Senhores,
para mim, amistoso vale pouco ou nada.
O América ganhou do Cruzeiro.
Tá bom!
Nada de novo para os mais velhos do futebol brasileiro.
Porém, vale para quem pensa que nasceu sabendo ou que sabe tudo.
Este é o ano do centenário do Coelhão e do Nelson Rodrigues e volto a parafrasear uma máxima dele: “toda a arrogância será castigada”.
Está no site da Fifa, ano passado, antes de mais uma porrada do Barcelona no Real Madri, antes do massacre no Santos:
“Guardiola: “Bom senso, chave do sucesso”
Dizer que Josep Guardiola comandou uma revolução não seria suficiente para qualificar o trabalho feito desde que o ex-volante assumiu o cargo de técnico do Barcelona. Sob a direção de Guardiola, o clube catalão não apenas ganhou tudo o que disputou, mas também vem apresentando um futebol ofensivo e espetacular que se transformou em referência para treinadores e equipes em todo o mundo.
Ainda sem ter completado quatro décadas de idade, Guardiola surpreende pelo discernimento tático e pelo brilhantismo dos conceitos dentro e fora de campo. Elegante e educado, vencedor e humilde, o treinador azul-grená concedeu entrevista ao FIFA.com poucas horas antes do clássico contra o Real Madrid, vencido por 3 a 1 fora de casa, e antes também da viagem do Barcelona ao Japão, onde a equipe espanhola disputará a Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
Na quarta-feira, não perca a segunda parte desta entrevista exclusiva na qual Guardiola destaca a participação do Barça no Mundial de Clubes.
FIFA.com: Você está há três anos e meio no comando do Barcelona e não parou de conquistar títulos. Quais são as razões de resultados tão bons?
Na verdade, não se trata de nada especial. Em primeiro lugar, o respeito à história deste clube, à trajetória do Barcelona, que é grande em todos os sentidos. Depois, a contratação de bons jogadores e a combinação com uma boa administração das categorias de base para ajudar quem vem de baixo e não ter medo de dar oportunidades no momento certo.
Como você conseguiu fazer a diferença tão rapidamente depois de chegar ao comando do Barça?
Quando cheguei, era um desconhecido para todos. A primeira coisa que pedi dentro do grupo foi confiança, prometendo que as coisas dariam certo e conseguiríamos ir em frente. O principal compromisso com a torcida foi o de que a equipe se esforçaria, correria, jogaria bem e seria motivo de orgulho pelo trabalho mostrado em campo. Afinal, quando vamos ver um espetáculo, não queremos ser enganados. Os torcedores aceitam que se jogue mal, mas odeiam quando um esforço possível não é feito. A partir de então, fomos crescendo como equipe, fizemos mudanças, mexemos em detalhes, mas a ideia é a mesma: atacar, fazer o máximo de gols possíveis e jogar o melhor possível.
Para chegar à Copa do Mundo de Clubes da FIFA, foi necessário ganhar a Liga dos Campeões da Europa, a segunda em três oportunidades. Em retrospectiva, como você avalia a conquista?
Foi importante terminar o grupo em primeiro lugar, algo que sempre é prioridade para mim quando disputamos a Champions porque a fase de mata-mata é dura e sempre apresenta momentos difíceis. Falaram muito da semifinal contra o Real Madrid, e é verdade que ela foi complicada. Às vezes para nós essa fase é ainda mais difícil que a decisão. Foi assim três anos atrás quando ganhamos do Chelsea, depois contra a Internazionale e agora contra o Real.
É verdade, mas a final contra o Manchester United foi um verdadeiro show de futebol, talvez a maior apresentação da equipe em toda a história…
Sim, mas é necessário levar em conta algo importante: normalmente as finais são muito equilibradas, e por isso a nossa atuação contra o Manchester United chamou mais a atenção. Jogamos muito bem outras partidas também, mas uma final sempre é mais difícil por causa dos fatores emocionais e da qualidade do adversário. Para aquela partida, a preparação foi fundamental. Fomos para Londres muitos dias antes, conseguimos manter a tranquilidade na cidade e chegamos em ótima forma. Coisas assim muitas vezes não são muito comentadas, mas fazem a diferença nas partidas decisivas.
Nesta temporada você experimentou diversas combinações táticas. Por que mudar o que vem funcionando?
As pessoas falam de tática, mas na realidade a tática são os jogadores. Adaptações são feitas para que as qualidades funcionem melhor para a equipe, mas nada além disso. Quando se fala de tática, é necessário pensar no que o adversário faz e nos jogadores que podem causar problemas. E é claro que o que vem acontecendo nesta temporada tem a ver com a maneira como os rivais nos enfrentam. Com o tempo vamos ficando mais conhecidos, vão criando problemas para nós e é necessário encontrar soluções.
Nesse sentido, contar com jogadores inteligentes deve ser uma prioridade e um privilégio…
É claro. O problema é que nem sempre é possível. Ao contratar um jogador, você pode ter referências visuais de amigos, de conhecidos e da televisão, mas só vai realmente conhecê-lo em campo, quando ele estiver com você. Só então vai saber se ele pode dar o que é necessário. E isso não é fácil. Já funcionou para mim em algumas vezes, mas em outras, não.
Além disso, no caso do Barcelona, também é importante a polivalência, já que o plantel da equipe não é tão grande como o dos rivais…
Nunca me preocupei com o fato de ter um plantel enxuto. Quase nos damos melhor na precariedade do que na abundância, por assim dizer, especialmente com um time com jogadores de tanta qualidade. Tenho confiança absoluta na equipe. Pela minha filosofia, todo problema tem solução. Por isso sempre penso em alternativas para resolver possíveis problemas, seja com os jogadores que temos na equipe de cima ou mesmo com os jovens.
Nesse sentido, muito se falou da sua ideia de adaptar meio-campistas a diferentes posições. Como surgiu essa proposta e qual é objetivo dela?
O meio de campo é a parte essencial de uma equipe. Os meio-campistas são jogadores inteligentes e que têm de pensar em todo o time. Sabem se sacrificar e são os atletas que precisam compreender mais o jogo. Quanto mais tivermos, mais fácil será fazer a adaptação a outras posições. Com jogadores polivalentes, podemos ter elencos mais enxutos e com mais opções.
Vamos falar da sua formação profissional. O que você herdou de Johan Cruyff e Arrigo Sacchi? Que outro técnico o influenciou?
A influência foi do Cruyff. Estive seis anos com ele, que me deixou grandes conhecimentos. No caso do Sacchi, nem tanto, porque não tive a sorte de jogar sob o comando dele. Outro fundamental foi Juan Manuel Lillo. Fui jogador dele durante somente seis meses em Culiacán, no México, mas nos demos muito bem e aprendi muito. Tenho uma grande estima por ele e sou muito grato por que ele foi muito generoso e me transmitiu os seus conhecimentos, que são muitos.
Recentemente, Lionel Messi nos contou sobre a atenção que você dá aos detalhes, como você mudou o regime alimentar da equipe logo ao chegar…
Quando a gente utiliza o corpo como ferramenta de trabalho, o descanso e a alimentação são fundamentais. A ideia é manter a melhor condição física possível. Por isso queremos que os jogadores descansem em casa, joguem bem e se alimentem bem. O combustível que vai no músculo é fundamental, não apenas para o Messi, mas para qualquer jogador.
Você também decidiu abandonar para sempre a concentração um dia antes da partida, algo que surpreende no futebol atual…
Ninguém passa um dia trancado em um hotel antes de ir ao trabalho. Queremos que a vida normal seja a mesma: se eles não descansarem, não se cuidarem, vão jogar pior e perder o emprego. Julgo os jogadores pelo trabalho e não pela vida particular. Não sou policial. Às dez da noite estou dormindo e não tenho vontade de controlar os jogadores. Por isso prefiro que estejam em casa com a família e não em um hotel trancados sem nada para fazer. Tentamos utilizar o bom senso. Você queria saber o motivo de resultados tão bons? É o bom senso.
http://pt.fifa.com/clubworldcup/news/newsid=1556090/index.html
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