Aprontou tanto que o fim da linha chegou. Pelo menos é o que parece.
O maior erro dele foi querer peitar o Joseph Blatter, pensando em substitui-lo como presidente da FIFA. Só que o suíço quer colocar o Michel Platini no lugar dele.
Ricardo Teixeira é o cartola mais arrogante com quem já tive contato.
Vai embora tarde e tomara que seja apanhado pela justiça brasileira, coisa que acho muito difícil.
Os presidentes das federações estão articulando o sucessor do “chefão” da CBF.
Aí está a grande chance do Dr. Paulo Schettino se mostrar uma liderança firme e brigar para assumir o topo do futebol nacional.
Tomara que ele não pipoque!
No Uol e na Folha de S. Paulo de hoje, mais detalhes dos bastidores nebulosos do poder do futebol brasileiro.
* “Ricardo Teixeira recebeu de suspeita, diz polícia”
Cheques de R$ 10 mil ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, emitidos por Vanessa Precht, uma das sócias da Ailanto, empresa suspeita de ter superfaturado um amistoso da seleção, foram encontrados pela Polícia Civil em Brasília.
Um contrato entre Vanessa e Teixeira, de março de 2009, estabelece um arrendamento da fazenda dele, em Piraí, a cerca de 80 km do Rio, para a sócia da Ailanto.
Com a descoberta dos cheques nominais emitidos por Vanessa, a polícia concluiu que há um vínculo entre Teixeira e a Ailanto, que organizou o amistoso da seleção contra Portugal, em 2008. O jogo foi bancado por R$ 8,5 milhões em dinheiro público.
OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria de imprensa, Ricardo Teixeira afirmou que o contrato de arrendamento de suas terras para Vanessa não tem vínculo com o amistoso entre a seleção brasileira e Portugal. Questionada sobre os cheques dela para o dirigente, a assessoria afirmou que todo negócio da cessão de terras foi “legal e declarado no Imposto de Renda”.
Segundo a assessoria, a CBF não tem relação com o amistoso de Portugal porque este havia sido cedido à Ambev, patrocinadora da entidade que tem direito a uma partida anual. A Ambev recebeu R$ 1,5 milhão dos organizadores da partida, segundo a CBF, em janeiro de 2009.”A confederação não recebeu um centavo pela partida”, afirmou a assessoria.
Por meio de sua secretária, o advogado de Vanessa Precht, Demian Guedes, voltou a dizer que sua cliente não se pronunciaria sobre questões sobre o amistoso.Mais uma vez, ninguém atendeu os telefones da Ailanto, com sede na Barra da Tijuca, no Rio.
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* “Briga pelo espólio”
Herdeiros naturais do comando da CBF, cartolas paulistas viram alvo de presidentes de federações estaduais, que pleiteiam nova eleição na entidade
Tida como iminente para os dirigentes das federações estaduais de futebol, a queda de Ricardo Teixeira originou uma briga regionalista pelo comando da CBF.
E presidentes de federações já chegaram até a articular uma união para definir como será a sucessão na CBF.
A cartolagem paulista espera que, se a saída de Teixeira se confirmar, seja cumprido à risca o estatuto da entidade, e o vice-presidente mais idoso assuma o cargo.
No caso, José Maria Marin, ex-governador paulista, seria o sucessor de Ricardo Teixeira. Marin entrou na CBF por indicação de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol.
Ao assumir o comando da CBF, Marin, segundo previsões de cartolas paulistas, daria a Del Nero a secretaria-geral da entidade -cargo que, até o fim de janeiro, era do tio de Teixeira. Andres Sanchez, o diretor de seleções, completaria o plantel paulista.
Em conversas informais com aliados, Marin garantiu que Andres permanecerá na confederação. O cartola corintiano prefere se esquivar.
“A princípio, se acontecer [a saída de Teixeira], tem que seguir o estatuto ou a assembleia geral, que reúne as 27 federações. Não trabalho com a hipótese de ser presidente da CBF”, afirma Andres.
Enquanto ocorre a movimentação paulista, federações de outros Estados se articulam para tentar promover uma nova eleição na CBF.
“[A queda de Ricardo Teixeira] tem 99,9% de chances de ocorrer amanhã [hoje].Só que acontece o seguinte: nós prorrogamos o mandato para o Ricardo Teixeira. Então, espero que se faça justiça e se convoque novas eleições. A própria opinião pública vai falar”, diz Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol.
Novelletto se refere à manobra no estatuto da CBF para que Teixeira continuasse no poder até a Copa-2014. Seu mandato, que terminaria no final deste ano, foi prolongado para até 2015.
Segundo o cartola gaúcho, a FPF é a única entidade filiada à CBF que está sabendo do que acontece em torno da possível queda de Teixeira. “Isso criou um mal-estar. Ela está com tudo na mão. Por que esse privilégio?”, argumenta Novelletto.
Anteontem, cartolas do Rio, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Bahia conversaram para discutir uma alternativa ao assunto. Não querem aceitar a tomada de poder dos cartolas paulistas.
“O grupo tem de oito a dez federações. Não estamos preocupados com cargos. Só estamos inseguros de como vão ser os rumos da confederação”, diz o presidente da federação baiana, Ednaldo Rodrigues. O dirigente declara não aceitar uma decisão “goela abaixo” de Teixeira.
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* “Encostado, tio recebia R$ 1 mi/ano”
Marco Antonio Teixeira é demitido por sobrinho após cinco anos sem poder
Figura decorativa na CBF há mais de cinco anos, o tio de Ricardo Teixeira recebia cerca de R$ 1 milhão por ano da entidade, que é privada.
Secretário-geral da confederação há mais de uma década, Marco Antonio Teixeira ganhava R$ 88.070,04 mensais. O salário do dirigente consta na rescisão de contratado, feita no início do mês e à qual a Folha teve acesso.
Funcionário da CBF desde 1989, o cartola recebeu R$ 1.410.606,15 (já descontados os impostos) ao deixar o cargo, segundo o termo de rescisão de contrato.
O tio de Teixeira ganhou R$ 1.312.538,85 de gratificação, além de R$ 308.245,14 de aviso prévio. O ex-secretário-geral teve descontados R$ 372.854,36 pela Receita Federal do Imposto de Renda.
Como era funcionário registrado, ainda ganhou um valor grande, não divulgado, de FGTS -só quem é demitido pode receber esse dinheiro e a multa de 40% do montante do fundo.
Marco Antonio foi mandado embora no último dia 3. Até a Copa de 2006, na Alemanha, ele era o homem mais poderoso da CBF, mas caiu em desgraça após o Mundial.
Teixeira descobriu que Marco Antonio estava articulando nos bastidores para tentar ficar em seu lugar.
O presidente da CBF não aprovou também a escolha da pequena cidade de Weggis, na Suíça, para a seleção brasileira se preparar para a Copa da Alemanha. O time de Carlos Alberto Parreira fez seus treinos lá por opção do ex-secretário-geral.
A partir dali, sua função na CBF foi esvaziada. O cartola passou a cuidar apenas da administração da sede da entidade e da Granja Comary, centro de treinamento de Teresópolis, na região serrana do Rio, que não serve mais para os treinos da seleção.
Sem o poder, Marco Antonio virou um burocrata. Mesmo sem justificar o alto salário, ele foi mantido por mais de cinco anos no cargo.
Teixeira ainda não se pronunciou sobre o afastamento do tio, substituído na semana passada por Júlio César Avelleda, que ocupará o cargo interinamente.
Avelleda é funcionário da entidade desde 1992. Ele começou como estagiário e trabalhou em três departamentos -processamento de dados, registro e tesouraria.
Em 2007, ocupou o cargo de assistente de orçamento e controle, área ligada à diretoria financeira da confederação. Lá, o secretário-geral interino se aproximou de Teixeira. Ele é responsável por preparar relatórios sobre todos os pagamentos na CBF.
Outro dirigente da CBF poderá ser demitido. Antônio Ozório, do departamento financeiro, é o mais cotado.
* http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1049448-ricardo-teixeira-recebeu-de-suspeita-diz-policia.shtml
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