A simpática e sempre torcida “Avacoelhada”, do América, está comemorando hoje 25 anos e rendo a ela a minha homenagem.
Pena que a comemoração não poderá ser completa, já que o time não demonstra força suficiente para entrar na lista dos que vão subir para a Série A 2014.
Sobre o empate de ontem com o América/RN e a desesperança na classificação, vejam este comentário, em forma de depoimento, do Marcio Amorim.
Um texto saboroso, digno dos grandes cronistas ao estilo Nelson Rodrigues. Pena que trágico para os americanos.
* “Ontem, no intervalo, liguei para um amigo, para perguntar-lhe se no canal (PPV) destinado à transmissão do jogo América RN X América MG não estaria passando nenhum filme de terror. As imagens falhavam, igualando-se à qualidade do “espetáculo”. Um desrespeito promovido pelos que vendem, por preço altíssimo, diga-se, um produto tão ruim e com péssima tecnologia. Fiquei mudo, abestalhado, espantado, triste ao ver a escalação do Kléber, talvez o jogador que tenha sido substituído, por inoperância, debaixo de vaia, mais vezes, em toda a história do América.
Este inútil estava sem jogar (não seria tentar?) havia muito tempo. Um pouco mais à frente, deveria estar o Tiago Alves, praticamente voltando de contusão. O que pretende este cidadão chamado Silas? Este tal Silas é uma outra história, que deveria acabar hoje. “Jogaram a toalha”, pensei. E o que se viu? Nada. Um time assustadoramente fraco e ridículo contra um adversário igual até no nome, ou pior. O locutor nordestino, quando a moderna tecnologia de ponta permitia, dizia que estranhava, porque os nomes mais conhecidos para ele estavam no banco. E ele, como todos nós, não entendia o que se pretendia com aquela insanidade.
O ano acabou (ou será que alguém ainda vei enfiar goela abaixo do torcedor que “ainda dá”?). O América e todos os treinadores que passaram por lá deixaram um legado importantíssimo para o futuro do moderno futebol brasileiro: o novo esquema chamado 4/4/1/-1.
O -1 é a posição destinada a exibir horrores impostos por empresários. Jogaram na função de -1 os seguintes craks, ou drogas: o cusparada/cabeçada em mais de 70% dos jogos. Só ele e as suas irresponsabilidades conseguiram tirá-lo do time. Nenhum “entregador de camisa” que passou por lá deixou de escalá-lo. Um ex-jovem-pseudo-atleta tão ridículo quanto quem o contratou e tão irresponsável quanto quem o escalou sempre. À espera de quê?
Na sua ausência, eis que surge das trevas o imponderável Élvis. Talvez um futuro cantor, no pensamento dos pais, no momento do batismo. Rebelde, foi jogar bola (não seria tentar?) e mostrou-se ridículo, embora sempre fosse escalado, a despeito de nada apresentar. Depois de exibido forçosamente para os futuros compradores idiotas, sempre dava lugar ao perna-de-pau chamado Juninho. Este foi outro que só saiu por contusão. E foi premiado com uma entrevista do “professor”, com todo respeito a quem é, em que dizia que o Élvis desfalcaria o América nos próximos jogos. Professor, você é louco?
ontem, a pérola, que deveria ser lapidada com a camisa do Coelho: entrada triunfal do excessivamente vaiado Kléber. A torcida não pode mais ser chamada de omissa. Foi e, como seria pedir demais que aplaudisse atletas de categoria duvidosa, vaiou. Sem jogar nada, óbvio, deu lugar ao patético Marcão. Atleta que, na frente do goleiro, como não consegue pensar com qual pé deve chutar, tenta com os dois e… cai.
Enquanto Jailton, Matheus e Claudinei se matavam em campo, a tralha fingia correr, com as mãos na cintura como se nada estivesse em jogo. Apenas aguardava o fim de mais uma “pelada”, para começar o churrasco (não seria um suculento baião-de-dois?). Simultaneamente a tudo isto, horríveis times da série b, entregavam o ouro, só que do outro lado, lá em Goianinha, os bandidos não o queriam.
Não sei se o mais trágico ou cômico da noite foi quando o locutor, lá do nordeste, ao ver o Kléber empatar o jogo, debaixo das traves, soltou esta preciosidade: (sic) ” o gol foi feito pelo jogador mais lúcido do América MG”. Fiz um gesto de quem se sente ignorante em futebol profissional e, com pena do meu América, fui dormir, pensando em coisas que acontecem na nossa vida e pelas quais vale a pena morrer.”
Fim
Marcio Amorim
Torcida fez a parte dela no Independência, mas o time não correspondeu em casa
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