O Cruzeiro comemorou ano passado, na última rodada o não rebaixamento no Brasileiro, mas como goleou o Atlético, continuou iludido com a qualidade do time, embalado por uma boa vontade extrema de grande parte dos colegas da imprensa. No Mineiro, que não é referência de medição do nível dos nossos maiores clubes em relação aos concorrentes nacionais, o Cruzeiro perdeu na estreia para o Guarani, mas obteve uma sequência de vitórias até o empate contra o Atlético, comemorado como vitória.
Veio o primeiro jogo da semifinal contra o América e nova e efusiva comemoração, agora de uma derrota por 3 x 2. A justificativa mais dada foi a ausência do Montillo, machucado. Hoje, nem ele deu jeito. Sem inspiração e bem marcado, participou de outra incontestável derrota, e agora, para marcar o fim do time em sua trajetória no Campeonato.
Se de toda derrota tira-se algum proveito, que o Cruzeiro abra os olhos a tempo, porque o Brasileiro vem aí e os defeitos do time foram maquiados até agora, pelo nível do Mineiro e pelo oba-oba de parte de alguns companheiros da imprensa.
O América foi melhor nos dois jogos da semifinal e é candidato fortíssimo ao título.
Também falou-se muito que o Cruzeiro estava “sobrando” em termos de condição física e por isso vinha obtendo viradas espetaculares, vencendo jogos aparentemente perdidos. Essa verdade prevaleceu contra os clubes do interior e no jogo contra o América na fase de classificação. Hoje, o time não conseguiu repetir o ritmo do primeiro tempo e ainda tomou o segundo gol em mais um contra ataque do Coelho, que fez dessa estratégia a sua principal arma.
Cruzeiro e América fizeram um excelente primeiro, e um jogo mais cauteloso no segundo, quando o desgaste físico se fez sentir e as precauções defensivas tomaram conta de ambos, já que um gol adversário poderia por tudo a perder. Mas os lances de perigo continuaram acontecendo, com cobrança de falta do Roger na trave, e um desperdício incrível do Rodriguinho, que criou jogada pela esquerda e quando estava perto da marca do pênalti, chutou para fora.
O América fez uma partida inesquecível, com poucos erros e uma determinação rara no futebol atual. Obediência absoluta às determinações do técnico Givanildo e alguns valores individuais se destacando pela raça, aliada à qualidade técnica, como a dupla de zaga, Gabriel e Everton Luiz; Rodriguinho, Moisés, Bruno Meneghel, Fábio Júnior e Alessandro.
O árbitro Luiz Flávio de Oliveira cometeu erros graves, como apitar o pênalti que foi chutado para fora pelo Wellington Paulista e ao não expulsar o zagueiro Everton Luiz, que já tinha cartão amarelo, cometeu falta no início do segundo tempo que merecia outro amarelo e por consequência a expulsão.
Mas, pelo fato de não pertencer aos quadros da FMF não sofreu as costumeiras e pesadas contestações dos dois lados.
Certamente teremos dois excelentes jogos nessa final de Campeonato, completamente imprevisível. O Atlético sentiu as muitas mudanças no time nos últimos jogos, em função das contusões e suspensões, mas o técnico Cuca terá quase todo o elenco à disposição nas partidas contra o América.
Na fase de classificação o Galo venceu este clássico de virada e o Coelho até hoje reclama da arbitragem.
Ótimo que teremos a decisão do Campeonato no novo Independência, e é claro que, com a presença das duas torcidas, como deveria ser em qualquer jogo. Não é possível que vá surgir algum cabeça cozida querendo determinar o contrário.
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