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Vale a pena ler de novo: um pouco da história de Walter Montillo e seu filho Santino

O técnico Cuca disse ontem, depois do jogo, que Montillo é um jogador especial, dentro e fora de campo.

Com toda razão.

No dia 22 de setembro do ano passado postei este texto, que vale a pena ser lido novamentre:

“Montillo é mais fera do que imaginávamos!”

Admirável dentro e fora de campo.

Wellington Campos sugeriu o texto. Emociona a qualquer um.

Li, gostei demais, e sugiro a todos, parabenizando ao autor Matheus Nerys e ao site www.cruzeiroec.net :

MONTILLO

Espaço do Internauta: Fuerza Santinno!

Por Matheus Nerys

Fala Nação Azul! O que falar do melhor camisa 10, quem sabe até o melhor meio campo, desde 2003, do saudoso Alex? Um meio campo com um toque de bola preciso, poucos toques para tirar um marcador, rápido e com visão de jogo. Mas o que mais chama atenção no Montillo é a sua humildade e seu profissionalismo.

Montillo nasceu no sul de Bueno Aires, no município de Lanus, e passou no teste para o time de base do San Lorenzo com 16 anos. Com 18, foi para o time profissional e começou sua carreira no futebol argentino.

Logo no inicio da carreira o baixinho Montillo teve um apelido, dado pelo roupeiro do San Lorenzo: “La ardilla”, traduzindo para o português seria ‘ esquilo’, por ser baixinho, rápido e não ficar preso a só um lado do campo. Depois de passar 4 anos no clube argentino , Montillo se transferiu para o Monarcas onde

não teve nenhum sucesso, porque teve 3 contusões e ficou no banco mais de um mês.

Ele foi repatriado pelo mesmo San Lorenzo no final do torneio clausura e, por isso, não jogou muito. Em 2008, Montillo se transferiu para o conhecido por nós: Universidad de Chile, a LaU, Por (pasmem) apenas U$1.000.000,00 . E lá se tornou um ídolo como está se tornando aqui. Mas nessa passagem, o técnico da laU criou mais um apelido para o nosso habilidoso camisa 10 : “El buque insígnia”, que é uma grande embarcação que guiava as outras para que a seguisse, ou seja, Montillo ditava o ritmo do jogo (se seriam jogadas agudas, retas e incisivas para a entrada do gol ou se eram jogadas pelos flancos caso o meio estivesse congestionado).

Mas algo aconteceu com a torcida da LaU, os bullangueros, que não gostaram desse apelido e adotaram o mesmo apelido que Montillo usava no San Lorenzo. Isso o fez ficar muito próximo da ‘hinchada’ (torcida) freqüentando reuniões de torcedores quando era convidado para mostrarem faixas e musicas para ele.

Mas outra coisa ainda faria ele ficar mais próximo da torcida. Montillo tem 2 filhos, um deles, que nasceu esse ano, chamado: Santino Montillo. O pequeno nasceu com síndrome de down, mas isso não foi o que assustou (até porque a anomalia genética é algo dentro de probabilidade de acontecer) mas sim outro caso muito triste.

Santino nasceu com problemas intestinais e que foi diagnosticado com apenas 10 dias, como todo bebê com esse problema, precisa ser operado e é uma cirurgia de risco , e por isso teve que esperar por mais 15 dias. Esse acontecimento se deu semanas antes do primeiro jogo contra o Flamengo, em que Montillo fez um gol de peixinho na mulambada carioca, GOLAÇO! Se pegarem o lance vão ver que Montillo usa uma camisa escrita ‘ FUERZA SANTINO’ que é para seu filho.

Tinha uma rodada no final de semana pelo campeonato chileno e Montillo ficou sabendo desse fato do seu filho menor na noite anterior ao jogo e jogou bem como sempre, inclusive dando uma assistência para um companheiro do time azul. Mas esse texto não é para mostrar a trajetória vitoriosa de um jogador pibe ( garoto , pequeno , moleque) argentino! E sim pra mostrar como a relação jogador/torcida pode ser emocionante e dar mais força para jogar.

A torcida do LaU ficou sabendo dessa situação com o filho do Montillo e fez algo que é raro ver, aqui no Brasil, antes de um jogo. No início da partida do Universidad De Chile, TODA a torcida dos azuis orou a plenos pulmões para que o filho do Montillo se recuperasse. E isso fez com que Montillo sentisse uma conexão muito forte com a torcida. Na mesma partida, Montillo fez um gol de pênalti e caiu no gramado chorando, porque a torcida gritou ‘ Fuerza Santino, Fuerza Santino’ ao invés de ‘ Walter, Walter querido’.

Depois disso, Montillo nunca foi tão grato pela energia positiva vindo das arquibancadas. A torcida escreveu em uma faixa azul e vermelha: ‘ AGUANTE MONTILLO, FUERZA SANTINO’ que traduzido ficaria algo como ‘Seja forte Montillo, Força Santino’.

Na sua despedida do LaU , em que ele viria ao Cruzeiro , por apenas R$ 6.500.000,00, Montillo disse no microfone para o sistema de som do estádio que começaria um desafio maior aqui no Brasil , e só o que poderia dizer a torcida era ‘Muito Obrigado pela força nos momentos difíceis e que espera um dia quem sabe voltar a vestir a camisa azul’. Eu espero que não volte a LaU e aposente no Cruzeiro, pois o craque, o mito, el Ardilla, el mago, el monti tem potencial para se tornar um dos maiores jogadores que já vestiram a camisa azul 5 estrelas.

Nesta quarta-feira, o Cruzeiro joga contra o Ceará, na Arena do Jacaré, e poucas vezes eu vi algo tão bonito na torcida azul como o que querem fazer: gritar ‘SANTINO’, antes da partida para mostrar que a relação que Montillo está construindo aqui pode ser sim de companheirismo, e esse podendo vir das arquibancadas.

É isso nação. Sei que deu muita preguiça de ler esse texto enorme, mas eu confesso que, quando fiquei sabendo disso tudo sobre o nosso camisa 10, eu me emocionei, não por ele ser um jogador do Cruzeiro, e sim pela relação de superação que o Montillo teve e como ele demonstra carinho pelos clubes em que passa.

AGUANTE MONTILLO, FUERZA SANTINO. DESEOS DE UMA BUENA RECUPERACION, SALUDOS!

* http://www.cruzeiroec.net/?p=8793


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