Esta é a minha coluna de hoje, no O tempo.
O que penso sobre o processo sucessório no Atlético que está rolando. Eleição dia 14 de dezembro:
O Cruzeiro tem tradição de ótimo nível em suas questões políticas internas. Passado o processo eleitoral, quem perde o pleito deixa os eleitos conduzirem os destinos do clube. Graças a isso, tornou-se uma das maiores forças do futebol Sul-Americano, enquanto seus maiores rivais paravam no tempo, se engalfinhando em brigas internas que só os jogaram para baixo.
Foi preciso o América cair para a segunda-divisão estadual e ir parar na terceira nacional, para que suas lideranças criassem juízo e se unissem para evitar o fim do clube, e retornar à Série A do Brasileiro.
O Atlético parece que também aprendeu a lição. Quando todos imaginavam que com Alexandre Kalil presidente, a turbulência política fosse tomar conta do clube, está ocorrendo exatamente o contrário. Se tem uma coisa que ele próprio não pode reclamar é da oposição alvinegra, que em nenhum momento do seu mandato criou qualquer problema ou fez qualquer onda.
Hoje, nem parece que teremos eleição presidencial no Galo dentro de 40 dias, apesar de três candidaturas postas: Desembargador Irmar Ferreira Campos; engenheiro Frederico Peçanha Couto e Kalil, à reeleição.
Força
Mesmo com o Atlético lutando contra o rebaixamento, nenhuma ofensa, nenhum golpe baixo ou cenas que eram tão comuns nas disputas eleitorais dentro do Atlético. Em fins dos anos 1970 o saudoso Marum Patrus teve que usar o seu poder de Delegado de Polícia Civil para serenar os ânimos e evitar uma tragédia, numa eleição como sempre explosiva na sede de Lourdes.
No grito
Dr. Marum acabara de assumir a presidência do Conselho Deliberativo no lugar do também saudoso médico Francisco Neves, que fora forçado a renunciar momentos antes, por uma das chapas. O bate-boca estava incontrolável, prestes a se tornar briga de braço, quando o Delegado socou a mesa e gritou que exigia respeito.
Silêncio
Ao ver o revólver do Delegado Marum sobre a mesa, os brigões se contiveram e fizeram silêncio. Os trabalhos prosseguiram normalmente, sem mais nenhum tumulto. Marum Patrus era um grande apaziguador de contendas no Atlético, nunca teve fama de violento nem na sua profissão, mas neste dia teve que apelar. Tornou-se um termômetro da política atleticana.
Apoio
Hoje, seu filho Marcelo Patrus, é um dos articuladores respeitados da política alvinegra e integra uma das alas que têm mais votos, a do ex-presidente Ricardo Guimarães. E anteontem, eles, junto com Dedé (Vila Olímpica), Geraldo Leite (Labareda) e outras lideranças de peso estiveram em Lourdes, manifestando apoio à reeleição de Alexandre Kalil, que continua com seu grupo unido.
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