“Prezado Chico,
Graças a um trabalho bem feito que está sendo feito pela nossa diretoria e pelos atletas, o América começou a aparecer na mídia de outros estados.
Estamos agora com um blog na globo.com capitaneada pelo Flávio Drumond, com colaboração dos Deca Amigos, Marinho Monteiro e Bruno Barroca.
Com uma tirada super bacana, o Flávio criou o caldeirão do Deca, onde dá oportunidades dos americanos colocarem seus pontos de vista e escrever sobre o nosso amado time.
Tomo a liberdade de te enviar uma crônica do Ramon Hendrigo, que expressa muto bem o que é ser americano.”
“Com tanto time para torcer, por que você escolheu o América?”
Penso que a grande maioria dos torcedores do América já escutou essa pergunta, mas qual seria a resposta?
Nunca pensei porque torço pelo Coelhão.
Uns podem dizer: “você é americano porque seu pai é americano”, mas meu pai é um americano filho de Palestrino… Outros podem dizer: “você é americano porque é rico”, mas se eles derem uma “ispiadinha” no meu contra cheque… Ainda poderiam dizer: “você é mesmo do contra”, mas eu já até votei no Lula…
Mas ser americano é diferente. Talvez os outros não nos entendam, pois o nosso sentimento é incomum. Não torcemos, amamos! Sim, amor! Aquele mais puro e incondicional. Aquele em que não há cobranças ou arrependimentos.
Acho que nossa relação com o América é irracional, instintiva, incontrolável, mas, ao mesmo tempo, singela. Não seguimos o fanatismo da violência, querendo impor uma superioridade. Para nós existe outro caminho.
Esse sentimento complexo nos une, faz dos americanos uma grande família, não uma torcida e isso nos traz o respeito de nossos adversários. Sim… americanos tem adversários e não inimigos, porque no amor não há espaço para o ódio.
Muitas vezes, escutei de nossos adversários: “eu admiro vocês, porque nunca abandonam o seu time, vocês são loucos!”. É… talvez sejamos loucos, loucos de amor!
Em nossos corações uma série B é maior que uma Libertadores; uma série C mais importante que um Brasileirão e a Sul Minas infinitamente superior a Liga dos Campeões. Esses títulos nem o Real Madrid conseguiu, coisa de maluco mesmo.
Loucura, amor, paixão, não sei definir ao certo o que nos move. Se isso é patológico, não quero me curar.
Não posso explicar o amor, não posso explicar o porquê sou americano, talvez esse sentimento seja estranho para aqueles que não conseguem amar o verde, preto e branco.
* Ramon Gregório, 30 anos, morador de Contagem. Uns dizem que sou professor de geografia, outros que sou consultor ambiental, alguns que sou um tatuado caretão, mas na verdade eu sou mesmo é AMERICANO!”
» Comentar