Marcio Amorin escreveu:
* “Caro Chico Maia!”
Considere isto uma carta aberta, ou uma carta desabafo, ou mesmo uma manifestação de indignação, coisa pouco comum nos brasileiros comuns atuais.
Por que o América merece respeito?
Depois do vexame, mais um, de ontem – nem mais podemos dizer “inesperado”- cheguei à conclusão de que estão brincando com coisas que mereciam mais seriedade.
Estão brincando com os torcedores americanos, de quem cobram apoio e presença constantes; felizmente nem todos são palhaços, como eu que vou a todos os jogos, fazendo parte dos 300 da resistência;
estão brincando com os torcedores simpatizantes, que, a despeito de alguns afirmarem que não, a legião de pessoas que quer bem ao América é enorme, o que ficou comprovado ontem, com o tanto de gente que voltou para casa, sem conseguir o acesso ao estádio;
estão brincando com a imprensa que divulga, estimula, luta por ver um América forte;
estão brincando de profissionalismo, com atletas, dirigentes e técnicos amadores. Por acaso não seria amador um técnico que acredita no cidadão da cusparada e da cabeçada gratuita, desleal e inconsequente de ontem? Não seria amador um técnico que pensa que vai a algum lugar, escalando um ridículo Élvis? Não seria amador um técnico que ignora os atletas da base, como já haviam feito os técnicos amadores anteriores? O atleta da base que entrou ontem, o Ygor, mostrou-se infinitamente superior aos ridículos escalados e estava correndo times menores do interior, que também merecem respeito, enquanto a camisa americana é enxovalhada por medíocres. Só este ano, já encostaram o China, o Lula, o Danilo estava no interior de Goiás, o Leo, hoje titular no Atlético Paranaense e por aí vai.
Falei em atletas amadores…
Alguns estão brincando de jogar pelada em estádios gramados, cercados de conforto e de todo tipo de apoio. Como criticá-los, se há alguém que acredita neles? Acho que o mínimo que alguns deveriam fazer seria “pegar o boné”, não antes de se desculparem publicamente com aquele mundo de gente de ontem, e desaparecer de vez, levando na bagagem os empresários que os trouxeram, para, juntos, denegrirem a imagem do América.
Um atleta, cujo nome passo a não mais citar em meus inscritos, comportou-se ontem como um bandido. Calma! A minha indignação não chega a este ponto de desrespeito a um cidadão que tenta ganhar a vida de forma decente, embora equivocada. É uma analogia triste, porque lembrei-me simplesmente dos bandidos que cometem delito, são presos e condenados e, por força de ridículos dispositivos legais, saem à rua para visitar parentes, no Natal, por exemplo. Assim que colocam os pés fora da prisão, voltam a assaltar e justificar a pena anterior. Pois bem: este cidadão, por força de um efeito suspensivo, após receber uma justa pena por causa de uma nojenta cusparada em um atleta adversário, após um lance de que ele nem participara e que foi vista, repudiada e condenada por todo o país, aparece ontem com aquela cena de agressão patética que desmontou toda e qualquer pretensão; todo e qualquer trabalho que tivesse sido feito para tentar premiar um público de americanos e de simpatizantes, que gostam do América de verdade e o respeitam. Todos sentiram que o acesso este ano estava fácil, mesmo depois de tantas lambanças “em casa” e foram apoiar, atendendo a uma convocação da imprensa, da diretoria e de amigos americanos. E os “brincalhões” continuaram “brincando”, numa atitude irresponsável e, agora, sim, bandida.
Desculpe, amigo, Chico Maia! Amanhã, pode ser que eu coloque o meu nariz de palhaço, volte ao normal e esteja lá na sexta-feira. No momento, o que sinto é asco. Grande abraço.
Marcio Amorin
————————–
Foto: Superesportes
Willians deu cabeçada em Yago Pikachu, sendo expulso na sequência
Deixe um comentário para mauricio souza - serrano Cancelar resposta