Sob o sol escaldante na Arena do Jacaré, meu sobrinho Celso, jornalista e cruzeirense, acabava de observar que a torcida do Cruzeiro levara faixas pedindo a cabeça do diretor Dimas Fonseca, e apontava, o que para ele, tinha sido um dos erros graves do comandante do futebol azul: ficar com o zagueiro Leo e deixar o Naldo ir embora. Mal fechou a boca e o Guarani se aproveitou de um vacilo da zaga e fez 1 x 0.
Justiça seja feita ao meia Walter Minhoca e ao lateral direito Luizinho, veteranos campeões pelo Ipatinga, que se aproveitaram de mais um passe errado do também veterano Amaral e tramaram o contra-ataque fulminante divinopolitano.
A vida dos times do interior não é fácil e o prazo de validade do bom futebol dura muito pouco, em função do fôlego de menos dos seus melhores jogadores, que normalmente já descem ladeira, a caminho do fim da carreira.
Só que o Guarani aguentou muito bem e debaixo de um sol desses, não sofreu tanto para encarar o Cruzeiro.
Uma zebra como essa do Guarani é cada vez mais rara quando os times do interior pegam os da capital. Antes da Lei Pelé era mais comum, já que sempre havia dois ou três talentos formados na base dos times do interior que costumavam desequilibrar e na temporada seguinte ser contratados por um ou outro grande.
Mas o Guarani aguentou bem e nem parecia que o adversário era o Cruzeiro.
Além da cabeça do Dimas Fonseca, a torcida pedia Vanderlei Luxemburgo, demitido quinta-feira pelo Flamengo.
A essa altura só mesmo o presidente Gilvan sabe o que poderá acontecer no clube nos próximos dias.
O Atlético entrava em campo quando o horário de envio da coluna para o Super Notícias e O Tempo, estourava, e a partir deste trecho o comentário é exclusivo para o blog.
No Campeonato Mineiro a história é sempre parecida nesse confronto dos times da capital com os do interior, principalmente depois do surgimento da Lei.
Antes do dedo do então Ministro Pelé e seus assessores, sócios e empresários, os clubes do interior tinham pelo menos esse poder, de revelar.
Para “variar”, as melhores e poucas jogadas do Cruzeiro começaram ou foram concluídas pelo Montillo. Dos contratados, nenhum deu sinais de que pode ter sido “reforço”. A Raposa apresentou 10 novos jogadores até agora, mas certamente poderia ter economizado, apostando em uma safra de ótimo potencial formada em suas categorias de base.
Se é para testar, que se teste os de casa primeiro!
* O América fez um jogo consciente contra a Caldense e venceu com domínio absoluto, principalmente no segundo tempo quando parou de errar tantos passos.
Givanildo está montando um time competitivo, em condições de brigar pelo título mineiro e a uma das vagas da Série A nacional. Está mesclando os que foram mantidos do ano passado com os jovens promovidos dos juniores.
Quem pisou na bola foi a torcida, (menos de 500 pagantes), muito abaixo do que o time está merecendo.
* Por mais que a Globo, que compra os direitos, e grande parte da imprensa tente jogar para cima e criar um oba-oba em torno do Campeonato Mineiro, trata-se de uma missão tão difícil quanto empurrar caminhão na subida. Se dentro de campo o nível técnico é que se vê, fora, a velha esculhambação que não existe mais nas competições em sociedades evoluídas.
A primeira rodada já teve jogo adiado (Nacional x Cruzeiro) e agora o América, líder da disputa, é obrigado a ficar 18 dias sem jogar!
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