Idowu: eles não confiam que vão ter as melhores condições para treinar, descansar e competir.
A poucos dias do arranque dos jogos, a situação é verdadeiramente inusitada. A aldeia olímpica para alojar os atletas ainda não está pronta, nem os acessos aos estádios e pavilhões das provas. Na semana passada, mais mil trabalhadores foram trazidos às pressas para terminar as obras, uma ponte ainda em construção junto ao estádio principal colapsou, ferindo 27 trabalhadores, e o tecto do pavilhão do halterofilismo parcialmente ruiu.
Antes de partir para a Índia, as delegações dos países diziam-se preocupadas com as “condições de higiene e saúde” que os seus esportistas iriam encontrar. “Quando se ganha a organização de uns Jogos como estes, existem mínimos que têm de ser providenciados. A organização não devia ter premiado Nova Déli”, criticou o presidente do comité olímpico australiano.
Mesmo que os Jogos ofereçam muitos momentos de emoção e espetacularidade, eles nunca serão bastantes para apagar a vergonha e o embaraço que o país sofreu. Os indianos foram acusados de complacência e incompetência -e de corrupção.
Com sete anos para se preparar, só começaram em 2008. As estimativas apontam para um custo total entre US$ 3 bilhões e US$ 10 bilhões, uma discrepância de valores que não tem o mínimo cabimento numa organização séria (e que faz destes jogos os mais caros da história do evento).
O Brasil, que como a Índia integra o lote do Bric e que, como ela, tem a responsabilidade de organizar os maiores eventos do esporte mundial, devia estudar com atenção este exemplo, e certificar-se de que, nem em 2014 nem em 2016, venha a encher páginas da imprensa internacional pelos mesmos (maus) motivos.


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Comentários:
1
  • é fácil saber quais erros o ex-treinador cometeu no time que desde 1971 não tem glórias nacionais:

    contratou jogadores do seu “cabide” de amigos e a maioria deles são jogadores que estavam em segundo plano em seus times, alguns brigados ou afastados, históricos de descompromissados com a torcida e clubes e nenhum deles era titular absoluto em suas equipes atuais. O pior de tudo, muitos deles chegaram em péssima forma física e mesmo assim eram escalados. vejam os jogadores dispensados e contratados e digam se o atletico mineiro contratou algum jogador TOP e indiscutível.

    O FUTEBOL NÃO TEM SEGREDOS, ALGUNS NÃO QUEREM ENXERGAR, PREFEREM ACOMPANHAR OUVINDO RÁDIO.