Hora de começar a imaginar a temporada dos nossos times; Minas Boca contrata o atacante Fábio Junior
Chegando a hora de voltar às atividades normais do “ano novo”, com este calorão danado e uma preguiça medonha, o noticiário começa a ficar mais interessante com a chegada também do fim das especulações e chutes, sobre contratações e dispensas.
Em todo início de ano é normal fazermos previsões e palpitar sobre as mexidas dos nossos clubes visando as disputas que terão pela frente, e, já dá para arriscar alguma coisa.
Sou um otimista por natureza e errei feio no início de 2011 quando achava que Atlético e Cruzeiro poderiam fazer bonito na temporada nacional. Quase caíram para a segunda divisão.
No futebol, por mais experiente que seja qualquer pessoa, jornalista ou não, é impossível prever com alguma segurança o futuro de times brasileiros. Quem imaginaria no início de 2013 que o Fluminense, campeão de 2012 seria rebaixado?
Pois é! Só não o será se for mesmo salvo pelo “tapetão”!
Agora, por exemplo, como não prever um bom ano para Galo, Raposa e Coelho?
Comecemos pelo América: conseguiu manter o bom treinador Silas, cobiçado por vários clubes com mais dinheiro.
Ele manteve a base do elenco e indicou bons jogadores que serão muito úteis com a qualidade e experiência que têm, como Leandro Guerreiro, Obina e o lateral Gilson.
Obina, esperança de muitos gols com a camisa do América
Deverá chegar forte para a disputa da Série B e terá oportunidade rara de brigar de igual para igual com Atlético e Cruzeiro pelo título estadual, já que a dupla terá que dividir as atenções e o elenco com a disputa da Libertadores da América, fato inédito para Minas Gerais.
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O Cruzeiro além de manter o grupo campeão de 2013 buscou jogadores que têm tudo para dar certo. Chegam para preencher as poucas lacunas que o time tinha.
Ou seja, a tendência é melhorar o que já era bom. Ou não?
Marcelo Moreno, experiência em Libertadores e artilheiro, de volta à Toca da Raposa
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Situação parecida com a do Atlético, que além de manter até a estrela maior, Ronaldinho, também está contratando jogadores de ótimo potencial, como este Claudinei, que se encaixa naquele bordão criado pelos novos filósofos do futebol “volante moderno”, que desarma bem, sem cometer faltas, e sabe sair para o ataque, com eficiência.
Mostrou serviço onde jogou e certamente terá espaço no Atlético para se firmar definitivamente no futebol brasileiro.
Até a mudança de treinador pode ter sido benéfica para o Galo. Cuca já estava na fase desgaste com alguns jogadores e a forma de jogar bastante manjada pelos adversários. Para ficar em um único exemplo, até o Raja Casablanca (vixe!!!) fez gol no time lançando bola no buraco entre Réver e Leonardo Silva, que atacam muito, mas constantemente sem alguém para lhes dar cobertura.
Apesar de muito bom nos desarmes Claudinei raramente toma cartões e sabe sair para o ataque
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Ainda sobre Claudinei, a história dele é muito interessante. Mais uma demonstração de que bons olheiros e persistência são fundamentais no futebol, para clubes, jogadores, treinadores e dirigentes.
Este rapaz é filho de um amigo de Sete Lagoas, o também Claudinei (do Bazar Esporte), um dos melhores goleiros que o futebol amador da cidade já teve, inclusive de quem tive a honra de reserva, no campeonato do Clube Náutico.
Assim como o pai, o filho jogava no Ideal, tradicional clube setelagoano, onde se destacava no meio campo. Em 2009, faltando seis meses para estourar idade de Junior, foi convidado pelo Geraldo Magela, então diretor da base do Democrata, para disputar o campeonato mineiro pelo Jacaré, mas resistiu em aceitar o convite. Achava que para ganhar a vida o seu caminho seria só mesmo trabalhar e estudar, pois a bola era curta para chegar ao profissionalismo.
Mas, diante de tanta insistência do Geraldo, que via nele um “volante moderno” e se dispôs a pagar os R$ 250 para largar o trabalho dele, topou.
E arrebentou, chamando a atenção do Boa (Ituiutaba), que o contratou por empréstimo, onde também se destacou, indo para o Figueirense, para novo sucesso, chamando a atenção do América, onde chamou a atenção do Galo!
Fora de campo, bom demais da conta, também, assim como toda a família dele.
Geraldo Magela é o mesmo que fundou o Minas Futebol Brasil em 2012. No mesmo ano disputou a terceira divisão e foi campeão; subiu para a segunda em 2013, quando foi vice e subiu para a primeira de 2014.
Vendeu os direitos do time para o Edson Paredão, que acrescentou “Boca” ao nome; agora Minas Boca, o caçula da nossa elite este ano.
E “Boca” não tem nada a ver com o grande clube argentino e sim com o jornal do Paredão, o Boca do Povo, um dos mais tradicionais de Sete Lagoas.
Claudinei pai, foi um ótimo goleiro do futebol amador de Sete Lagoas. Ele é o terceiro, da direita para a esquerda, camisa amarela, no time da Casa de Carnes Moreira, campeonato master do Clube Náutico ano passado.
Geraldo Magela (camisa verde), fundador do Minas, agora Minas Boca, entre Eduardo Maluf, André Figueiredo (diretor da base do Atlético), Dorival Junior e o então presidente do Democrata Jacaré, Flávio Reis.
Edson Eustáquio Ramos (Paredão) dono do jornal Boca do Povo que adquiriu o Minas . . .
. . . que tem o ex-zagueiro João Carlos como treinador . . .
. . . o também ex-zagueiro Geraldão como diretor de futebol . . .
. . . e que confirmou hoje a contratação de Fábio Junior, que deverá estreiar contra o Atlético na primeira rodada do Campeonato Mineiro.
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