Tive a satisfação de rever ontem o Vitor Bastos, mas fiquei muito triste de ouvir dele que, está mal de saúde, e pessoas que ele achava que eram amigas sumiram, e nem se dignam a visitá-lo.
Os atleticanos mais velhos sabem quem é o Vitor e o que ele representa na história, especialmente da torcida. Para resumir, foi ele quem lançou, nos anos 1960, aquela batida forte da charanga seguida do grito de “Gaaalo!”.
É da geração que carregava Ubaldo Miranda nas costas, do estádio Independência até a Praça Sete.
Pôs o nome do filho de Reinaldo em homenagem ao artilheiro; pôs um genro para fora de casa porque descobriu que o rapaz era cruzeirense; maior cabo eleitoral dos craques do Galo que se candidataram a qualquer coisa. O primeiro a enfiar a mão no bolso e ajudar as torcidas a formarem caravanas de apoio ao time; primeiro a contribuir e liderar campanhas de ajuda a ex-jogadores ou funcionários do clube em dificuldades. Pode haver alguém tão atleticano quanto ao Vitor, mais que ele jamais.
Pois o Vitor Bastos, com lágrimas nos olhos, pediu que eu escrevesse: “avise à torcida que eu estou morrendo de câncer, mas que a única tristeza que tenho é que estou esquecido”.
Gastou o que tinha no tratamento dessa doença terrível, e pediu para registrar que três amigos estão ajudando-o: Nélio Brant, Carlos Alberto Costa e Ivo Melo. Respectivamente, um ex-presidente do Atlético, um ex-diretor da base e um ex vice-presidente de futebol. De três gerações diferentes.
Os ex-jogadores, especialmente aqueles a quem ele ajudou, nem uma visita ou telefonema.
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