Se atletas e dirigentes reclamam de instalações com goteiras, obras ainda em andamento, e filas enormes para se comer na Vila Pan-Americana, ninguém reclamou de nada ou criticou a festa de abertura dos Jogos.

E nem poderia, pois tudo correu como o previsto, numa ótima cerimônia.

Claro que foi melhor que a do Rio’2007, e possivelmente inferior a de Toronto’2015, como lembrou o próprio diretor da organização mexicana, Carlos Andrade Garín: “A tecnologia avança a cada instante e facilita a vida de quem promove eventos como este; é normal que haja sempre superação do anterior”.

Depois dos mexicanos, óbvio, a delegação brasileira foi a mais aplaudida, seguida por Cuba e Venezuela. Os Estados Unidos não foram vaiados, como normalmente ocorre nesse tipo de cerimônia.

Vaia pesada foi para o presidente da Organização Desportiva Pan-Americana – Odepa, o mexicano Mário Vasques Raña, muito mal visto no país, especialmente em Guadalajara. O governador do Estado de Jalisco, Emilio Gonzáles, também recebeu vaias, ao contrário do presidente da república, Vicente Calderón, que falou pouco; apenas declarou abertos os Jogos, e foi aplaudido.

Hoje, bem cedo saiu a primeira medalha de ouro: para a americana Heather Irmiger, no moutain bike.

Os mexicanos são conhecidos por saberem organizar grandes eventos, e não está sendo diferente neste Pan-americano. Guadalajara fechou avenidas, ruas e praças para que a população e visitantes curtam devidamente este momento. Em cada região, palcos e telões bem montados, com atrações musicais de estilos variados, para todos os gostos.

Em clima de alegria e segurança, milhares de pessoas se confraternizam pela cidade.

Um dos principais jornais do país, “El Informador”, dedica um bom espaço em seu caderno de cultura aos 42 países que disputam os Jogos. A cada dia dá dicas culturais de um ou mais países que estão aqui representados. Ontem apresentou sugestões para os mexicanos conhecerem mais este lado do Brasil, indicando quatro preciosidades por categoria artística.

Para a nossa satisfação, a banda mineira de rock Jota Quest, está na lista.

O alfenense Rogério Flausino e seus companheiros de banda podem comemorar, pois poucos cantores e bandas brasileiras novas fazem sucesso por aqui. Nas rádios e restaurantes é comum ouvir os clássicos do Roberto Carlos. Outro antigo que também é muito conhecido por aqui é o Nelson Ned.

Da nova geração, o uberlandense Alexandre Pires, é citado pelas pessoas como um dos cantores brasileiros de prestígio entre os mexicanos.

As acusações de corrupção contra o Ministro dos Esportes, Orlando Silva Jr., feitas hoje pela revista Veja, repercutiram por aqui. Não só entre os brasileiros, mas também entre os jornalistas mexicanos e estrangeiros que cobrem o Pan. A todo instante um companheiro de outro país nos aborda perguntando sobre o assunto.

Caso mantenha seus planos de vir ao México, o Ministro será muito perguntado sobre isso pelos “gringos”.

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