O companheiro Bob Fernandes, do Portal Terra, recomendou um texto muito interessante do Antônio Prada que fala do medo dos principais patrocinadores da FIFA e da Copa de se exporem e expor seus clientes e convidados para as áreas VIPs do Mundial.
Ano passado eu estava cobrindo a repercussão da Copa das Confederações na Europa e publiquei esta foto de caixa do Banco Itaú arrombada, e a legenda de um jornal francês: “Distribuição de renda à brasileira”, lembram?
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Pois vale a pena ler o texto do Prada, que tem tudo a ver:
* “Patrocinador da Fifa cria operação de guerra para se esconder na Copa”
Antonio Prada
O que era um desejo de milhões de dólares, virou um pesadelo. Pode parecer contraditório, mas a maioria dos patrocinadores da Copa quer distância do evento em ruas e estádios brasileiros.
Tudo começou, claro, na Copa das Confederações. Protestos violentos nas ruas e saias justas jamais imaginadas por marcas mundiais que por anos apostam no investimento garantido de estar associado ao principal evento esportivo do mundo.
Na segundo jogo da Copa das Confederações, no dia 19 de junho de 2013, um grupo de convidados VIPs (inclusive estrangeiros) de uma patrocinadora oficial da FIFA se viu no meio da ‘guerra ‘ no acesso principal à Arena Castelão, em Fortaleza. Foram obrigados a descer do ônibus, ficaram no fogo cruzado de manifestantes e policiais, alguns chegaram a tomar pedradas e sofrer com os efeitos de gás de pimenta. Ficaram sem apoio. Alguns tentaram voltar ao hotel. Outros tentaram chegar ao estádio. Tudo com muita dificuldade. E muito medo.
A mesma marca, traumatizada por essas e outras experiências vividas durante a competição em 2013, segundo apurou este blog, resolveu primeiro tirar o foco dos jogos, estádios e Fifa e migrar para o espírito esportivo e confraternização entre as nações. A campanha publicitária saiu das ruas e se concentrou no ambiente seguro da televisão. Depois, a marca reduziu suas ativações de marketing para a Copa, geralmente focadas em promoções em lugares públicos e nos estádios da Copa. Estavam previstas quatro ações. Sobreviveram duas. E com uma série de restrições.
Os 6 mil convidados VIPs de uma outra patrocinadora que irão aos jogos da Copa terão segurança super reforçada, orientada por um central de operação de guerra, que vai medir riscos, contingências e planos B de ida e fuga dos estádios. O esquema vai se focar no relacionamento entre os convidados, e não no marketing. Isso quer dizer que os ônibus não serão identificados e os convidados não serão uniformizados, o que é comum em eventos desse porte. Não há as tradicionais cotas para jornalistas, apenas as de funcionários e clientes. O objetivo aqui é evitar que o jornalista conecte a má notícia à marca ou a cite em algum evento ruim associado à Copa.
Os convidados devem chegar muito cedo ao estádio, tentando evitar o horário de pico e eventuais protestos com maior concentração de manifestantes. Na saída do estádio, a ordem é avaliar a situação do lado de fora, e esperar pelo menos uma hora para retornar ao veículo ou se dirigir ao aeroporto, dependendo da logística escolhida. A palavra de ordem é planejar e ter alternativas na manga, pois não se tem certeza do que poderá ocorrer no período…
O texto completo está no:
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