Senhoras e senhores,
depois de algumas horas de muita tensão no Mineirão, onde o Galo conquistou o seu segundo título este ano, vou deixá-los com o texto escrito pelo colaborador do blog, Sidney Braga, a quem agradeço.
O dia está quase raiando e tão logo eu acorde, e tenha condições, escreverei sobre este título do Clube Atlético Mineiro, campeão da Libertadores da América!
“Sabe quando a gente era criança e zerava um jogo de video-game? Então, podemos dizer que o Galo zerou a Libertadores.
Começou no sorteio dos grupos. Muito azar sair no grupo do campeão argentino, do São Paulo tri-campeão do torneio e do melhorzinho dos times da altitude boliviana.
Passamos o trator. Parecia tudo muito fácil. Mas se perguntássemos a qualquer torcedor de qualquer time no momento do sorteio, todos responderiam que não queriam pegar o grupo que o Galo pegou.
Depois vieram as estatísticas: Somente o River Plate em 1996 havia sido o melhor time da primeira fase e levantado o caneco no final.
Mesmo com a melhor campanha, Galo pegou o time que ninguém queria nas oitavas: O Jason tri campeão da Libertadores. Fiquei chateado ao ver que o Galo ficou no chaveamento dos argentinos e do Corinthians. Mas a fé no título continuava. Atropelamos.
Veio o jogo da grama sintética. Galo foi o único time a fazer gol nos mexicanos na Califórnia do México.
Fizemos um jogo ruim no Horto, mas a qualidade individual do nosso goleiro garantiu a classificação.
Vieram os argentinos, recém campeões no seu país. Pensei, o Galo deu tanto azar, que pegou o campeão do clausura argentino na primeira fase. Aí a Argentina tem um novo campeão do clausura e o Galo o tem como adversário. Primeira vez que um time enfrenta dois atuais campeões argentinos na mesma Libertadores.
Aí veio a semifinal. Que azar: perdemos a zaga titular pro jogo na Argentina. Fudeu! Perdemos os dois volantes titulares pro mesmo jogo. Galo se preparou pro jogo sem os 2 zagueiros, 2 volantes e os 3 da seleção. Ou seja, a preparação foi feita com apenas 3 jogadores de linha do time titular. Era muito azar.
O Pierre se recuperou um dia antes do jogo e Newell’s jogou muita bola em Rosário. Isso engrandeceu a campanha atleticana. É grande demais eliminar um time que tem Maxi Rodrigues e Scocco.
Tivemos problemas com a arbitragem no jogo da volta. Problemas superados com bom futebol.
De novo precisamos da nossa qualidade individual pra decidir.
Veio a final contra o Olímpia, um velho conhecido. Não fizemos boa partida em Assunção, mas não era pra 2 x 0. O goleiro olimpista fez milagre nos pés de Jô e eles ainda acharam uma falta faltando 5 segundos pro juiz apitar o final do jogo.
Mas estava escrito que seríamos campeões. A torcida acreditava, ou melhor, tinha certeza. Estava na hora da história fazer as pazes com Galo. Todos sabiam disso.
Tinha que ser no ano 13, o número do Galo, o número do azar. Azar que virou a nossa sorte.
Tinha que ser no gol da direita, o mesmo gol do fantasma de 1977. Desde aquela disputa de pênaltis em 77, a história tinha contas a acertar com esse time.
E nos primeiros minutos do dia 25 de julho, a história do futebol começou a pagar a sua dívida com os atleticanos. As lágrimas da dor no passado viraram lágrimas de felicidade.
O Galo fez o que quase nenhum time foi capaz: zerou a Libertadores da América, como nos vídeo-games. Fomos os melhores na primeira fase e copamos. Vencemos a chave mais complicada. Vencemos as contusões. Vencemos os problemas de arbitragem.
Nenhum time nesse continente merecia mais esse título do que o Clube Atlético Mineiro. Todos irão lembrar das defesas do Victor, dos gols do capitão Rever, do gol salvador do Leo Silva, da parede invisível do Gilberto Silva, dos motorzinhos Donizete, Pierre e Josué, do jogo que fez o Bernard na semifinal, da liderança e assistências do mágico R10, do gol do Luan em Tijuana, do gol abençoado do Guilherme, dos 6 gols e da garra do Tardelli e do artilheiro da Libertadores Jô.
Podem comemorar atleticanos, a história é testemunha de que finalmente a América é nossa. O gigante acordou!”
Sidney Braga
E esta semana até atleticano Duke andou zombando do “Eu acredito”, da massa do Galo.
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