Obrigado ao Eduardo Guimaraes Dias que enviou este ótimo tema para discussão no blog. Adianto a minha opinião: os colega dinamarquês tem as suas razões, porém, se eu pudesse, sugeriria a ele que revisse o seu pensamento de não vir cobrir a Copa no Brasil.
Antes da Copa das Confederações de 2009, na África do Sul, pensei a mesma coisa que ele pensa do Brasil agora: “será que vou encarar essa bandidagem de lá?”.
Fui, me assustei com a violência e as dicas que eles dão para se precaver contra ela lá, mas gostei demais da conta, de tudo e de todos, obviamente tomando os cuidados necessários.
Muitas coisas realmente assustadoras. Em 2010, voltei para cobrir a Copa, um pouco mais temeroso, já que a imprensa internacional, especialmente a inglesa, escandalizava, tipo: “Se você está pensando em ir ao Mundial da África do Sul, muito cuidado, pois a sua família pode receber seu corpo de volta em um caixão”. Eu, hein!?
Pois correu tudo bem demais da conta, melhor que no ano anterior e ninguém levou tiro, nada de anormal ocorreu com nenhum estrangeiro. Companheiros que foram roubados em seus apartamentos de hotéis nos primeiros dias tiveram seu material recuperado, os marginais presos e condenados por um tribunal criado especialmente para dar a agilidade a estes casos durante a Copa e quem não foi se arrependeu.
Acredito que no Brasil será a mesma coisa. Os protestos populares ocorrerão, com mais intensidade que no ano passado, porém, dentro da normalidade de um país democrático; creio.
Vamos ao caso:
* “Jornalista dinamarquês se decepciona com Fortaleza e desiste de cobrir Copa”
Até aonde você iria por um sonho? O jornalista dinamarquês Mikkel Jensen desejava cobrir a Copa do Mundo no Brasil, o “país do futebol”. Preparou-se bem: estudou português, pesquisou sobre o país e veio para cá em setembro de 2013.
Em meio a uma onda de críticas e análises de fora sobre os problemas sociais do Brasil, Mikkel quis registrar a realidade daqui e divulgar depois. A missão era, além de mostrar o lado belo, conhecer o ruim do país que sediará a Copa do Mundo. Tendo em vista isso, entrevistou várias crianças que moram em comunidades ou nas ruas.
Em março de 2014, ele veio para Fortaleza, a cidade-sede mais violenta, com base em estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao conhecer a realidade local, o jornalista se decepcionou. “Eu descobri que todos os projetos e mudanças são por causa de pessoas como eu – um gringo – e também uma parte da imprensa internacional. Eu sou um cara usado para impressionar”.
Descobriu a corrupção, a remoção de pessoas, o fechamento de projetos sociais nas comunidades. E ainda fez acusações sérias. “Falei com algumas pessoas que me colocaram em contato com crianças da rua e fiquei sabendo que algumas estão desaparecidas. Muitas vezes, são mortas quando estão dormindo à noite em área com muitos turistas”.
Desistiu das belas praias e do sol o ano inteiro. Voltou para a Dinamarca na segunda-feira (14). O medo foi notícia em seu país, tendo grande repercussão. Acredita que somente com educação e respeito é que as coisas vão mudar. “Assim, talvez, em 20 anos [os ricos] não precisem colocar vidro à prova de balas nas janelas”. E para Fortaleza, ou para o Brasil, talvez não volte mais. Quem sabe?
Confira na íntegra o depoimento:
A Copa – uma grande ilusão preparada para os gringos
Quase dois anos e meio atrás eu estava sonhando em cobrir a Copa do Mundo no Brasil. O melhor esporte do mundo em um país maravilhoso. Eu fiz um plano e fui estudar no Brasil, aprendi português e estava preparado para voltar.
Lei a o texto completo no:
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E aqui a reação de brasileiros e estrangeiros ao que o dinamarquês escreveu:
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