Nas tribunas e cabines de autoridades, a segurança para o presidente Zezé Perrella teve que ser reforçada, já que a ira da torcida contra ele estava se tornando incontrolável. Porém, a Polícia Militar vacilou e não impediu a entrada de foguetes e bombas, que foram jogados no gramado, chegando a paralisar o jogo.
Nem com este ambiente de nervos à flor da pele e com desfalques como Fábio, Paraná e Montillo, o Atlético foi capaz de tirar proveito da situação do Cruzeiro.
O time comandado por Cuca foi um show de horrores, especialmente no primeiro tempo. Um vexame inacreditável. Displicente e descompromissado foi goleado por um Cruzeiro apenas mais determinado, sem nada a mais, no futebol que praticou no returno do Brasileiro e que quase o rebaixou.
Jogadores como Serginho e Richarlyson são como pneus estepes “meia vida”. Até quebram um galho, mas quando mais se precisa deles deixam o usuário na mão. Certamente Wagner Mancini também acha isso, tanto que pôs seu time explorando as jogadas pelas pontas.
Mesmo perdendo de 2 x 0 Rever voltou a sair jogando de forma irresponsável e concedeu a Wellington Paulista a jogada do terceiro do gol. Interessante é que mesmo quando o jogo estava 2 x 0, aos 15 minutos, dois jogadores do Cruzeiro tomaram o cartão amarelo: Leandro Guerreiro e Roger, tamanho era o nervosismo do time.
Guerreiro e Roger foram justamente os dois melhores jogadores em campo, que com o terceiro gol, se acalmaram. Roger não permitiu que a torcida sentisse saudade do Montillo. De novo o Cruzeiro ganha o clássico sem o argentino.
Desde sexta-feira circulava informação sobre a possível morte, por espancamento, de torcedor do Atlético que teria provocado cruzeirenses na fila para a compra de ingressos em Sete Lagoas. Sábado, um vereador da cidade chegou a dizer que teve a confirmação da notícia.
Ontem o Delegado Regional de Polícia Civil, Dr. Oswaldo Wiermann Junior desmentiu o boato, bem típico do interior.
Com passagem meteórica pelo cargo de diretor de futebol do Cruzeiro, o deputado estadual Gustavo Perrella não enfrentou a mesma pressão que o pai, o Senador Zezé, nos dias antecedentes ao jogo decisivo de ontem na Arena do Jacaré. Foi curtir o “Carnatal”, um dos mais badalados carnavais fora de época do Brasil, em Natal, aonde muitos mineiros vão todos os anos.
O Corinthians mereceu o título, pela regularidade. Não é um time que dá espetáculo, nem com craques que desequilibram individualmente, porém é determinado, tem conjunto e peças de reposição.
O futebol mineiro ficou devendo. Até a penúltima rodada correu o risco de ver seus três representantes na segunda divisão.
Lamentável a queda do América, que acordou tarde na disputa.
Por telefone, o presidente Alexandre Kalil disse à Rádio Itatiaia que até ele ficou assustado com o tamanho descompromisso de alguns jogadores neste clássico. Que mande embora os que ele acha que correram menos que deveriam.
O diretor de futebol do Cruzeiro, Dimas Fonseca, levou uns safanões de um torcedor cruzeirense logo depois do jogo, na Arena, e o futuro presidente, Gilvan Tavares, confirmou que Wagner Mancini fica para 2012.
No América, volta Alexandre Faria como superintendente do futebol, no lugar de Alexandre Matos que pediu para sair. O Coelho vai mudar também de fornecedor de material esportivo ano que vem.
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