O que mais me impressiona neste time do Cruzeiro é que ao contrário de 2003, agora não há uma estrela principal que comande o time.
Alex representava quase tudo naquele grupo que fez uma campanha fantástica e ganhou sem sobressaltos o primeiro Brasileiro por pontos corridos.
Marcelo Oliveira montou um grupo que se encaixa naquele discurso maroto do Celso Roth, do “equilíbrio”.
Só que o trabalho do Marcelo funciona na prática, não fica só na verborragia do seu antecessor de fala empolada.
A inspiração do Marcelo é Telê Santana, do jogo limpo, sem faltas, toques de primeira, triangulações, simplicidade e muita conversa com os jogadores no dia a dia dos treinos.
A cada jogo alguém diferente se destaca individualmente; quase todos os jogadores fazem gols, tanto que, tem o ataque mais positivo do campeonato, mas não tem o artilheiro principal da competição.
Ontem foi a vez do Borges (em foto de O Tempo) se destacar.
Vi o jogo ao lado dos cruzeirenses Isio Duflles, Paulo Louzada e Fernando.
Isio é um apaixonado pelo basquete, ex-presidente do Ginástico e admirador da tática e estratégias dos esportes coletivos.
Compara o estilo de jogo adotado pelo Marcelo com estratégias do basquete. Considera Nilton o principal jogador, que no basquete seria o “armador”, aquele que, quando “o bicho pega”, os companheiros o procuram e ele se vira com a bola, sem fazer besteira.
Jogador de garra, que defende e ataca, marca presença onde é preciso e inspira os companheiros em campo.
Ísio também gosta do Vasco e acompanha o Nilton desde lá. Não é “brucutu”! Aliás, outra observação do Ísio: este time não tem nenhum “brucutu”, figura comum em quase todo time que chega aos título, na zaga ou no meio.
“Brucutu” não precisa ter dois metros de altura. É aquele jogador que só sabe desarmar, na bola e ou na porrada, e não sabe dar um passe além de dois metros, nem sair jogando. Em 2003 o Augusto Recife desempenhava este papel e o reserva dele era o Felipe Melo.
Por essas e outras o Cruzeiro faz essa campanha irretocável e quando os adversários descobrirem a fórmula de pará-lo, o campeonato já terá acabado.
A Portuguesa não conseguiu respirar.
Tomou logo quatro e fim de papo.
Se a Raposa forçasse mais a goleada seria maior ainda.
Dai saiu essa “verdade verdadeira” do duke, hoje, no Super Notícia.
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