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FMF e Ligas do interior faturam com o Campeonato, enquanto clubes têm prejuizo

Excelente reportagem do Jornal Hoje em Dia, na edição de ontem:

* Campeonato Mineiro: jogue e pague

Em metade das 44 partidas já disputadas pelo Campeonato Mineiro de 2011 a arrecadação não cobriu as despesas

Felipe Torres – Repórter

O primeiro Campeonato Mineiro disputado longe de Belo Horizonte tem se mostrado um fracasso nas arquibancadas. Dos 44 jogos da competição até o momento, a metade apresentou renda líquida negativa. Isso significa que os clubes mandantes pagaram para jogar. A debandada do público não poupou nem os grandes clubes do estado.

 
O cenário é consequência dos 75 quilômetros que separam a capital de Sete Lagoas e da capacidade limitada da Arena do Jacaré. O estádio tornou-se a “nova casa” de América, Atlético e Cruzeiro após o início das obras no Mineirão, em reforma para a Copa do Mundo de 2014.
A Raposa tomou prejuízo em duas das cinco partidas como mandante na Arena. Os borderôs referentes aos confrontos frente ao Ipatinga e Democrata-GV, pela quarta e sexta rodadas, apresentam valores no “vermelho”.
Apenas 1.664 pagaram ingresso para ver a vitória por 2 a 0 sobre o Tigre. A renda bruta chegou a R$ 25 mil, mas excluídas as despesas, o clube celeste arcou com R$ 5.613,00. Contra a Pantera, os 1.217 torcedores que compraram entradas não foram suficientes para evitar os R$ 800 a menos na conta bancária cruzeirense.
O Cruzeiro ainda cobra o segundo ingresso mais caro da competição, ao preço médio de R$ 21,54. Só é superado pelo Funorte (R$ 27,64). O preço alto, combinado às despesas da viagem à Sete Lagoas e a prioridade aos confrontos pela Copa Libertadores, acabou por afastar de vez o público celeste neste Estadual.

 
Já o América possui o quarto ingresso mais barato e mesmo assim os torcedores do Coelho não andam atraídos pelos compromissos do time. Nos três mandos de campo do América em Sete Lagoas, o clube pagou para jogar em todos – Ipatinga, Funorte e América-TO.

 
Nenhum deles registrou público superior a mil pagantes, sendo que diante do Funorte apenas 580 pessoas pagaram ingresso. O saldo negativo do América no Estadual acumula R$ 41.244, 00, quase R$ 14 mil por confronto. Por enquanto, somente o Atlético mantém os borderôs positivos entre os times da capital.

 
Porém, são os representantes do interior que ficam com o pires na mão. Com exceção do América-TO, as outras oito equipes amargaram resultados decepcionantes na renda líquida após jogos nos seus domínios.
O Tupi lidera esta estatística, com quatro balanços negativos em Juiz de Fora. O Carijó só conseguiu manter o azul na relação arrecadação x despesa contra o Cruzeiro, quando lucrou R$ 31.696. Na somatória, a Caldense surge no topo dos prejudicados ao contabilizar renda líquida negativa de R$ 20.561,00 no seu caixa.

 
O interessante é que a Federação Mineira de Futebol (FMF) e as Ligas Locais arrecadaram, em média, mais que Caldense, Uberaba, Democrata-GV e Tupi. Por encontro, as entidades, juntas, embolsam R$ 4.185,42. O Zebu do Triângulo Mineiro, por exemplo, perde, em média, R$ 934,63 a cada partida em casa.
Se comparados os públicos e rendas dos times de Belo Horizonte no Campeonato Mineiro de 2010, quando o Mineirão foi usado, com os desta edição, os reflexos da ausência do estádio se tornam evidentes.
Nos três primeiros jogos do Atlético no ano passado 68.512 pessoas – média de quase 23 mil, incluindo aí um clássico contra o Cruzeiro no dia 20 de fevereiro – rodaram as roletas do Gigante da Pampulha.
O movimento gerou uma receita líquida de R$ 707.258,75 ao clube. Os números são muito superiores aos dos verificados na competição de 2011. Agora, nos três jogos iniciais do Galo como mandante, 34 mil torcedores foram à Arena do Jacaré – média de 11.350. A renda líquida não passou de R$ 56.138, ou seja, mais de 12 vezes menos.
O Cruzeiro também colhe os prejuízos do não comparecimento da China Azul à Arena do Jacaré. Em 2010, nas cinco primeiras partidas na condição de mandante no Estadual, a Raposa contou com cerca de 45 mil pagantes no Mineirão, 9 mil por jogo.
Apesar da participação não ser expressiva, esta edição registrou a metade desta média, 4.093 torcedores. A renda caiu de R$ 830 mil – computando o clássico diante do Galo na sexta rodada de 2010 – para R$ 181.966 em 2011.

* http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/esportes/campeonato-mineiro-jogue-e-pague-1.256220


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Comentários:
3
  • Renato Paiva disse:

    Isso sim é um absurdo! Imaginem só as disputas de segunda e terceira divisões, em que a FMF leva 5% da renda BRUTA (tem cabimento!!?) e mais um valor fixo que varia entre 1.000,00 e 1.400,00, de taxa de participação no campeonato!! Ah. E a liga local leva 1% da renda BRUTA também.
    É UMA VERGONHA! ISSO PRECISA SER REVISTO, SOB PENA DE ACABAR COM O FUTEBOL.
    E a FMF nem um curso ou treinamento sobre qualquer tema, como o legislação do futebol (tributária inclusive), oferece aos seus filiados.
    A FMF deveria ser parceira dos clubes e não o contrário!!

  • Francisco Barbosa disse:

    O Rio Branco de Andradas faz muita falta também nessa questão, e era a menor cidade do Módulo I. (35.000 hab)

  • Gilmar disse:

    Por isso que o cruzeiro tá quebrado, a torcida não ajuda!!!

    Ainda dizem que são a maior de Minas,PIADA!!!