Blog do Chico Maia

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Ricos, remediados e pobres, estrelas ou simples mortais

As drogas não perdoam ninguém.

No “Bom Dia Brasil” o Renato Machado falou agora há pouco de uma nova, que está entrando no Brasil, que seria mais devastadora que o crack.

Lembrei-me da história do empresário João Flávio Lemos de Moraes, que foi um dos homens mais poderosos do país nos anos 1980, mas resolveu experimentar cocaína e se arruinou, além de complicar a sua família.

A filha dele escreveu um livro contando o drama e a obra está sendo lançada agora.

A Folha de S. Paulo publicou um resumo, domingo.

Confira:

“NOSSA HISTÓRIA”
JOÃO FLÁVIO E ISABELLA LEMOS DE MORAES

Honra teu pai

Dono da Supergasbras nos anos 80, João Flávio Lemos de Moraes passou a se drogar e perdeu quase tudo. Agora, em livro, a filha mais velha, Isabella, narra as feridas da família

RESUMO João Flávio Lemos de Moraes, 58, era, nos anos 80, um dos homens mais ricos do Brasil, à frente do grupo Supergasbras. Aos 31 anos, começou a usar cocaína. Em pouco tempo veio o crack.
Como a maioria dos bens,ogrupo se foi.Quando se deu conta, usava a droga com a filha Daniela.
Sóbrio há 5 anos, tenta se levantar, mas o vício marcou a família. Isabella Lemos de Moraes, 35, a filha mas velha, decidiu expor as feridas num livro.

CIRILO JUNIOR
DO RIO

Comecei a me drogar aos 31 anos. Usei cocaína, oferecida por uma amiga. Tinha várias amizades no meio artístico, era capa de revistas, um dos empresários mais famosos do país. Roberto Carlos é padrinho do meu filho. Chegamos a abrir uma empresa.

RAIVA
Não sentia raiva dele, mas do que estava acontecendo e, principalmente, da impotência, de não poder fazer nada.

ESTADOS UNIDOS
A exposição pública me fez pagar um preço. Comecei a receber ameaças de sequestro.
Decidimos ir aos EUA. Lá, Comecei a usar crack.
Fiquei dois meses no quarto curtindo, sem sair. Passava até cinco noites sem dormir. Acordava e recomeçava.
Era tratado igual a rei em Beverly Hills. Me dava com Liza Minelli e outros artistas.

PRECONCEITO
As pessoas julgavam meu pai, comentavam. Algumas mães tinhamreceio dedeixar as filhas saíremcomigo.

COM A FILHA
Naquela onda, minha filha Daniela acabou pegando um cachimbo jogado e começou a fumar. Um dia, virou e disse: “Pai, já liguei para o traficante, ele está trazendo”.
Minha filha dizia que não conseguia viver sem droga, começava a chorar. Ficava com medo que se, eu não estivesse junto, ela fizesse alguma loucura. Eu me drogava com minha filha.

ANOREXIA
Não tem como passar por uma situação dessa e não ser afetado. Tive anorexia e bulimia, chegueiapesar 47kg.
A família também fica doente.Mas eu nunca me envolvi com droga.

PATRIMÔNIO PERDIDO
Minha vida era tranquila até começar a medrogar.
Construí 12 empresas.
Quando fui para os EUA, o grupo era umdos 25 maiores no país. Eu me afastei, venderam a Supergasbras. Assinei a venda sem ter noção, devido às minhas condições.
Não era para ter feito o negócio. Se tinha 38 empresas na época, era para ter 100 hoje.

LIÇÃO
Cada vez que meu pai era internado, era um sofrimento muito grande. A clínica sozinha não cura. Primeiro, tem que querer, ter o carinho da família.E o mais importante é ter uma ocupação na cabeça.

ARREPENDIMENTO
Se arrependimento matasse, não teria entrado nessa. Passei por mais de dez internações. A maneira de a pessoa parar é com carinho, apoio da família. Sempre digo para não experimentarem crack nenhuma vez. A pessoa acha que vai pro céu.

Fotos dos momentos de muito poder

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Com o amigo Roberto Carlos

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E uma foto mais recente, motivo de reportagem no O Globo sobre o drama das drogas. Ele é o da esquerda

GLOBO_FINAL


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Comentários:
10
  • SIDNEI RODRIGUES disse:

    Quando o sujeito é um joão-ninguém, um sem-teto e sem-família, é VICIADO. Mas quando consome a mesma droga e tem um certo pedigree, usa-se o termo cunhado já há alguns anos: o dependente químico, ou quem sabe, usuário de substância entorpecente. Com certeza eufemismos para dourar a pílula. Dizer que o filho da fulana está fumando crack é quase tão normal quanto dizer que aprendeu a andar de bicicleta. Nossos governantes precisam urgentemente bater de frente com o tráfico e investir pesado em prevenção nas escolas.

  • wanderley disse:

    Estamos agora no fim do tunel e a volta é dura se os Governos não virarem seus olhares para o caso das drogas o fim do mundo esta ai, um bando de loucos irá tomar o mundo.
    As drogas são uma doença e por isso deve ser tratada como tal e construir hospitais e clinicas públicas voltada para otratamento de tal doença para que o policial possa encaminhar o doente para essas entidades públicas e dar poder as policias para a caça aos traficantes e impodo-lhes prisões com trabalhos forçados para que temão o retorno as grades. Direitos Humanos para os humanos e não para os manos.

  • J.B.CRUZ disse:

    Antigamente quando as famílias eram mais bem estruturadas e cada um no seu lugar, vícios eram raros..Ea difícil ver uma pessoas de classe média para baixo viciadas em alguma coisa..Drogas era coisa de ¨filho de papaizinho ¨ ricos e famosos..Até os 18 anos era normal os pais darem pitacos em sua educação..Amãe ficava em casa educando para vida, o pai saia para trabalhar e buscar o sustento da familia..A Escola era nossa segunda casa e a professôra nossa segunda mãe.. Respeito aos mais velhos, mesmo extranhos acatavamos seus consêlhos..Mas, como disse antigamente, outra epóca,outros ares..Até hoje já na faixa dos 60, me lembro e trago comigo um consêlho dado pelo meu Avô…¨NINGUÉM NASCEU VICIADO, VOCÊ É DONO DE SUAS VONTADES, SEJA DONO E NÃO ESCRAVO DELAS ¨¨Mas, cada um é livre para fazer o que quizer, mas também responsável por tudo que de bem ou mal lhe acontecer..Livre arbítreo..

  • clauber disse:

    Gente, são histórias tristes. As vezes a pessoa nem pensa em se drogar mas de repente alguem oferece e o mesmo pensa: Ahh um baseado de nada, isso não me afeta e acaba usando. Se a pessoa tem tendencia ao vicio ai já era…

    Temos que prezar pelas nossas familias, instruir sempre e ser claro e objetivo sobre as droga e a mensagem é: Isso mata. Tenho um filhote pre adolecente e converso muito sobre esse assunto para que isso não aconteça, pois nesse caso um passo pode ser fatal.

  • Gilmar disse:

    Aqui em são joão del rei,é impossível você parar na rua,ou em uma praça conversando com os amigos sem que alguem venha pedir dinheiro.As desculpas são as mais variadas,mais toda a cidade já sabe que é pra compra droga.Se fosse comida mesmo ou até mesmo cachaça,haveria isso antes na cidade.Só que essa quantidade de “pedintes”,só apareceu de uns 4 anos pra cá.

  • Gilmar disse:

    Esse cara nasceu de novo.Por que pra sair do crack,é 1 em 1 milhão.E essa nova droga já tinha passado uma vez na tv.Mostrou até o rosto das pessoas como que muda.Depois de 6 meses já da diferença.E a mulher que usa a mais tempo que a reportagem conseguiu achar,usa a 10 anos e parece que a droga comeu a cara dela.imagens terríveis.

  • Ulisses disse:

    Aconteceu com um empresário e pessoa totalmente estruturada e olha no que deu, imagina na cabeça do Jobson que veio sem qualquer base familiar.
    Realmente a droga arruina não só o drogado mas todos que estão à sua volta são afetados e quem mais sofre são os pais.

  • Anderson Palestra disse:

    Tem um amigo meu que fumava uns baseados na época do Colégio, eu também fumei, em quantidades menores. Ele saiu para fazer faculdade em Poços e lá usou outras coisas. Ano passado encontrei com ele. Não conseguiu passar sequer pelo 3 período. Não tem profissão e está acabado. Me relatou que a maconha comeu o cérebro dele, com essa palavras.

    Pode até parecer idiota, alguns vão achar que um baseadinho não faz mal, contudo, foi somente o início dele.

    Alguns, ainda, vão achar que a família era desustruturada. Pelo contrário, pessoas de posses, apartamento na zona sul de BH, no interior, sítio dos mais belos que já vi, carro para ele quando era menor de idade e prédio em praia. Família carinhosa que sempre deu apoio. Erraram só no excesso de liberdade.

  • STEFANO VENUTO BARBOSA disse:

    Essa porcaria de crack está em todos os meios. Sete Lagoas em especial já tem seus zumbis, basta dar uma passada pelo centro da cidade e estã eles jogados, só esperando o dia amanhecer para conseguirem alguns trocados para comprarem mais.
    Tudo passa por educação.

  • Carlos Veloso BH disse:

    Droga tem de ser encarada como questão de saúde pública…. todos nos podemos ser vítimas.