Enquanto não houver mudanças nas regras desse jogo nada mudará na entidade que comanda o futebol brasileiro. As federações formam a maior força eleitoral, os clubes pouco valem nessa hora, já que somente os 20 da série A têm direito a voto e raramente se unem, já que o interesse pessoal de muitos presidentes é que fala mais alto.
Os presidentes das federações, quase todos, têm seus esquemas muito bem montados para se perpetuar no poder e agir como “donos” das entidades.
Elementos velhos de poder e muitos em idade, cujas forças físicas não suportam mais a carga de trabalho que a função exige, mas não largam a teta de jeito nenhum.
Do mesmo jeito que eram as instituições do Brasil quando éramos colônia de Portugal, que teve sequência no Império, com D. Pedro I e D. Pedro II.
Aí veio a república com a promessa de mudar tudo e acabar com as “sesmarias” “capitanias hereditárias” e coisas tais. As mudanças ficaram apenas na nomenclatura: entraram o “coronelismo” e “clientelismo”mantendo as mesmas barganhas e falcatruas.
O futebol é apenas um segmento da sociedade brasileira e podemos confirmar essa verdade ao ler esta pequena reportagem do Uol sobre o processo sucessório que está em curso na Confederação Brasileira de Futebol:
* “Marin deve ser vice de Del Nero em eleição na CBF”
A reinauguração da Granja Comary, em Teresópolis, no Rio, serviu também para o presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Marco Polo Del Nero, mostrar sua força política.
Candidato da situação a substituir José Maria Marin, Del Nero foi bajulado ontem pela maioria dos presidentes de federações.
Marin deverá ser um dos vice da chapa. Como é o mais velho, o cartola de 81 anos seria o primeiro na linha sucessória, caso o próximo presidente se afaste do poder.
A eleição da CBF está marcada para o dia 16 de abril.
“Estou com o Marco Polo. Devemos manter essa continuidade”, disse o presidente da Federação Cearense de Futebol, Mauro Carmélio.
O colégio eleitoral da CBF tem apenas 47 votos (27 das federações estaduais e 20 dos clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro).
“Só ainda não assinei a chapa dele porque não fui chamada. Mas estou com ele”, disse a presidente da Federação Paraibana de Futebol, Rosilene de Araújo Gomes, no cargo há 25 anos.
Ela venceu a primeira eleição em 1989.
Já o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, que tenta, sem sucesso, viabilizar uma candidatura de oposição, ficou deslocado no evento. Ele não quis falar sobre o seu pleito. “Deixa pra lá”, desconversava.
O presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes, que pretendia se lançar na oposição, admitiu que Del Nero pode ganhar a eleição por unanimidade.
Os quatro clubes do Rio de Janeiro com direito a voto na CBF também apoiaram a candidatura de Del Nero.
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