A temporada oficial para os nossos clubes começa dia 26 com a primeira rodada do Campeonato Mineiro e além de algumas aquisições e muitas dispensas de jogadores, uma novidade maior em 2014 que é a mudança de comando na Federação Mineira de Futebol.
Nem os três grandes da capital fazem ainda a menor idéia de quem será o sucessor de Paulo Schettino na presidência.
Sob intervenção, por determinação do Tribunal de Justiça do estado, a entidade voltou a funcionar esta semana e as eleições ocorrerão até o dia 28 de fevereiro. Por enquanto, apenas duas manifestações, via imprensa, de intenção de candidaturas: o deputado estadual Alencar da Silveira Junior, integrante da cúpula do América, e o advogado Silvestre Antônio Ferreira, ex-presidente da Liga de Desportos de Ipatinga, autor das ações judiciais que culminaram com o afastamento de Schettino e diretoria.
É certo que os presidentes de Atlético, Cruzeiro e América vão entrar no assunto já que a razão de ser da Federação é organizar as competições em todas as categorias e defender os interesses dos clubes.
Conversei com Alexandre Kalil, que afirmou estar achando todo o processo “muito estranho” e que vai conversar com o Dr. Gilvan de Pinho Tavares e Marcos Salum para uma avaliação geral do quadro e posicionamento oficial.
Respeitado ex-delegado da Polícia Civil, ex-deputado estadual pelo PTB, Paulo Schettino foi diretor da FMF de 1985 a 1990 e vice-presidente de 1991 a 2003, quando assumiu a entidade com o afastamento, também por determinação judicial, do então presidente Elmer Guilherme Ferreira.
Sob sua gestão o futebol mineiro conseguiu adotar a fórmula mais elogiada de disputa do campeonato estadual; enxuta, atraente e agora imitada por várias federações do país.
Schettino foi um dirigente presente nas conversas de interesses dos maiores clubes. Também durante a gestão dele as negociações dos direitos de transmissão com a Rede Globo evoluíram a tal ponto que não ficam devendo em termos de rentabilidade para Atlético e Cruzeiro, nem à Libertadores da América. Além da comercialização do nome do campeonato, que passou a gerar mais dinheiro aos cofres da FMF.
No trato com a imprensa, pelas experiências pessoais que tive com ele, Schettino foi um exemplo: sempre respeitou as críticas, por mais duras que fossem, e costumava ligar pessoalmente para se explicar. Mesmo quando não convencia o interlocutor e continuava sob críticas, não mudava a forma respeitosa de convivência por causa das divergências de ideias ou em função de embates diversos que o dia a dia do futebol impõe.
Entendo que Paulo Schettino cometeu dois pecados em seus mandatos: não se preocupou em rediscutir o futebol mineiro, principalmente a situação dos clubes do interior, a maioria morrendo, e a tentativa de prorrogar o segundo mandato por mais dois anos, atropelando as eleições previstas para 2012, aliás, o maior erro. Por causa disso, foi afastado judicialmente, ao invés de sair cercado pelas honras que fez por merecer.
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