Poucos dias antes de viajar para cá vi reportagem mostrando que várias obras de infra-estrutura não ficariam prontas a tempo. Realmente, um bom trecho da linha do metrô de superfície está ainda em execução, e pode levar mais de dois anos para ser concluída. Pois é! Mas os poloneses fizeram muito bem feito o trecho que atende o Estádio Nacional, palco da abertura da Eurocopa, ontem.
Impressionante a facilidade para se chegar a este “teatro”, usado também para o futebol, com capacidade normal para 58.300 pagantes; 50 mil durante a Euro.
Chegada fácil, rápida e sem atropelos. Infinitamente melhor que para se chegar ao Soccer City, na Copa da África do Sul em 2010. Lá as obras do metrô e BRT só ficaram prontas do aeroporto até os hotéis chics da Mandela Square, longe do estádio.
O nosso tão aguardado metrô em Belo Horizonte nem começou a ser construído, mas ouvi uma autoridade respeitável dizer que está previsto para 2023! Fazer o quê, né!? Como diria o Adilson Batista: “Vamos aguardar!”
Para quem reclama da ação dos cambistas em nossas bandas, um consolo: eles estão em todos os lugares e em todo evento que possa manter essa atividade profissional viva.
Os cambistas estão à margem da lei, mas costumam quebrar um galho danado; como nesse Polônia 1 x 1 Grécia. E como a tecnologia evolui dia a dia, a novidade é que havia um deles até com um tablet, dizendo com letras garrafais que tinha ingressos. E sem ninguém para incomodá-los. O preço oficial nessa primeira fase da disputa varia de 30 a 70 euros.
Apesar da chuva forte na chegada do público, nenhum atropelo, pois tudo vira festa.
Outro fator que provoca saudosismo, e uma certa inveja em quem gostava de tomar uma cerveja nos estádios brasileiros, é que aqui é liberado, dentro e fora; antes, durante e depois dos jogos.
Além da facilidade de acesso ao Estádio os poloneses também se preocuparam com os adeptos por viajar de moto-home, uma prática comum na Europa. Com o apoio da UEFA, foi montada uma área de camping próxima ao estádio. Dá para os “hóspedes” do veículo se deslocar a pé para assistir a partida.
Uma novidade que ainda dá tempo de os organizadores da Copa de 2014 aproveitarem se refere aos ingressos dos jornalistas credenciados. Em Varsóvia, ao invés do profissional receber um envelope previamente preparado com o seu ticket, a impressão é na hora. Numa rapidez impressionante. Economia de tempo, papel e dinheiro.
A Carlsberg, cerveja patrocinadora oficial, faz graça para os jornalistas, no centro de imprensa, porém, só depois da coletiva dos treinadores e jogadores após dos jogos.
Quanto ao jogo, o mais interessante foi o goleiro, segundo suplente, Tyton, que entrou com a missão de pegar o pênalti cometido pelo titular Szczesny e expulso. Quando se aquecia, foi alertado por um colega de banco, do canto em que o grego, capitão do time, Karagounis bate usualmente. Não deu outra: chute bem colocado no canto esquerdo, mas sem a devida força, e o gigante polonês pegou.
Pênalti é competência e acima de tudo controle emocional. O melhor batedor que já vi, Nelinho, diz que em momentos decisivos as pernas de quem vai para a cobrança passam a impressão de estar pesando 100 quilos cada uma. O capitão grego não conseguiu carregar todo este peso.
Cambistas
Assim como nas Copas do Mundo ou qualquer campeonato estadual ou Brasileiro, os cambistas são como uma instituição do futebol e estão sempre presentes. Também na abertura da Eurocopa eles estavam na porta do Estádio Nacional de Varsóvia, agindo à vontade, sem serem importunados.
Cerveja
Se no Brasil ela está proibida nos estádios de futebol, na Eurocopa a cerveja continua soberana, assim como na Copa do Mundo. A única restrição é que, dentro do estádio, só a patrocinadora oficial. Fifa e Uefa são apoiadas por marcas distintas: Budweiser e Carslberg, respectivamente.
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