A troca de idéias com leitores é muito salutar,
principalmente quando alguém discorda do que eu escrevo ou falo, porém é
educado no diálogo e apresenta argumentos que merecem consideração e resposta.
Como nem tudo são flores, de vez em quando aparece um
troglodita, que nos mata de rir com as imbecilidades e impropérios que diz,
porém vai pro “spam” e dá sossego.
Hoje recebi e-mail legal demais da conta do José Emilio
Guedes Lages, que vale a pena mostrar os senhores do blog, e me dá a
oportunidade de me aprofundar num assunto importante, abordado por mim esta
semana.
Confira:
Caro Chico Maia,
Ao ler a sua crônica de ontem, Quinta Feira 23 de Fevereiro,
ficamos orgulhosos quando você cita alguns músicos mineiros que brilham, merecidamente,
no cenário musical mundial pois são do mesmo nível dos melhores do mundo
como:Toninho Horta, Wagner Tiso, Milton…, e tantos outros que, no paralelo
com o futebol, têm a mesma grandeza de um Tostão, Nelinho,Reinaldo, Cerezo…
Agora: Alexandre Pires, Skank, Jota Quest, com todo o
respeito que merecem, são de um escalão muito inferior aos nobres músicos citados
e outros que não foram. Comparando com o futebol, também com todo o respeito, é
como se você colocasse o Dario Peito de Aço, Alemão, Gomes, Dida, Fred, ou
mesmo o Genuíno do caminhão, que são ou foram de um escalão bem inferior aos
nobres craques que você citou. Não se trata de preconceito e sim de um pós
conceito.
E viva a Música Popular Brasileira de qualidade, bem como os
grandes craques do nosso futebol que, apesar do lixo que é a classe que os
dirige (?), nessa terra arrasada, de vez em quando, ainda brota um Neymar,
Ganso, Lucas…!
José Emílio Guedes Lages”.
Preferências musicais à parte, eu não quis colocar na mesma
prateleira os músicos citados. São estilos diferentes, públicos totalmente
distintos. Reconheço que errei em não explicar na coluna o motivo da citação de
cada um.
E deixei de citar vários, excelentes, como o 14 Bis, por
exemplo, banda que enaltece Minas e mineiros, que marcou e continua marcando
gerações Brasil afora.
Então vamos às justificativas: o Skank foi a banda mais
tocada em todos os estádios da Copa da França em 1998, principalmente a música “Uma
partida de futebol”. Foi uma das principais atrações do festival promovido pelo
ex-jogador Raí, até hoje ídolo do Paris Saint Germain, que reuniu algumas das
principais bandas e cantores do mundo, no Parque dos Príncipes, na primeira
fase da Copa.
O Alexandre Pires também cantou neste festival, e não me
esqueço da primeira frase dele para o estádio lotado: “Agora nós vamos mostrar
a vocês um pouquinho da minha Minas Gerais e do Brasil…”.
Foi muito legal, principalmente porque na época havia até
movimento separatista no Triângulo Mineiro, e ele é de Uberlândia.
O Jota Quest foi tocado durante jogos do Brasil na Copa da
Alemanha.
Com o devido respeito a quem gosta de pagode e outros
gêneros, jamais eu colocaria a qualidade musical de um Toninho Horta, Wagner
Tiso ou Milton Nascimento no mesmo balaio.
Alexandre Pires é ídolo daquele cruz credo do George Bush, que
breve estará ajustando contas com o capeta, e até tocou pra ele na Casa Branca.
Prefiro Barack Obama, que recebeu Mick Jager esta semana, mas
gosto não se discute; lamenta-se.
O que eu quis dizer é que em termos de divulgação e atração
de turistas estrangeiros, esta turma toda é importante para Minas e precisa ser
mais acionada e envolvida na realização da Copa das Confederações e Copa do
Mundo.
Cada um tem o seu público e como diz a música do Beto Guedes,
outro grande gênio da música mineira, “vamos precisar de todo mundo”, pois
dinheiro não tem cor nem credo religioso, e quando mais gringos vierem para
gastar, conhecer nossas belezas e voltar futuramente, melhor.
É isso.
Espero que o José Emilio e demais leitores que não tenham me
entendido antes, estejam satisfeitos com essa explicação e não pensem que eu
cometeria o sacrilégio de misturar as marchas musicais.
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