Há seleções no cenário mundial que nunca recebem muita atenção porque sempre fracassam depois da primeira ou segunda fase das Copas ou nem se classificam para determinadas edições. Na América do Sul o Chile é o maior exemplo. Mas, na semana passada o ex-zagueiro Wim Rijsbergen, um dos grandes nomes do “Carrossel holandês” de 1974 comparou a forma de jogar do atual time chileno com aquele, de Cruyff e cia. Ora, como o Rijsbergen não está senil fui obrigado a assistir Chile x Espanha com atenção dobrada. Em alta velocidade e rotatividade os chilenos tontearam a Espanha longo no início e no fim do primeiro tempo deram sacramentaram a volta para casa mais cedo dos atuais campeões do mundo.
Achei exagerada a comparação com o “Carrossel”, mas realmente é um time muito bem montado pelo técnico argentino Jorge Sampaoli, que ontem deixou Valdívia no banco, porque tem uma escalação para cada tipo de adversário. Vamos ver se Sampaoli vai conseguir acabar com sina de perdedora nas primeiras fases da seleção chilena. Liquidou sem grandes dificuldades a Espanha, que mesmo desfigurada técnica e psicologicamente era, até ontem, uma das maiores candidatas ao titulo desta Copa.
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A fragilidade da segurança na Copa voltou a se manifestar escandalosamente antes de Chile x Espanha, quando quase 200 chilenos simplesmente invadiram o Maracanã, sem ingressos. Sobrou para o Centro de Imprensa do estádio onde o tumulto gerou pânico e quebra quebra de equipamentos da estrutura temporária e de jornalistas. Nenhuma das partes do Comitê Organizador assume a incompetência.
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A Espanha repete agora a França em 2002 na Copa da Coreia/Japão. Depois de conquistar o Mundial pela primeira vez chega ao país sede como candidata natural ao título, cercada de todos os holofotes do mundo. Quando a bola rola não se vê nem a sombra daquela campeã de quatro anos atrás, cujo futebol ficou adormecido e acomodado nas lembranças da conquista passada.
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Grandes lideranças se mostram maiores ainda em momentos adversos cujos atos e palavras têm que ser bem calculados. Provocado nas entrevistas depois da eliminação, o técnico espanhol Vicente Del Bosque não perdeu a elegância em momento algum. Assumiu suas culpas, não culpou nem atacou a ninguém, não se esquivou de perguntas e nem foi mal educado em nenhuma resposta.
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