Com muito prazer recebi e-mail do Nilson Labruna, uma pessoa importante na história do Cruzeiro.
Foi um grande dirigente, que conheci quando comecei na Rádio Capital, nos tempos em que o presidente cruzeirense era Felício Brandi.
Labruna é de uma geração em extinção de dirigentes esportivos. Daqueles que realmente dedicavam seu tempo ao tempo e se sacrificavam, sem nenhum tipo de retorno financeiro, e mais importante: não se apegavam ao cargo. Tanto, que depois da “Era Felício”, nunca mais quis saber de se tornar dirigente.
Mas continuou ligado em tudo do Cruzeiro e na recente eleição, deu uma contribuição importante para o clube e aos demais do futebol brasileiro.
Veja o e-mail que ele me enviou e mais dois outros, enviados aos então candidatos opostos, Gilvan de Pinho Tavares e Antônio Claret Nametala:
“Meu Caro Chico.
Para seu governo,
Anexo, estou lhe enviando e-mails endereçados ao Gilvan, que com muito prazer o vejo na Presidência do Cruzeiro proximamente.
São sugestões simples, mas que se tornam enormes para os nossos dirigentes atuais em clarear administrações que não deixam de ser públicas e que o grande publico fica à margem dos acontecimentos mais importantes de um Clube.
Não sou nenhum ‘poeta’, já vivi intensamente a vida do Clube, vi que não vale a pena ser pontual e verdadeiro.
A pessoa torna-se indesejável. A mentira e entrosamento com empresários estão matando os clubes brasileiros, jogadores ganhando além do possível, conselheiros aprovando contas e coisas que não tem nenhum conhecimento, além da paixão estar acima da razão quando se planeja algo que enobreça um Clube.
As declarações de bens e direitos de Diretores é uma prova cabal da seriedade de que tanto necessitamos neste meio que dirigido por CBFs, FIFAS etc. não retratam a verdade sobre o nosso futebol.
Todos ganham, e bem, menos os Clubes, todos com os pires na mão com seus problemas trabalhistas e fiscais.
Pergunto: tem alguma entidade do futebol ou dirigente mal intencionado com problemas financeiros? É só verificar.
Não faço tal desabafo frustrado e sim na esperança que o Gilvan mude o conceito de dirigir com clareza e dignidade que merecemos.
Tenhamos paciência porque o processo é demorado e será combatido veementemente.
A verdade neste meio é pecado mortal. Ex. O Vasco com Eurico e agora com o Roberto. Não conheço os bastidores daquele clube mas vejo que com seriedade e sem mentiras as coisas melhoram.
Não quero aparecer e nem ser o dono da verdade. Estou com 73 anos, vivo sofrendo demais com o Cruzeiro que amo muito, e tenho muitas esperanças, como disse acima, que as coisas se esclareçam para o bem e exemplo para todos os clubes e futuros dirigentes.
Não deixemos que o desrespeito impere. Basta Brasília e salve a Dilma que está querendo como pode, expurgar os descabeçados mal intencionados e desonestos.
Abraços Nilson Luiz Labruna”
Para o Dr. Gilvan:
“Gilvan.
Ontem recebi uma nota de esclarecimento do Sr. Claret e estou lhe enviando uma cópia da minha resposta.
Não entrei no mérito da nota e sim dos problemas que eu acho sobre o nosso Cruzeiro.
Como futuro Presidente do Clube, passo-lhe minhas opiniões sobre transparências que os Conselheiros deveriam ter conhecimento e ficam totalmente à margem das mesmas…
abs. Nilson Luiz Labruna”
Para o Antônio Claret:
“Como Conselheiro Nato além de receber sua mensagem e um telefonema muito gentil do Sr. Alberto Rodrigues, conversei também com o candidato Sr. Gilvan sobre assuntos importantes, que deverão ser novidades em campanhas clubísticas e clarear intenções e procedimentos futuros, de quem assumir a Presidência do nosso Clube.
Os assuntos são interessantes, não melindram ninguém bem intencionado e revelam uma transparência única sobre o cotidiano da situação financeira do Clube e de seus dirigentes.
1) Que seja feita uma declaração dos bens e direitos particulares de cada membro das Diretoria antes da posse daquela que vencer as eleições. Elas deverão ser registradas em livros próprios do Clube.
2) Que as prestações de contas do Clube sejam enviadas aos Conselheiros com uma antecipação de pelo menos 15 dias antes da reunião para aprovação das mesmas.
3) Que nas prestações de contas constem os valores de cada profissional de futebol e os direitos de cada um que dominam seus passes (Empresários, empresas, Clube, empréstimos etc.).
São medidas administrativas simples, esclarecedoras, fiéis e de respeito aos Conselheiros, Imprensa e público em geral.
O que se vê hoje no mundo do futebol é uma farsa ao torcedor, vendas repentinas na calada da noite de jovens promessas, vendas ao exterior sem o devido esclarecimento da divisão dos valores àqueles mencionados acima, além de colocar o Cruzeiro na vanguarda da transparência onde envolve muito dinheiro e interesses indiferentes ao passado e glórias de um Clube que cresceu graças a dirigentes ousados e comprometedores com a verdade.
Quando a verdade falha e é encoberta por procedimentos sigilosos e desguarnecidos de sinceridades, o prejuízo será total.
Não deixemos que o nosso clube caia nesta mesmice de outros que de pires na mão, devem mais que podem e seus conselheiros e admiradores ficam como ‘patetas’ vendo seu clube despencar pelas tabelas (nos dois sentidos).
Essa é a minha opinião, pois, já contribui muito com o Cruzeiro como atleta e dirigente – independente e sabedor do que estou falando, atenciosamente Nilson Luiz Labruna”
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