Os Jogos de Guadalajara terão a abertura oficial amanhã e apesar de algumas obras de estádios e infraestrutura ainda estarem em andamento, as perspectivas de sucesso são grandes.
Por causa da simpatia e boa vontade dos mexicanos, tanto os envolvidos diretamente com o evento, como da população em geral, que abraçou e apoia a promoção.
A imprensa local dá o devido destaque para as delegações e a competição em si, nas rádios, jornais e TVs, porém, quem chega à cidade não sente que começa neste fim de semana um dos maiores eventos esportivos do mundo, com 42 países participantes, inclusive os Estados Unidos, maior campeão olímpico em medalhas.
Ao contrário do Rio’2007 não há bandeiras, estandartes e outras peças gigantes de marketing espalhadas por todos os cantos. Aquilo lá foi um exagero de gastos, em todos os aspectos, cujas contas estão emperradas até hoje no Tribunal de Contas da União e ninguém foi responsabilizado criminalmente por isso.
A corrente que defende a gastança carioca alega que era necessário realizar um “Pan com cara de Olimpíada”, para impressionar o Comitê Olímpico Internacional e facilitar a vitória para receber os Jogos de 2016. Como de fato, ocorreu na eleição realizada em Copenhague, em fins de 2009.
À exceção da falta de montanhas e ladeiras, Guadalajara faz lembrar BH: população em torno de 1,5 milhão; região metropolitana entre 4 e 5 milhões. Farta em bares e restaurantes de todos os tipos, vida noturna intensa e transporte público calcado em ônibus e táxis.
O metrô é deficiente, com apenas duas linhas que atendem a pequena parte da população.
Até na pseudo esperteza há semelhanças: os donos de hotéis subiram os preços em 40% a partir de hoje.
Há diferenças fundamentais a favor de Guadalajara em relação a Belo Horizonte, que precisa melhorar alguns serviços para receber os turistas na Copa das Confederações em 2013 e Copa do Mundo’2014. Aqui ninguém passa aperto por falta ou demora de táxis, mesmo com a chuva forte que tem caído nos últimos dias. E barato! Do centro da cidade à Expo, onde está o centro de mídia, são 10 Km e a corrida custa entre R$ 8 e R$ 12.
As autoridades mineiras estão prometendo internet sem fio (Wi Fi), nas principais praças e pontos turísticos de BH a partir de 2013. Em Guadalajara isso já é antigo, e além dos locais públicos, é qualquer buteco que não disponibilize este serviço, de graça, a qualquer pessoa.
Também os serviços de telefonia celular deles são extremamente eficientes e baratos. Com R$ 40 você compra um aparelho Samsung, com rádio, fone e ainda 100 pesos de créditos, de qualquer lojinha.
Em compensação, não espere rapidez da maioria dos mexicanos em qualquer prestação de serviço. Emerson Romano, da Itatiaia, brinca e os compara com os baianos que, entretanto, ganham deles fácil em agilidade e eficiência. Garçons, atendentes de hotéis, balconistas em geral e outros prestadores de serviço, são de uma lerdeza impressionante e não raramente esquecem ou trocam o que lhes foi pedido.
Há que se ter paciência!
O governo brasileiro, através da Embratur, sempre promove ações de marketing em cidades do mundo onde se realizam grandes eventos. Em Guadalajara foram contratados dezenas de mexicanos que rodam em motonetas durante todo o dia com a marca “Brasil te chama” e imagens principalmente do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
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