As emissoras de TV que estão cobrindo a Copa escalaram 28 ex-jogadores do futebol brasileiro como comentaristas. Apenas dois “mineiros”: Eder, titular da seleção no Mundial da Espanha em 1982, e Juan Pablo Sorin, capitão da Argentina, na Copa de 2006, na Alemanha e integrante do time de 2002 na Coreia/Japão. A Band terá oito na equipe dela: Pedrinho (ex-Vasco), Denilson, Edmundo, Bobô, Ronaldo (ex-goleiro), Neto, Eder e Djalminha. A Globo, sete: Júnior, Casagrande, Caio, Ronaldo, Roger, Roberto Carlos e Juninho Pernambucano. O Sportv, também teria sete, porém, perdeu Fernandão, morto na tragédia de helicóptero sábado: Ricardo Rocha, Ricardinho, Paulinho Criciúma, William (ex-Corinthians), Beletti e Edinho. O ESPN terá Rincón e Loco Abreu, além do Sorin. A Fox Sports, três: Falcão, Mário Sérgio e Athirson.
Falcão é o único escalado como âncora, função que já exerceu na TV Gaúcha de Porto Alegre. Muito bom, por sinal.
Outros ex-jogadores participam como convidados eventuais no programas ou nas transmissões. Alguns acrescentam muito com informações do passado, de vestiário, cuja experiência vivida vale para situações atuais.
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Alguns ex-jogadores corrigem injustiças históricas em seus comentários ou participações especiais. Gérson, por exemplo, fez defesa acalorada de Zagallo pela convocação do Dario para a Copa do México em 1970. Grande parte da imprensa dizia que o Dadá foi imposto à seleção pelo então presidente Médici, torcedor do Grêmio, mas fã declarado do jogador do Atlético na época.
Gérson disse que a opção de Zagallo foi tática já que a seleção precisava de um jogador com o estilo do Dario, maior artilheiro do país naqueles tempos. E apontou as suas principais virtudes: ‘veloz, ótimo cabeceador, presença de área e sabia usar a força quando precisava”. O “Canhotinha de Ouro”, que fumava no vestiário no intervalo das partidas, disse também que muita bobagem virou “verdade” em função do país viver uma ditadura militar na época.
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Outros ex-jogadores falam coisas difíceis de entender ou acreditar. Emerson Leão teve a coragem de dizer dia desses que a seleção da qual ele era titular na Copa de 1974 merecia ser campeã e que a eliminação pela Holanda foi uma “injustiça”. Nestes 40 anos de lá até aqui foi a primeira vez que ouvi um comentário como este. Era a Holanda de Johan Cruyiff e Cia, o “Carrossel holandês”.
Dá-lhe ditaduras!
Búfalo Gil, mineiro de Nova Lima, que jogou no Villa, Cruzeiro e disputou a Copa de 1978, dia desses deu um “chute” durante a reprise de jogo daquele Mundial, que eu nunca ouvi de ninguém. Perguntado sobre a opção do técnico Cláudio Coutinho por Chicão e não Falcão (que não foi à Copa), respondeu: “acho que foi um acordo dos militares do Brasil com os da Argentina para que ela ganhasse aquela Copa”.
Mudei de canal!
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