Eu estava em Diamantina quando tomei conhecimento da morte do General Videla, um dos ditadores mais cruéis da história recente da humanidade.
Não poderia deixar de falar sobre isso, e se existe inferno, que ele esteja queimando lá a essa altura.
Sou admirador da Argentina, tanto no futebol, como nação!
Um dos motivos é essa busca deles pela Justiça, que direitistas extremistas chamam de “vingança”. Videla e seus principais oficiais do exército, marinha e aeronáutica, além dos civis que cometeram crimes hediondos durante da ditadura, estão apodrecendo ou morrendo nas cadeias, ainda sentando-se nos bancos dos réus, sendo justiçados. Não apaga a dor das famílias das vítimas, mas diminui um pouco o sofrimento e serve de exemplo para potenciais aspirantes a ditadores não se metam nessa maluquice.
Enquanto isso, no Brasil, a impunidade se perpetua. Os criminosos da ditadura iniciada em 1964 morreram ou vão morrer sem pagar pelos crimes que cometeram.
O atual governo criou uma “Comissão da Verdade” que na prática, não vai dar em nada, porque o governo e o congresso não lhes dão o devido respaldo. Para “inglês ver”; uma satisfação mentirosa às vítimas e parentes das vítimas.
Ando desanimado desse assunto, porque é malhar em ferro frio. Principalmente porque, com tantas lambanças, corrupção, violência e a eterna impunidade, a atual democracia brasileira, iniciada em 1985, está abrindo espaço para a extrema direita voltar a falar alto e grosso no país!
Trecho da notícia da Folha de S. Paulo, de sexta-feira, que fala da morte do Videla:
“Morreu nesta sexta-feira, às 6h30 da manhã, o general Jorge Rafael Videla, aos 87, na prisão de Marcos Paz, em Buenos Aires. O líder da primeira junta militar que governou a Argentina entre 1976 e 1981 cumpria pena de prisão perpétua em uma prisão militar.
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Videla é o responsável por comandar o aparato de repressão que, durante o período, matou mais de 30 mil pessoas, de acordo com estimativas de direitos humanos. Também esteve por trás da sistematização do sequestro de mais de 500 bebês, filhos de guerrilheiros e militantes desaparecidos. As crianças foram entregues a famílias de militares. . .”
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