Obrigado ao Harley Coqueiro que enviou este artigo interessante sobre a arbitragem brasileira:
* “A Arbitragem Nossa de Cada Dia”
A arbitragem brasileira conseguiu mais uma vez manchar o Campeonato Brasileiro. A deste ano, então, mesmo com a ajuda dos tais 4º e 5º árbitros auxiliares (que na verdade, nada auxiliam!), ficou com a bola bem murcha. E o desastre foi geral, prejudicando praticamente todos os clubes da Série A – uns mais que os outros, é verdade – numa roleta russa de erros absurdos que vão dos gramados ao STJD.
Alguns cronistas pregam que a arbitragem encontra-se em crise não só no Brasil mas no mundo todo. Discordo em parte: pelo menos nas partidas das quais eu assisti pela Champions League, Liga Inglesa e Campeonato Espanhol, é praticamente imperceptível a atuação dos juízes, graças ao bom nível e à preparação da arbitragem europeia. Erros eventualmente acontecem, mas não tão grotescos como os que ocorreram neste Brasileirão 2012.
Entretanto, cabe aqui uma ponderação: na Europa, tem-se um princípio que no Brasil, mesmo com todo o profissionalismo, dinheiro e tecnologia, ninguém “importou” ou assimilou, que nada mais é que o respeito pelas regras do jogo e pelo público pagante, o tão propalado fair play.
Nos campos europeus, não é comum um técnico querer “apitar” as partidas pressionando veementemente o trio de árbitros como ocorre por aqui. Os luxemburgos e os felipões da vida, somados aos dirigentes de mentalidade de time de várzea, são também responsáveis pelas tragédias em nossa arbitragem. Por aqui prevalece a cultura da catimba, da malandragem, do “ganhar no grito”. E o árbitro latino, emocionalmente inconstante por natureza, neste ambiente hostil, está fadado a “amarelar” e a cometer erros comprometedores.
Outro detalhe que não pode ser ignorado: o torcedor, fanático e apaixonado, tende a “enxergar de forma inconsciente”, mais erros de arbitragem contra o seu clube do que com os outros. E essa “síndrome” ocorre com todos os torcedores: de atleticanos a vascaínos, passando por cruzeirenses e gremistas. Freud Futebol Clube explica isso…
E para finalizar, se querem saber se sou a favor do uso da tecnologia para sanar as dúvidas durante as partidas (a polêmica no gol de mão de Barcos do Palmeiras contra o Inter, por exemplo), eu digo que não. O erro no futebol é que o torna mais humanizado.
Assim como um zagueirão “engrossa”; um goleiro “franga” e um craque “pipoca”, um árbitro e um bandeirinha também têm o direito de errar involuntariamente, por mais que isso signifique tragicamente uma eliminação ou a perda de um título.
Ademais, mesmo com toda a tecnologia de última geração, duvido se haveria consenso em todos os lances. O futebol ficaria “editado” e frio.
E neste esporte, a emoção, a polêmica e a indignação têm mais graça que a razão…
* http://www.osinvicioneiros.com.br/2012/12/a-arbitragem-nossa-de-cada-dia.html
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