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Estava bom e fácil demais para ser verdade

Fui buscar a minha credencial para cobrir a Copa do Mundo. Pensei que com a experiência de sete anteriores não fosse mais sentir a mesma sensação de prazer de cumprir o ritual determinado pela Fifa e do país anfitrião. O processo de credenciamento da imprensa começa seis meses antes da data da abertura, imediatamente após a divulgação da tabela dos jogos. Além de demorado, atende a pouca gente, porque jornalistas do mundo inteiro querem estar no palco dos acontecimentos. A Fifa e o Comitê Organizador local definem quais os veículos de comunicação serão contemplados e quantas credenciais cada um terá para passar aos seus profissionais.

Documentos pra lá, documentos pra cá, os serviços de segurança internacionais e do seu próprio país checam a vida do pretendente e dão a autorização, ou não. A resposta vem três meses depois do pedido feito à Fifa.Aprovado, sai o pré-credenciamento com uma senha que será apresentada na central de distribuição de uma das sedes. Em Belo Horizonte, no Mineirinho, numa tenda, que faz parte das tais “estruturas temporárias”, que tanta polêmica têm gerado, já que ninguém quer arcar com essas despesas. A Fifa diz que é com a prefeitura da cidade sede, que joga para o estado que tenta devolver para a prefeitura.

TENDA

Tendas como esta fazem parte da estrutura temporária

Terça-feira fui à tenda do Mineirinho retirar a minha. Pois senti a mesma emoção de 1986 quando enfrentei fila semelhante na Cidade do México para a segunda Copa organizada pelos mexicanos. Com as diferenças de que a tecnologia facilitou tudo e que na cidade da gente é como estar realmente em casa. Sorriso nos rostos dos seguranças, voluntários e funcionários; a conhecida gentileza mineira e a satisfação de receber o mundo em nossa terra.

TENDA2

Filas mínimas

Fila mínima, senha e documentos apresentados em tempo recorde, encaminhamento para nova fila, agora para a foto. Também jogo bem mais rápido que nas copas anteriores, a satisfação e rever gentis voluntários que trabalharam também na Copa das Confederações do ano passado. Inclusive uma “quase” conterrânea, senhora Maria Isabel, da cidade de Papagaios. Foto tirada e mais uma espera de menos de três minutos para receber o “passaporte Fifa”.

isabel

Maria Isabel, de Papagaios

Essa credencial pendurada ao pescoço dá direito a acesso a estádios e locais de treinos em todas as 12 sedes. Outro voluntário chama o meu nome e lá vou eu receber a minha, espantado com tanta eficiência, rapidez, e gentileza. O moço a apresenta, mas não me entrega e diz que haverá um “evento” para nós, da mídia, dia oito, quando receberemos as credenciais. Uai? Dia 8, domingo? Porque isso?

Argumentei que pretendo viajar dia 7 e fui buscar a minha credencial para adiantar o serviço. Nada feito! Explica daqui, explica dali, chama um, chama outro e chega uma chefe, também gentil, mas que diz que não pode fazer nada, pois a ordem é essa; não se sabe se da Fifa ou do COL! Se vou para outra sede, que retire a minha credencial em outra sede!

No Brasil é diferente e estava bom demais pra ser verdade!


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