Wagner Mancini foi coerente ao manter o Cruzeiro com três atacantes, mas esbarrou num Atlético impecável no primeiro tempo. Se foi ousado para começar jogando, Cuca também foi, ao escalar como titular o Bernard que voltava de contusão grave e poderia estar sem ritmo de jogo.
O técnico atleticano se deu melhor no primeiro tempo porque além de Bernard, todo o meio campo alvinegro esteve bem, e no ataque Danilinho e André aproveitaram as oportunidades que tiveram.
* Outro jogo
Na segunda etapa o técnico cruzeirense tirou o lateral Marcos que fez um primeiro tempo muito ruim e Walysson. Apostou na força do Everton e na criatividade do Roger. As mudanças funcionaram e a Raposa passou a dar as cartas. Anselmo Ramon perdeu uma chance inacreditável em uma bola cruzada por Montillo, mas se redimiu momentos depois aproveitando um vacilo do goleiro Renan Ribeiro, que não conseguiu cortar o cruzamento.
* Equilíbrio
O jogo voltou a ficar equilibrado; Guilherme perdeu grande chance na cara do Fábio, depois da bola bater na trave, e no ataque seguinte, o Cruzeiro não perdeu a sua vez. De novo Montillo encontrou Anselmo Ramon dentro da área, mas dessa vez ele não perdoou.
O empate ficou de bom tamanho pelo que erraram e acertaram os dois times.
* Razoável
Pressionado antes do jogo pelos dirigentes, e durante, pelos jogadores dos dois times, o árbitro Renato Cardoso Conceição foi razoável. Deveria ter expulsado Roger pela agressão por trás ao Danilinho; acertou na expulsão do Pierre, que já tinha cartão amarelo e fez falta dura no Montillo.
Clubes e até a imprensa deveriam colaborar mais com os árbitros mineiros. Os que vêm de fora não sofrem tanta pressão, e isso influencia no trabalho deles.
* Os nomes
Anselmo Ramon foi o grande nome do jogo, pelos gols e pelo que jogou. Vem subindo de produção e tem a confiança do treinador que tirou Wellington Paulista para a entrada do Walter.
Danilinho fez um bom jogo e se redimiu da falta de profissionalismo fora de campo. Esperto, mais uma vez fez o seu marketing pessoal com a torcida ao provocar os jogadores do Cruzeiro.
* Corda bamba
Irritado com as vaias, o goleiro Renan Ribeiro quase machucou a mão ao dar um soco na porta do vestiário depois do jogo. Com atitudes assim demonstra que não está suportando a pressão de ser goleiro do Atlético.
No Cruzeiro o mais criticado foi o lateral Marcos. Joga muito mais do que jogou no clássico, mas estava visivelmente nervoso e foi substituido no momento certo.
* Sorte não!
Os dois técnicos mantiveram o equilíbrio e respeito mútuo nas entrevistas após a partida, porém, para evitar críticas públicas aos seus jogadores, Cuca exagerou ao dizer que o Cruzeiro empatou na “sorte”.
Ora, ora! O goleiro Renan falhou no primeiro gol, e Fillippe Soutto perdeu bola quando tentava sair para o contra ataque, originando o empate azul.
Isso não é sorte; são falhas, e competência do adversário.
* Só na última
A próxima rodada será marcada pela expectativa em torno do primeiro e do último classificado para a fase decisiva, mas principalmente para a luta contra o rebaixamento.
O Democrata Pantera pode repetir a façanha do ano passado quando escapou no apagar das luzes. Lamentável que o Uberaba esteja correndo risco de deixar o Triângulo fora da disputa do ano que vem.
Mas Villa Nova, Boa e América-TO também correm risco.
* Essas e outras notas estarão em minhas coluna de amanhã nos jornais O Tempo e Super Notícia, nas bancas!
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