Li várias manifestações de torcedores aqui no blog a respeito das contratações feitas por Atlético e Cruzeiro no fim de semana.
Os atleticanos estão divididos em relação ao Guilherme, a maioria cética ou achando ruim.
Os cruzeirenses, quase indiferentes, numa posição mais fria, adotando a filosofia do Adilson Batista, “vamos aguardar!”.
Entendo que essa é a melhor postura em qualquer circunstância, pois tudo é possível, quando se trata de futebol!
Diego Souza fracassou no Galo e ontem foi um dos melhores em campo na vitória do Vasco sobre o Botafogo, com direito a um belo gol.
Dizem que ele começa sempre bem e vai caindo. No Atlético, nem isso. Foi mal o tempo todo.
Porém, quantos jogadores tidos como decadentes, se deram bem no clube? Muitos, e Diego Tardelli foi o exemplo mais recente.
Quando Obina foi contratado, a maioria também se manifestou contra, e depois reclamou adoidado quando ele foi embora.
Guilherme não é um “trombador” como tantos para os quais os atleticanos já bateram palmas.
Alguns rótulos são criados para pessoas e instituições, que acabam se perpetuando, verdadeiros ou não. Tudo na vida é momentâneo, de fases, mas as pessoas não param para avaliar e vão repetindo frases, passando adiante para outras gerações, que adotam velhos jargões e mitos como verdades eternas.
No futebol mineiro cresci ouvindo que o Atlético é o time da raça e de trombadores. Que só centroavantes assim se dão bem no clube.
Que o Cruzeiro é a “academia”, onde só jogadores técnicos e cerebrais dão certo.
Isso pode ter sido nos anos 1960/1970, mas a partir da década de 1980, nem tanto.
Reinaldo e Cerezo, por exemplo, nunca foram “trombadores”.
Os dois times tiveram jogadores técnicos, raçudos e cerebrais, com sucesso e fracasso.
As lembranças que tenho do futebol do Brandão são poucas, mas o fato de ser um “trombador” não pode ser premissa de que ele não vai dar certo no Cruzeiro.
Pode se dar bem sim, como tantos dessa característica que fizeram sucesso na Toca da Raposa, como Renato Gaúcho e Alex Alves, por exemplo.
Em sua primeira passagem pelo Cruzeiro, o camisa 10, Alex, com o seu estilo frio e cerebral foi um fracasso. Na segunda, ligado e correndo muito, fez história. Longe de ser um trombador, mas aliou a técnica refinada com garra e determinação.
Por isso, certo mesmo está quem diz: “vamos aguardar”!
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