O jornalista Henrique André twittou ótima reportagem do Hoje em Dia dessa segunda-feira sobre a preocupação dos moradores da região do estádio Independência:
* “Problemas antigos assombram o novo estádio Independência”
Reinauguração da arena, no começo de março, preocupa moradores das imediações, que temem caos no trânsito
No início de março, um novo Independência terá os portões abertos, após dois anos em reforma. Mas, erguido conforme padrões internacionais, o moderno estádio pode destoar ante a problemas viários que são velhos conhecidos dos moradores do Horto, na região Leste de Belo Horizonte. Eles temem que as vias estreitas do bairro não suportem o fluxo de veículos gerado pela ampliação da capacidade de público da arena, que terá 25 mil lugares, e pela acolhida de jogos de Atlético e Cruzeiro.
A pouco mais de um mês da reinauguração do Independência, nenhum plano de intervenção nas ruas e avenidas do entorno do estádio foi colocado em prática. O que se desenha é que a falta de obras de acesso será suprida por estratégias de planejamento viário, entre elas, mudanças de sentido de circulação e restrições de estacionamento.
Diante do cenário atual, moradores do Horto e de bairros próximos acreditam que as intervenções não serão concluídas a tempo, trazendo de volta lembranças do caos em que o local se transformava nos dias de grandes eventos.
Morador da rua Manoel Caillux, uma das que terminam de frente ao estádio, o engenheiro Joaquim Santana Ferreira, de 27 anos, acredita que a solução é fechar todas as vias que levam ao Independência nos dias de jogos e aumentar a fiscalização para impedir que motoristas parem em locais proibidos. “Nas partidas do América acho que não vai haver muito problema. Mas quando um dos times for o Atlético ou o Cruzeiro, vai virar bagunça. Se não fizerem nada, o tumulto vai ser geral”, diz.
A preocupação do engenheiro tem justificativa. Em 2009, até o estádio ser fechado para reforma, o América atraiu, em média, 2.700 torcedores por partida. Foram realizados nove jogos, com um público total de 24.892 torcedores. Somente o Atlético, na temporada de 2011 e jogando em Sete Lagoas, a cerca de 60 quilômetros de Belo Horizonte, teve média de público quase cinco vezes maior.
A tendência é a de que, até 2013, quando o Mineirão deve ser reaberto, sejam disputados no Independência pelo menos três jogos por semana dos campeonatos Mineiro e B rasileiro e da Copa do Brasil.
Uma das preocupações é com a capacidade limitada de vagas de estacionamento. Serão apenas 420 para uma multidão de 25 mil pessoas. O Mineirão oferecia 4 mil espaços para veículos e tinha ruas mais largas no entorno, na Pampulha.
Nem mesmo o fato de o Independência estar cercado por três grandes corredores de trânsito – as avenidas Cristiano Machado, Silviano Brandão e José Cândido Silveira– deixa o cirurgião dentista Marcelo Adriano Santos, de 40 anos, otimista. “As mudanças no tráfego já deveriam ter sido realizadas. Primeiro vão deixar o problema acontecer, para depois intervir”, critica o morador.
Responsável pelo reforma do estádio e por sua administração até 2037, o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), informa que há um projeto de mobilidade em desenvolvimento. Ele está sendo elaborado pela empresa de tráfego Tectran, com o aval da BHTrans. Sem entrar em detalhes, a Secopa informou que o estudo básico já foi aprovado e que o executivo está em análise pela empresa que gerencia o trânsito na capital.
O diretor de Planejamento da BHTrans, Célio Freitas, explica que para todo empreendimento de grande porte a prefeitura exige do responsável levantamentos dos reflexos que serão causados. Entre as avaliações está o Relatório de Impacto na Circulação (RIC). As intervenções –definitivas ou planejadas somente para um jogo– estão em análise e serão executadas pela Secopa antes da reabertura do Independência. “Basicamente serão alteradas a circulação de algumas ruas e regras de estacionamento. A Silviano Brandão também passará por mudanças e vamos reforçar os cuidados com a segurança dos pedestres no trajeto entre o metrô e o estádio”, diz Célio Freitas.
* http://www.hojeemdia.com.br/minas/problemas-antigos-assombram-o-novo-estadio-independencia-1.396605
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