* Momento de despedida de Londres e depois de 20 dias cobrindo os Jogos Olímpicos a opinião que tenho é totalmente positiva quanto ao sucesso da organização inglesa, em todos os aspectos. Não foram perfeitos, porque a perfeição não existe em uma empreitada como esta. O único ponto que deixou a desejar foi em relação aos ingressos; um problema que afeta cada vez mais, grandes eventos esportivos, seja Olimpíada, Copa do Mundo ou jogos isolados de campeonatos, de futebol, vôlei e demais modalidades.
Problema mundial
Belo Horizonte vive isso constantemente. Quando o interesse do público é muito grande, sempre haverá gargalos, em função dos estádios com espaços cada vez mais limitados, o público crescente e normas criadas, visando coibir a ação dos cambistas, que acabam provocando o quadro que vimos em Londres: sobra de lugares nas arenas de competição e milhares de pessoas querendo e não conseguindo adquirir os ingressos.
Só com os donos
Grande parte desses ingressos já estava vendida pela internet, mas quem perdeu o interesse em alguma disputa não podia ser revendê-los; nem pelo mesmo preço, por quem tentava agir de boa fé, pois a polícia não permitia. Chegou a deter pessoas que tentavam, nas enormes filas das bilheterias oficiais.
A presença de estrangeiros é que ficou muito abaixo da expectativa dos organizadores. Esperavam em torno de um milhão, mas segundo informações dos órgãos privados de turismo de Londres, vieram estimados 100 mil, de todas as partes do mundo.
Bons de serviço
Em relação à estrutura, nada deixou a desejar, para o público, delegações, atletas, imprensa e demais envolvidos; todos com as melhores condições de executar as suas tarefas. Gentileza e competência impares dos voluntários, funcionários dos diversos órgãos participantes e autoridades. A grande preocupação com a segurança também foi superada, através de milhares de agentes, ostensivos e secretos, bem treinados e equipados com o que há de mais moderno em tecnologia.
Falta muito
Com 16 medalhas, a participação brasileira superou o maior número de medalhas da história das delegações olímpicas brasileiras, mas muito aquém da evolução que se esperava. Desde Atenas’2004 o governo federal vem despejando milhões no esporte, diretamente e através de renúncia fiscal, visando a formação de atletas. Porém, gasta errado, já que o dinheiro não chega, como deveria, a clubes formadores e aos atletas. Vai para ONGs ligadas a políticos e para as confederações, que não repassam a quem de direito com a transparência que se deseja.
Pisadas na bola e superação
O futebol decepcionou outra vez; o vôlei masculino se descontrolou emocionalmente na hora em que não podia, e o feminino superou uma crise que parecia que eliminaria o time na primeira fase. Mas estes esportes já são consolidados no Brasil, como sempre candidatos a medalhas.
Agradeço aos senhores por este prazeroso contato diário, especialmente àqueles que enviaram mensagens, ajudando-me a escrever a coluna com críticas e reparos, todos muito bem vindos.
Como o Antônio Carlos Inácio Moreira, de Belo Horizonte, que corrigiu-me: o Atlético disputou o Torneio de Manchester, em 1987, foi no estádio do “City, em Main Road”, e não no Old Trafford, como escrevi.
Não são os ingleses
Outro pedido de desculpas, tenho que fazer aos ingleses. Escrevi que eles
usam muito o telefone celular, falando alto e em qualquer ambiente. Pois não são eles. A maioria absoluta dos que fazem isso são os poloneses, que representam uma boa parte da população de Londres.
Que aliás, acolhe cidadãos de todos os continentes, de todas as esferas étnicas, sociais e religiosas, que ocupam todo tipo de postos de trabalho, escolas e espaço no cotidiano da cidade.
A partir desta semana a coluna volta à sua normalidade de segundas e quartas no Super Notícia e segundas e quintas-feiras no O Tempo.
* Coluna que vai circular amanhã nos jornais O Tempo e Super Notícia
Segurança foi impecável nos Jogos, com eficiência e simpatia
A diversidade de culturas e etnias é uma das características marcantes de Londres
Voluntários gentis e bem informados foram fundamentais para o sucesso dos Jogos
A estrutura para atletas, imprensa, público e demais envolvidos funcionou com perfeição
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