Quase 100 estrangeiros que vieram para a Copa, já detidos por crimes de todo tipo: furto de colombianos, tentativa de estupro de argelinos, traficante mexicano, traficantes norte-americano e inglês, corruptor francês, invasores do Maracanã chilenos e por aí vai.
Durante a Copa da Itália em 1990 o companheiro Hélio Fotógrafo, de Betim, foi vítima de furto e calote de brasileiro, e pior, mineiro, conhecido dele, de muitos anos, porém que vivia em São Paulo há décadas. Sujeito bom de lábia, abusou da boa fé do Hélio que teve de engolir o prejuízo. Nunca mais o viu nem sabia do seu paradeiro. Na época, o repórter Paulo Roberto Pinto, testemunha dos fotos, e experiente em outras Copas, fez um alerta ao Hélio nunca me esqueci: “Numa Copa estão os melhores, inclusive os bandidos”.
Por incrível que pareça, quatro anos depois, na Copa dos Estados Unidos, quem estava todo serelepe num treino da seleção brasileira na Universidade de Santa Clara? O próprio bandido de 1990. O Hélio o viu, chamou o Paulo Roberto; chamou-me como outra testemunha, mais o Roberto Abras.
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Paulo Roberto que já tinha sido policial civil em Belo Horizonte gastou o inglês dele com um policial norte-americano e conseguiu “prender” o sujeito. Confusão formada, apareceram amigos do gatuno, dentre eles um funcionário da CBF, que disse ao policial: “Este fato, se ocorreu, foi quatro anos atrás, na Itália e os senhores não têm nada a ver com isso; soltem-no imediatamente”.
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A confusão rendeu mais uma meia hora e os policiais americanos só soltaram o elemento depois que chegou um oficial superior que ficou convencido de que realmente se tratava de “águas passadas”.
Solto, o sujeito sumiu, mas antes ainda sacaneou a vítima: “Você continua bobo, né Hélio?”.
As falhas de segurança que permitiram aos chilenos invadirem o Maracanã foram primárias.
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A segurança do Rio, entre militar e privada, caiu em conversas tipo: tem um colega passando mal, ou que alguém na frente está com o “meu” ingresso, até que quase 300 conseguiram avançar. Em qualquer Copa, Olimpíada ou evento semelhante ninguém chega perto do estádio sem passar por, pelo menos, cinco revistas. Já na primeira a, no mínimo, 500 metros, o ingresso ou credencial precisa ser apresentado à segurança.
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Que espetáculo esta vitória do Uruguai! Jogos como este é que mantém o futebol no topo dos esportes mundiais, apesar de tantos pesare, de jogadas sujas da cartolagem internacional nos bastidores. Exemplo de determinação, entrega, crença na própria capacidade e acima de tudo, união de um grupo. E contra uma Inglaterra, que apesar de estar praticamente fora, veio com um time competitivo para a Copa.
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