Amigos,
a discussão sobre o Mineirão continua e é salutar, pois o objetivo é fazer com que os donos do estádio e o governo consertem o que está errado e voltem com o que era bom e que não poderia acabar.
O “tropeiro” e a cerveja eram sinônimo do estádio, antes, durante e depois dos jogos.
Acabaram com a cerveja, contra a vontade da maioria, porém, prevaleceu a hipocrisia e a incompetência do estado em enquadrar quem excedia.
Mas a sociedade como um todo deu respaldo ao fim da cerveja e não teve jeito. Juntaram Ministério Público, Polícias, Justiça, políticos, igrejas, da TFP (tradição família e propriedade), os integralistas remanescentes e recém surgidos, a marcha com Deus pela liberdade e por aí vai.
Só não entrou a cavalaria americana porque não houve necessidade; a cerveja dançou, coitada.
Agora, estupraram o tropeiro e o movimento de resistência “pluriclubístico” está criado para impedir que depois da deformação, acabem também com o tradicional parceiro de alegrias, sofrimentos e indiferenças nos jogos do Mineirã0.
Vejam que belo artigo recebemos do jornalista Rômulo Ávila:
* “Olá Chico.
Li no seu blog sobre o ‘tropeiro’ que estão querendo empurrar no torcedor. Coincidentemente, escrevi sobre isso no meu artigo de hoje, no Dom Total.com. Veja que o ‘tropeirinho’ causou espanto em um colegas de fora de BH.
http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artId=3374
Tropeirão do novo Mineirão virou ‘tropeirinho’
Cheguei ao Mineirão no último domingo por volta das 13h. Ao entrar no estádio, fui logo procurar um bar para matar a vontade “gigantesca” de devorar o tradicional tropeiro do Mineirão. No bar que atende aos profissionais da imprensa (um dos poucos que estavam abertos), o Tropeiro era oferecido de graça. Porém, já da enorme fila que se formou, percebi que o famoso e saboroso tropeirão tinha virado tropeirinho.
Ainda estava degustando o ‘remodelado prato’ quando um colega de imprensa, que trabalhava no Mineirão pela primeira vez, puxou conversa: “Amigo, esse aqui é o famoso tropeiro do Mineirão?”, indagou. Prontamente, respondi que não. E expliquei que o prato que ganhou fama e admiradores Brasil afora era uma mistura bem servida com feijão, farinha, linguiça, ovo frito, couve, torresmo e um enorme bife, além de um molho de tomate (e até arroz).
Assim como eu e o colega forasteiro, muitos torcedores que foram ao estádio no clássico deixaram a comida de casa de lado só para matar a ‘saudade’ do velho e bom Tropeirão. Pior do que encontrar a iguaria servida numa cumbuquinha de isopor foi constatar que alguns torcedores sequer encontraram bares abertos.
A triste realidade (pelo menos por enquanto) é que o tropeiro legítimo parece ter ficado no passado. Servido na ‘mini cumbuca’, quase não tem couve. Bife e ovo frito? Esquece. Esses passaram longe. Aliás, o zoiúdo e o bifão de outrora nem caberiam no vasilhame usado atualmente.
Enquanto a porção servida diminuiu, o preço teve efeito contrário: R$ 12. Valor que seria até justo se o tropeiro fosse o de tempos atrás.
Rômulo Ávila