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Teoria conspiratória portuguesa falhou

Por causa do barulho que a imprensa e dirigentes de Portugal fizeram contra a escalação do árbitro turco Cuneyt Çakir, tive atenção especial ao comportamento da arbitragem nesta primeira semifinal.

Instalou-se uma teoria conspiratória entre os portugueses, que certamente visava neutralizar qualquer eventual ajuda de Çakir à Espanha, naquela clássica situação: em caso de dúvida, apita-se a favor do time mais poderoso.

Me fez lembrar a prevenção do América em relação aos árbitros mineiros nos jogos contra Atlético e Cruzeiro; da dupla contra paulistas e cariocas no Brasileiro e dos times do interior mineiro contra os três da capital. Todas, preocupações procedentes; diga-se.

O chefe da arbitragem da UEFA é Espanhol e o árbitro turco, desses que “fazem qualquer favor a um superior, para subir na profissão”, diziam os jornalistas portugueses.

Mas, pressionado ou não, o corretor de seguros Cuneyt Çakir, 35 anos, fez uma boa arbitragem e a rigor cometeu dois erros: não deu a lei da vantagem quando o Nani saiu driblando os espanhóis no início do jogo em um contra ataque, e deixou de expulsar o português Coentrão, que mostrou a genitália ao banco da Espanha.

Çakir, que antes apitara bem, Ucrânia 2 x 1 Suécia e Itália 2 x 0 Irlanda, teve outra ótima atuação.

Normalmente, decisões por pênaltis são vencidas por quem controla melhor os nervos. Mesmo grandes batedores costumam errar. Depois do justo 0 x 0 no tempo normal e prorrogação, a Espanha mandou Portugal de volta para casa e domingo poderá se tornar a primeira seleção a ser bicampeã da Eurocopa de forma consecutiva.

Alemanha e Itália decidem amanhã, quem irá para a final e que estará no Brasil na Copa das Confederações do ano que vem.

A segurança está funcionando muito bem na Eurocopa e principalmente as autoridades da Ucrânia estão comemorando efusivamente; com razão. A mídia da Europa central fazia previsões catastróficas para os riscos lá e muitos veículos recomendavam que os torcedores optassem por assistir a competição pela TV. Na Inglaterra, agiu-se da mesma forma que no caso da Copa da África do Sul: “Assista pela TV e não corra o risco de voltar dentro de um caixão para casa”.

Não sem razão, o Brasil vai enfrentar a mesma reação da mídia para 2014, já valendo para a Copa das Confederações em 2013. A pergunta que mais ouvi dos estrangeiros nessa Eurocopa foi sobre isso. O problema da fama do Brasil é o nível da violência dos bandidos, com tiros e facadas. Os europeus são acostumados com batedores de carteira, em Paris, Roma, Madri, Londres e em qualquer lugar, mas quando há latrocínio vira escândalo. Em nosso país é normal.

Apurou-se que a morte do espanhol em Donetsk, no início da Eurocopa, foi um caso isolado, de confusão provocada por bebedeira. No dia 19 foi encontrado o corpo de um irlandês, 21 anos, no rio da cidade de Bydgoszcz, na Polônia. Nenhum sinal de violência; dinheiro e todos os documentos encontrados com ele, e a constatação de que foi acidente.

Tomara que no Brasil fiquemos apenas em furtos e ocorrências leves.


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Comentários:
4
  • J.B.CRUZ disse:

    Torcendo fervorosamente para ITÁLIA, por motivos óbvios, espero pelo menos neste jogo a emoção do gol,belas jogadas e a alegria da vitória final…Mas, a ALEMANHA é adversário de respeito e a melhor da EUROCOPA atual…..AGUARDEMOS!!

  • Márcio Luiz disse:

    Mais uma PE LA DA de luxo.

  • Alisson Sol disse:

    Sei não: quem joga e observa de perto o futebol, vê que o juiz não precisa dar ou deixar de dar uma penalidade para afetar uma partida. É só ir irritando um jogador aqui, invertando uma falta ali, dando um impedimento acolá. Ao final, “fez o resultado” sem ninguém perceber. Juiz que deixa para “roubar” em penalidade foi incompetente!

    Falando nisto, a final da Libertadores mostrou bem o famoso refrão do Skank: “Bola na trave não altera o placar”. Talvez por isto é que o futebol seja um esporte tão interessante de se observar: quando o nível dos dois times é muito próximo, a diferença vai ser mesmo a competência do atacante no momento decisivo. O menino do Corinthians não teve medo: em boa forma, chegou antes na bola, viu a posição do goleiro, e mandou por cima. Os atacantes “rodados” mas fora de forma do Boca, só chegam atrasados. Se o Corinthians não tremer e Tite tiver a coragem de colocar os melhores em campo, acho que o fim do mudo realmente chegou: o Corinthians vai ser Campeão da Libertadores.

  • Paulo Henrique disse:

    Alemanha ou Itália estarão na Copa das Confederações.

    Junta-se a Brasil, Espanha, Uruguai, México, Japão, Taiti e campeão da África.

    Grande chance de termos um belo clássico mundial em BH!