O goleiro Fábio foi um dos entrevistados de destaque do programa “Bem, amigos!” do Sportv, ontem.
Além da excelente condição, que já dura uns cinco anos consecutivos, outro tema abordado com ele foi o permanente “esquecimento” dos sucessivos treinadores da seleção brasileira.
Aliás, a maioria de quem gosta de futebol pergunta: porque Fábio não é convocado?
Ele reclamou da falta de oportunidades e ainda aguarda que Felipão ou futuros ocupantes do cargo façam justiça de, pelo menos, lhe dar oportunidades.
Sem dúvida!
Impressiona a agilidade dele, mesmo na idade atual. Claro que não está velho, principalmente para um goleiro, mas seus reflexos e agilidade são bem típicos de goleiros muito jovens, com toda a elasticidade que, normalmente, só com vinte e poucos é possível.
Com 33 anos (completados dia 30 de setembro), Fábio está no auge da carreira.
Pelo que já conversei com colegas em coberturas de seleção brasileira, mais ligados às sucessivas comissões técnicas, duas marcas prejudicaram e prejudicam o goleiro cruzeirense, na cabeça dos comandantes da seleção: exagera na pregação religiosa e com isso seria um formador de “panelas” no grupo.
Nenhum treinador assume isso publicamente, mas longe dos microfones, muitos falam abertamente, que têm este sentimento em relação a jogadores líderes religiosos.
Carlos Alberto Parreira, foi quem mais deu chances ao Fábio, e o convocou para a Copa das Confederações, na França em 2003, e Copa América, no Peru, em 2004. Ele ainda jogava no Vasco.
Com Dunga, passou em branco, e voltou a ser convocado em 2011 por Mano Menezes, para amistosos contra a Romênia, Holanda, Gana e Argentina (para este jogo, foi cortado, por contusão).
Alguns jogadores entram para a história como injustiçados na seleção. Fábio corre este risco.
Preconceitos costumam provocar estragos caros. O Cruzeiro, por exemplo, quase foi vítima, junto com um dos maiores e mais importantes nomes da sua história e do futebol: Dirceu Lopes seria dispensado, quando lutava por uma vaga no meio campo que encantou o país no início dos anos 1960. O técnico Mário Celso de Abreu (Marão, falecido recentemente) queria dispensá-lo, mas foi impedido pelo então diretor de futebol Carmine Furletti. Na época, dizia-se que apesar de negro, o treinador não gostava de jogadores negros, e para o bem do futebol, o branco de origem italiana, Furletti evitou que um dos maiores camisas 10 da história fosse impedido de mostrar seu futebol ao mundo.
Essa história está no livro sobre a vida do Dirceu Lopes, que será lançado no início de 2014, escrito pelo ótimo jornalista Pedro Blank, que tem ido fundo na pesquisa sobre a vida do craque nascido em Pedro Leopoldo.
Dirceu Lopes em seus melhores momentos no Cruzeiro
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