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Viva a posse de bola

 Participação no Intercom Sudeste, hoje, na Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, fez com que eu voltasse antes da final da Eurocopa. A convite da coordenadora do curso de Comunicação da escola, Professora Nair Prata, vamos participar do Seminário “Esporte na Idade da Mídia”, com muito prazer.

Mas assim como telespectadores do mundo todo estarei diante da TV, amanhã às 15h45 para ver essa final que promete ser ótima do primeiro ao último minuto, ou, ao último pênalti.

Tenho visto companheiros criticando a fórmula da Espanha de ter o domínio da posse da bola, dizendo que é um jogo “chato”. Discordo totalmente. Impressiono-me a cada jogo com a capacidade dos espanhóis de acertar tantos passes e de repente, em um lance relâmpago, chegar às redes adversárias. E a cada partida a situação fica mais difícil, pois o outro time descobre fórmulas neutralizantes, o que obriga a genialidade de um ou outro espanhol entrar em cena. Quando nada dá certo e o placar fica no 0 x 0, como contra Portugal, resolve-se nos pênaltis; fórmula também criticada por muitos, para decidir quem segue adiante ou é o campeão.

Bom também

A decisão por penalidades faz parte do espetáculo e ajuda a mostrar quem tem mais competência para por a bola dentro do gol ou para evitar, além de testar a capacidade emocional de batedores e goleiros.

Também sou a favor da prorrogação antecedendo aos pênaltis, outra alternativa de desempate criticada por muitos colegas. É hora de ver quem está melhor preparado fisicamente ou se um craque fará a diferença em um lance fortuito.

Perversidade

Dias antes de começar a Eurocopa as seleções da Alemanha, Holanda e Itália, em dias diferentes, deixaram os seus hotéis e fizeram visita ao complexo dos campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau, a 60 Km de Cracóvia. A origem dos demais e as piores experiências genéticas, torturas e matança em massa durante a Segunda Guerra, foi lá, onde morreram 1,8 milhão de homens, mulheres, crianças, velhos, deficientes físicos, judeus, ciganos, comunistas e quem mais desagradasse aos ideais nazistas.

Presente

Ano passado foram 2,4 milhões de visitantes a Auschwitz-Birkenau. Este ano entrei para essa estatística de visitas e assim como todo mundo saí chocado. É diferente quando se lê sobre o assunto e se assiste a um documentário. Entrar nas antigas celas, hoje museus que abrigam os cabelos das vítimas, seus objetos pessoais, brinquedos das crianças, óculos, roupas, enfim.

A maldade humana é infinita e infelizmente “Awschwitz” repaginados continuam existindo em várias partes do mundo.

Sem separação

Um fato marcante do futebol europeu, que merece ser destacado, é que atletas, dirigentes, torcedores e imprensa não separam o futebol do contexto social; o que não ocorre no Brasil. Nessa histórica hipocrisia verde e amarela, o futebol sempre foi usado pelo poder político. Na ditadura militar, para esconder os crimes oficiais; na democracia para angariar votos e virar trampolim para dirigentes suspeitos conseguirem mandatos e a tão almejada imunidade parlamentar.

Cidadania

Presidida por Michel Platini, que sempre se posicionou em assuntos do cotidiano da França quando era um dos melhores jogadores do mundo, a UEFA usa essa Eurocopa para levantar bandeira contra o racismo e preconceito. A palavra “respeito” está estampada em letras gigantes em todas as áreas dos estádios e material da competição espalhado pelas cidades e mídia oficial.

Lá, existe a consciência que o futebol pode levar milhões de pessoas mundo afora a aderirem a boa causas cidadãs.


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